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domingo, 18 de dezembro de 2011

Orações impracatórias

Por Frank Brito


"Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim, homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos". (Salmo 139,19-22)

Muitos cristãos não compreendem porque muitos Salmos contem orações impracatórias contra os inimigos de Deus, pedidos para ser instrumento de Deus para a execução de tais ímpios e a comemoração dos justos pela vingança ter se consumado. A maioria responde a esta "estranheza" de duas formas:

a) Argumentam que isso é coisa do Antigo Testamento, que no Antigo Testamento havia autorização para a vingança pessoal, mas que depois da vinda de Jesus Cristo isso mudou e o que era reconhecido como louvável e justo, agora é reconhecido como sendo pecado. Acreditam que o Antigo Testamento era carnal enquanto o Novo Testamento é espiritual.

b) Argumentam que estes textos não devem ser lidos literalmente. Quando lemos sobre a pedra de Davi acertando a cabeça de Golias, devemos entender que Golias representa alguma dificuldade em nossas vidas.

Esta não é uma perspectiva correta. Os motivos são:

1) Deus não é uma metamorfose ambulante. Deus não muda. Ele não chama uma coisa de justa para algum tempo depois chamar de injusto. Ele não tem indecisões sobre o que é ou não é. Como está escrito: "Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos". (Malaquias 3,6) Em Deus "não há mudança nem sombra de variação". (Tiago 1,17)

2) A pedra na cabeça na cabeça de Golias não era alegórica. Foi uma pedra real, esmigalhando uma cabeça real. Como o próprio Davi diz no Salmo: "Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte. Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo daquele que prossegue em suas culpas". (Salmo 68,20-21)

3) NÃO é verdade que o Antigo Testamento autorizava a vingança PESSOAL. A Lei diz: "Não odiarás a teu irmão no teu coração... Não te vingarás nem guardarás ira... mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor". (Levítico 19,17-18) Como está escrito TAMBÉM no Antigo Testamento: "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede, dá-lhe água para beber..." (Provérbios 25:21)

Mas fica a pergunta: Como então compreender estes textos?

A falta de compreensão destes textos existe por um motivo: A falta de compreensão da função dos magistrados TANTO no Antigo QUANTO no Novo Testamento. É verdade que a Bíblia não autoriza que indivíduos se vinguem de seus inimigos. Mas é IGUALMENTE VERDADEIRO que a Bíblia ORDENA que OS MAGISTRADOS executem tal vingança:

"Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, TEME, pois não traz debalde A ESPADA; porque é ministro de Deus, e VINGADOR em IRA contra aquele que PRATICA O MAL". (Romanos 13,3-4)

Cidadãos comuns não tem o direito de se vingar de ninguém. Mas os magistrados tem, sob Deus, o direito de vingar, punir e em determinadas circunstâncias EXECUTAR os malfeitores (como no caso de Davi e Golias). Assim, os que não são malfeitores, mas fazem o bem são protegidos e podem viver em paz e segurança. Esta é função dos magistrados diante de Deus.

Davi era o rei de Israel. Por isso, ele tinha a obrigação diante de Deus de punir os criminosos de Israel e também proteger Israel de ameaças estrangeiras. Deixar de fazê-lo seria rebelião contra Deus. Ele não deveria somente fazê-lo como deveria também orar para que sempre fosse feito segundo a vontade de Deus, de quem ele era representante. Isto é o que vemos em muitos Salmos.

Isso não era uma obrigação de Davi somente. É uma obrigação de todos os que estão em posição de autoridade em nosso próprio tempo. Pois "não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus". (Romanos 13,1) E nós que não somos autoridades e por isso não temos o poder da espada, ainda assim devemos orar sem cessar por aqueles que são nossos governantes, para que cumpram fielmente com suas responsabilidades:

"Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador". (I Timóteo 2.1-3)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

É lícito divorciar? A gravidade do adultério perante Deus...











