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sábado, 11 de dezembro de 2010

Apocalipse - Cap 4- *** Os 24 anciãos



“Pois quem nos céus é comparável ao Senhor? Entre os seres celestiais, quem é semelhante ao Senhor? Deus é sobremodo tremendo na assembléia dos santos e temível sobre todos os que o rodeiam.”

Salmos 89:6-7.
A atenção de João se volta para a realidade em torno do Trono de Deus. “Ao redor do trono” diz o apóstolo vidente, “havia vinte e quatro tronos, e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro” (Ap.4:4). Quem seriam eles, ou, o quê eles representariam? Para respondermos a estas intrigantes indagações, teremos que fazer uma breve incursão pelas páginas das Escrituras.

Em seu registro profético, Daniel conta ter visto quando “foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias se assentou. A sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima (...) Assentou-se o Tribunal, e abriram-se os Livros (...) foi dado o Juízo aos Santos do Altíssimo, e chegou o tempo em que o santos pos-suíram o reino” (Dn. 7:9a, 22b). Partindo do princípio de que a Bíblia deve interpretar a Bíblia, concluímos por este texto que os vinte e quatro anciãos são agentes do Juízo de Deus. Trata-se de um tribunal armado com o obje-tivo de manifestar o veredicto divino. Surge, então, a seguinte questão: quem com-poria este tribunal?

Ao ser indagado por Pedro acerca do destino daqueles discípulos que haviam deixado tudo para segui-lO, Jesus lhe respondeu: “Em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentarei sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mt.19:28). Se levarmos em conta esta declaração feita por Cristo, chegaremos à identidade de pelo menos doze dos vinte e quatro anciãos. Trata-se dos doze apóstolos do Cordeiro, que, ao redor do trono de Deus, representam a totalidade do povo da Nova Aliança. E quanto aos outros doze? Por inferência, podemos afirmar que são os doze patriarcas das tribos de Israel. Em sua descrição da Cidade Celestial, João faz a conexão entre cada um desses dois grupos. Ali é dito que sobre as doze portas da Nova Jerusalém estão “os nomes das doze tribos dos filhos de Israel” (21:12), enquanto que “o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (v.14). Feita a conexão, não fica dúvida de que os vinte e quatro anciãos sejam os cabeças do velho e do novo Israel, e representam a totalidade dos remidos do Senhor, sob ambas as alianças. Foi por ter a convicção de que aos santos seria confiado o juízo, que Paulo indagou aos seus leitores Coríntios: “Não sabeis vós que os Santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” (1 Co.6:2-3).

O Juízo de Deus, como já vimos, deve começar pela Igreja. Não se trata de um juízo com objetivo condenatório, mas disciplinar (1 Co.11:32). Com a Sua própria Casa em ordem, Deus agora passa a julgar as nações do mundo, começando por Israel. Por fim, há o julgamento dos anjos, do qual a Igreja também deve participar ativamente. Mais adiante vamos tratar deste importante tema novamente. Basta, por enquanto, entendermos que os vinte e quatro anciãos representam os santos da Antiga e da Nova Aliança.

O Juízo emitido por Deus e executado por esses anciãos é prefigurado no verso 5, onde lemos que “do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões”. Além disso, é dito que “diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus. Também havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal” (vs.5b-6a). As sete lâmpadas apontam para o fato de que o Espírito de Deus perscruta todas as coisas. Ele é, no dizer de Paulo, “a luz que a tudo manifesta” (Ef.5:13b). O mar de vidro aponta para a transparência que as coisas possuem aos olhos do Supremo Juiz. “Não há criatura alguma encoberta diante dele” argumenta o autor sagrado, “todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hb.4:13).

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