"Não adulterarás". (Êxodo 20:14)



"Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Êxodo 20:17)


"Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes. Os seus pés descem para a morte; os seus passos estão impregnados do inferno.(...) Longe dela seja o teu caminho, e não te chegues à porta da sua casa; (...)Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente. E porque, filho meu, te deixarias atrair por outra mulher, e te abraçarias ao peito de uma estranha? Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele pesa todas as suas veredas. Quanto ao ímpio, as suas iniqüidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido.
Ele morrerá, porque desavisadamente andou, e pelo excesso da sua loucura se perderá.
(Provérbios 5)


* As conseqüências para quem comete tal pecado s
ão:

1) Fazem separaç
ão entre ti e Deus: 


"Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos, porque ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. Todavia perguntais: Por que? Porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, para com a qual procedeste deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava espírito? E por que somente um? Não é que buscava descendência piedosa? Portanto guardai-vos em vosso espírito, e que ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel..." (Malaquias 2:13-16)

2)  Porque a pena para tal pecado, é a morte

"Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo,certamente morrerá o adúltero e a adúltera." (Levítico 20:10)

...Mas se
 Deus odeia o divórcio ,porque está permitido entre o povo de Deus?

"Jesus disse:  Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim." Mateus 19:8
...Quem será que tem coraç
ão duro? O traído que não pode perdoar? Ou o adúltero?

A resposta está na Palavra:

"Viste, porventura, o que fez a apóstata Israel, como se foi a todo monte alto, e debaixo de toda árvore frondosa, e ali andou prostituindo-se? E eu disse: Depois que ela tiver feito tudo isso, voltará para mim.... Sim viu que, por causa de tudo isso, por ter cometido adultério a pérfida Israel, a despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio..." (Jeremias 3:6-8)




Certamente o coração duro vem daquele que cometeu adultério... Não daquele que divorcia, pois Deus divorciou -se de sua antiga esposa e contraiu matrimônio com a sua nova esposa, a igreja...teria Deus coração duro?


A Confissão de fé de Westminster diz o seguinte: 


V. O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta. 
Mat., 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9. 


Resumindo:


Aqueles que praticam tal ato, estão debaixo da ira de Deus sendo visto como "mortos" perante Deus, dando assim a liberdade para a parte inocente de se casar novamente já que a Palavra diz que somente a morte de um dos conjugues põe fim no casamento.


"A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. "
1 Coríntios 7:39 


    Sendo que o adúltero, estando sob a ira de Deus e sob sua pena de morte, perante Deus a parte inocente é considerada "viúva" .
   Não somente o adultério em si é motivo para divórcio, e sim a palavra utilizada por Jesus quando deu a cláusula, é a palavra "PORNÉIA" que significa IMORALIDADE SEXUAL, isso inclui homossexualismo, zoofilia, adultério...
   Todos os motivos acima são base para divórcio... E também são passíveis de pena de morte.


"Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade/imoralidade sexual (PORNÉIA), a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério". (Mateus 5:31-32) 


Se o motivo do divórcio nao for imoralidade sexual, faz do companheiro adúltero, agora se o motivo for imoralidade sexual, nao o faz adúltero, pois ele JÁ É UM ADÚLTERO.


"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará." (Hebreus 13:4)


Quantos casamentos já viram destruídos por adultério... Ou simplesmente por uma das partes afirmarem "não amar mais o parceiro" isso ocorre porque eles definem o amor como eles estão acostumados assistir em filmes e novelas, mas não é esse amor que Deus ensina em sua Palavra...geralmente a frase "não amo mais meu marido/esposa" esta inteiramente ligada a cobiça ou já adultério sendo praticado. #FATO#


Vejamos:


Amar não é sentimento não é emoção! O que Jesus fez por nós? Sentimento? Emoção? Não
Ele agiu! AMAR É UM VERBO QUE EXPRESSA AÇÃO! 


"Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela (Efésios 5:25)


 O AMOR DE JESUS É EMOÇÃO OU AÇÃO? Ele agiu, se entregou pela igreja, e manda os maridos fazerem o mesmo, agir, amar... Amar é atitude, não palavras, nem sentimentos, nem emoções. E mais:


Se fosse sentimento, emoção como dizem muitos a palavra não iria dizer:


 "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Jeremias 17:9 


 Quando Jesus citou a parábola do Bom Samaritano, para explicar o que seria amar ao próximo, será que Ele quis dizer para termos um sentimento pelo homem que foi roubado e espancado? Ou Ele se referiu a agir com amor, ajudando cuidando? Vamos ás passagens:


"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.

Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira. 

Lucas 10:27-37

"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." Mateus 6:21


"Aquilo em que você colocar seu tempo, energia e dinheiro, será mais importante para você. É difícil se importar com algo em que você não está investindo." (Desafio de amar - Stefhen Alex)


 QUANTAS MULHERES JÁ VI DIZEREM "não amo mais meu marido" não ama claro não dedica seu tempo, seu dinheiro, quando você investe no relacionamento, ele passa ser seu tesouro, e seu coração estará ali... Elas pensam que amar é a emoção que elas sentiam na adolescência, daí trocam de marido como trocam de roupa, porque enjoou daquele, elas não entendem que a emoção novamente vai passar, e ela terá que trocar novamente, e assim, não terá fim... PRATIQUE O AMOR, o amor ensinado por Deus e não por filmes de Hollywood... No começo havia "emoção" porque havia investimento, (troca de presentes, carinhos, romantismo) 


A mudança começa por você, jogue o orgulho de lado, e ore a Deus pela restauração do seu relacionalmente, tome atitude, não deixe satanás roubar de você algo tão precioso que Deus estabeleceu desde o princípio...


"E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.
Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne. "Gênesis 2:22-24


O apóstolo Paulo, pelo Espírito Santo também afirma: 


Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. Timóteo 5:8


Aquele que negligencia sua esposa/família, está sob ira divina, sendo considerado pior que o ímpio/infiel... Porquê? Por que tem muitos ímpios que tratam melhor sua família do que VOCÊ! Você afirma amar sua família e nega pelas suas atitudes, da mesma forma você age com Deus. 


"Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra. (Tito 1:16)


Sendo a Palavra de Deus tendo como mandamento, cuidar da família, aqueles que negligenciam estão em desobediência, considerado pior que um infiel, e sabemos qual é o destino dos infiéis...


"E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" 2 Coríntios 6:1


Virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. Lucas 12:46


Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.1 Coríntios 6:1




A perspectiva bíblica sobre o amor (retirado do site aqui)
“Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.(Mateus 22.36-40)
Muitos acreditam que estes dois mandamentos foram inaugurados por Jesus. Mas isso não é verdade. Jesus foi interrogado sobre o grande mandamento na Lei. E ele respondeu citanda a Lei: “Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te”. (Dt 6.4-7) “Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e não levarás sobre ti pecado por causa dele. Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”. (Lv 19.17-18) Jesus ensinou que toda a Lei e os Profetas são logicamente dependentes destes dois mandamentos. Isso significa que nenhum mandamento da Lei pode jamais ser entendido como contrário ao amor. Isso significa que todos os mandamentos da Lei precisam ser entendidos como aplicações do amor. 

Diferentes pessoas definem o amor de diferentes maneiras. O que a Lei nos dá é a definição Divina do amor. A definição do amor não é estabelecida pelo homem. O amor não é qualquer sentimentalismo humano baseado em sua mera preferência pessoal. O verdadeiro amor é definido unicamente pela Lei de Deus:

“A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a Lei. Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De modo que o amor é o cumprimento da Lei”. (Rm 13.8-10)
Aqui o Apóstolo Paulo nos dá uma pista importância para compreender a estrutura da Lei. Jesus ensinou que “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.17-18) é o segundo mais importante mandamento e que os demais mandamentos que regem as relações humanas precisam ser entendidos como logicamente dependentes deste. O que o Apóstolo faz aqui é a aplicação deste principio para explicar a proibição do adultério, do assassinato, do roubo e da cobiça. O mandamento de amar o próximo é uma exigência ampla. E as proibições de adulterar, assassinar, roubar e cobiçar definem o que o amor ao próximo significa. Se amamos então não assassinamos, não roubamos, não adulteramos nem cobiçamos o que é seu. Não inclui somente estas coisas, é claro. Há outros mandamentos que definem a relação interpessoal. Mas o ponto é que o significado do amor ao próximo é definido pela totalidade dos mandamentos que tratam do relacionamento interpessoal. Pra entender o que o amor ao próximo significa, precisamos meditar sobre a natureza de cada mandamento a luz do maior. Isso não é verdadeiro somente para o mandamento de amar o próximo, mas também para a definição do que significa amar a Deus.

A importância disso não pode ser subestimada. A objetividade da Lei de Deus é a única coisa que pode impedir que o homem seja entregue ao engano da subjetividade, do sentimentalismo de seu próprio coração. Um casal homossexual, por exemplo, poderá argumentar que eles têm o direito se casar porque eles se amam. E um adúltero poderá argumentar que ele trai sua esposa porque ele ama sua amante. Sem a objetividade da Lei de Deus, qualquer um define amor como bem entende.

É natural que todo cristão e toda igreja de alguma maneira fale da necessidade de santificação. Mas simplesmente mencionar a palavra santificação é fácil. Dizer que é preciso obedecer a Deus também é fácil. Até os escribas e fariseus falavam nisso. O grande teste é esse: Qual é o padrão usado pra definir o que é pecado e o que não é? Santificação significa viver em obediência a Deus. Mas qual é o padrão usado pra definir o que é justo e injusto, o que é pecado e o que é virtude? “Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”. (Mt 5.20) Sem a objetividade da Lei de Deus, somos entregues as tradições humanas, ao sentimentalismo, ao misticismo e a tudo o que o coração corrompido do homem for capaz de inventar. Faça o teste na sua Igreja: você ouve explicações detalhadas sobre o significado e aplicação da Lei de Deus com a mesma frequência que ouve falar em santidade e obediência? E não basta falar de amor. Qualquer bêbado ou feiticeiro é capaz de falar em amor. Com que frequência você ouve o significado do amor sendo definido com objetividade pelos mandamentos de Deus? Se não ouve, há grandes riscos que sejam meros mandamentos humanos, mas não obediência a Deus. 




















sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O pacto do casamento


Por Frank Brito






Casamento é um pacto. O pacto estabelecido entre o homem e a mulher de ser marido e esposa. O relacionamento sexual é o meio pelo qual o pacto é selado. Mas o relacionamento sexual pode existir sem que o pacto tenha sido estabelecido. Confundir o casamento com o relacionamento sexual é confundir o pacto com o selo. O pacto é selado pela relação sexual, mas a relação sexual não é, em si mesma, o próprio pacto. A relação sexual pode existir sem o pacto do casamento. Neste caso, há imoralidade sexual... Quando há o relacionamento sexual sem o pacto estabelecido...
Paulo diz: "De modo que aquele que dá em casamento a sua filha donzela, faz bem; mas o que não a der, fará melhor". (I Coríntios 7.38) Paulo fala em "dar em casamento". O verbo aqui é "ekgamizo", o mesmo usado por Jesus nos Evangelhos: "O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos". (Lucas 17.27) A idéia remete ao que diz a Lei: "Se alguém seduzir alguma virgem, que não for desposada, e se deitar com ela, certamente a dotará e tomará por sua mulher. Se seu pai inteiramente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro conforme ao dote das virgens". (Êxodo 22.16-17) Note que ainda tenha ocorrido a relação sexual, não havia casamento. Isso demonstra o que eu disse acima, que a relação sexual não pressupõe nem significa casamento. Neste caso, a relação sexual é considerado como uma ofensa direta ao pai da moça que perdeu a virgindade. Isso pressupõe a autoridade legal do pai de dar a filha em casamento OU NÃO. Essa pressuposição é a MESMA que encontramos no Novo Testamento em I Coríntios 7 e por isso diz "dá em casamento". Isso faz parte da estrutura familiar em que o PAI é o CABEÇA da família e por isso tem autoridade legal sobre a filha, tendo a honra de sua família ofendida quando a sua filha tem relação sexual sem o pacto do casamento estabelecido.
Paulo diz: "mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido". (I Coríntios 7.2) A palavra aqui traduzida por "prostituição" é a palavra "porneia". Não significa somente aquilo que costumamos chamar de "prostituiçao" - mulheres (e homens tb) que comercializam o sexo. "Porneia" significa qualquer imoralidade sexual. Pra saber o que é imoralidade sexual e o que não é, devemos procurar a definição em outros lugares da Bíblia em que é proibido relações sexuais de diversos tipos. Em I Coríntios 7, está claro que a "prostituição" no caso é qualquer forma de relação sexual sem que exista o pacto do casamento. Pois ele fala do casamento como a única alternativa aceitável para a incapacidade do celibato: "Mas, se não podem conter-se, casem-se... Todavia o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se resolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem". (I Coríntios 7.9,37) Isso significa que "porneia", isto é, prostituição e imoralidade sexual aqui é o relacionamento sexual sem o casamento.


Tendo dito isso, vamos a questão do MEIO pelo qual o pacto é estabelecido. Neste ponto, eu creio que precisamos fazer uma distinção importante: a distinção entre o que ESTABELECE o pacto do casamento como existindo e o RECONHECIMENTO do casamento por alguma instituição. 


Neste ponto, eu não acredito que não é nem a Igreja e NEM o Governo Civil quetem o PODER de ESTABELECER o casamento, mas tem somente o DEVER de RECONHECER e o direito até mesmo de CELEBRAR o casamento como sendo estabelecido. Vejamos melhor a distinção entre uma coisa e outra...


Se o poder de ESTABELECIMENTO do casamento DEPENDER do governo civil, isso tem algumas implicações sérias:


1) O governo civil teria o poder de fazer com que a instituição Divina deixe de existir. No Brasil, o casamento civil foi estabelecido com a aprovação do Decreto n. 181, de 24 de janeiro de 1890 por Manuel Deodoro da Fonseca. O decreto sofreu forte resistência do clero romanista que chamava o casamento civil de "imoral". O objetivo do clero romanista era manter o monopolio da instituição do casamento. Isso significa que um PROTESTANTE até essa data NÃO TINHA COMO SE CASAR POR MEIO DO ESTADO, pois o único casamento reconhecido oficialmente era aquele do catolicismo romano.


Então se o poder de ESTABELECIMENTO do casamento DEPENDER do governo civil, isso significa que a existência do casamento para protestantes (e outros) teve que esperar até 1890 para existir. Isso significaria que se os governantes acordassem amanhã dizendo que o casamento não será uma instituição reconhecida mais pelo Estado (ou como na obra "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley - proibindo) , TODOS OS NOIVOS SERÃO OBRIGADOS A VIVER EM ETERNA FORNICAÇÃO/PROSTITUIÇÃO.


E tem mais...


Se o poder de ESTABELECIMENTO do casamento DEPENDER do governo civil, isso significa que ele tem o poder de estabelecer como VALIDO o casamento entre homossexuais, mãe e filho, irmãos, com animais (zoofilia), etc. Pois se o poder de estabelecimento está no governo civil, então ele pode estabelecer e deixar de estabelecer o que ele quiser...


Isso, ao meu ver, demonstra que o poder de ESTABELECER o casamento, não DEPENDE do governo civil, mas existe independente dele...


O próximo ponto...


Se o poder de ESTABELECIMENTO do casamento DEPENDER da IGREJA, isso também tem algumas implicações sérias:


- Todos os ímpios que se reconhecem como casados não se de fato casados, mas são fornicadores. Pois se um homem é um budista ou um muçulmano, ele não irá comparecer na igreja de Deus para que o seu casamento seja estabelecido. Mas a Bíblia não estabelece o casamento como algo que existe somente entre os santos, mas também reconhece como válido o casamento entre não-cristãos. Pois se o poder de ESTABELECIMENTO do casamento DEPENDER da IGREJA, isso significa que aqueles que não fazem parte da Igreja não são casados, mas são fornicadores.


 Tendo dito isso, precisamos dirigir nossa reflexão pra três coisas:


- Qual é o papel do governo civil em relação o casamento?


- Qual é o papel da Igreja em relação ao casamento?


- O que de fato ESTABELECE o pacto do casamento?


1) Qual é o papel do governo civil em relação o casamento?


O papel do governo civil não é de ESTABELECER o casamento, mas de RECONHECER aquilo que ESTÁ SENDO ESTABELECIDO. E o objetivo do reconhecimento é a PROTEÇÃO DOS DIREITOS DO CASAL. Alguns exemplos:


a) Se o casal morre e tem filhos, a PROPRIEDADE dos pais deve (normalmente) ser herdada pelos filhos. O papel do governo civil, neste caso é de fato PROTEGER a propriedade como sendo de fato dos filhos e não de ninguém outro.


b) O marido morre e a mulher permanece viva. O papel do governo civil deve ser de proteger a propriedade do marido como sendo de fato da mulher e não de qualquer outra pessoa.


Nos dois casos citados acima, é necessário que o casamento seja OFICIALMENTE reconhecido e registrado pelo governo civil para que ele possa, de forma justa, reconhecer quem é a esposa, quem é o marido, quem são os filhos do casal e proteger aquilo que é de cada um como sendo seu...


É por esse motivo que a união civil entre homossexuais no Brasil e proposta de reconhecimento de casamento entre gays é imoral e blasfema. O governo não pode reconhecer como sendo aquilo que não é. "Casais" homossexuais não tem os mesmos direitos ligados a propriedade que casais genuínos, pois determinados direitos que existem ligados a casais genuínos SÓ existem por causa da ordem estabelecida por DEUS (e não por qualquer homem) na instituição do casamento. O governo civil não pode estabelecer como sendo aquilo que não existe. A viuva tem direito a propriedade de seu marido PORQUE ELA ERA SUA ESPOSA. Se não há casamento, não há direito.


Outra coisa que precisa ser protegida pelo governo civil em relação ao casamento é o seguinte:


- A autoridade da esposa como sendo a única e exclusiva com quem seu marido se relaciona sexualmente.


- A autoridade do marido como sendo o único e exclusivo com quem a sua esposa se relaciona sexualmente.


Neste caso, o reconhecimento do governo civil da existência do casamento é o que estabelece a possibilidade do governo civil trazer sanções contra os adulteros. Neste caso também, o reconhecimento do governo civil da não existência de um casamento é o que estabelece a possibilidade do governo civil trazer sanções contra aqueles que fornicam com uma moça solteira que está sob a autoridade legal de seu pai.


2) Qual é o papel da Igreja em relação ao casamento?


O papel da IGREJA não é de ESTABELECER o casamento, mas de RECONHECER aquilo que ESTÁ SENDO ESTABELECIDO. A Igreja tem o dever Divino de edificar, ajudar e honrar o casamento da mesma forma que tem dever legal sob Deus de excomungar adulteros, fornicadores, zoofilos, sodomitas e incestuosos IMPENITENTES (I Coríntios 5). Mas pra que isso seja possível, é necessário que o casamento seja OFICIALMENTE reconhecido... para que seja possível distinguir a relação que está existindo entre homens e mulheres...


3) O que de fato ESTABELECE o casamento?


O casamento é estabelecido quando há a aceitação de um pacto mutuo (do homem e da mulher) de que são marido e esposa, assumindo mutuamente o compromisso e se apresentando publicamente desta forma e selando o pacto na relação sexual...


Este pacto é estabelecido de diferentes maneiras em diferentes culturas e por diferentes pessoas, mas a essência é a mesma. Se o pacto é estabelecido por ateus diante de um juiz, por cristãos diante de um clérigo, por muçulmanos na mesquita ou por qualquer um dentro de uma tenda como os patriarcas, não faz diferença. A questão é que o pacto de casamento precisa ser de fato estabelecido, independente do costume, para que haja relação sexual valida, de forma que qualquer relação fora do pacto é adulterio e de forma que o pacto só pode ser quebrado por meio da traição de um dos conjugues...


A sofisma reside no seguinte... Você usa a ausência de uma equivalencia dos COSTUMES bíblicos como OS NOSSOS pra anular a necessidade do EXPLICITO estabelecimento do pacto de MARIDO E ESPOSA como crtiério para a existência do relacionamento sexual válido... Com isso você ignora que na Bíblia, apesar dos COSTUMES não ser igual o nosso, ainda assim havia um MOMENTO antes do estabelecimento do pacto em que NÃO HAVIA casamneto e DEPOIS do estabelecimento do pacto em que HAVIA casamento... Isso está explicito pelo fato da Bíblia, de diversas formas diferenciar a relação entre casados (aprovada) e entre não casados (condenada)... O texto que eu citei da Lei é um exemplo em que em caso de relacionamento sexual sem casamento, o pai da moça que tivesse sob a tutela era reconhecido como legalmente ofendido e por isso o homem que se relacionou deveria ser punido... A clara distinção entre o relacionamento sexual entre casados e não casados que faz parte da argumentação de Paulo no Novo Testamento em I Coríntios 7 também pressupõe de forma clara e incondicional a dinstinção de momentos em que se não é casado e depois não é... Por isso não há forma ou maneira que você pode relativizar a mudança de estado civil como se a Bíblia não fosse clara nesta ponto...


A "a união vitalícia, de amor, fidelidade, respeito e sustento mútuos" não é o pacto. O pacto é o acordo estabelecido de ser marido e esposa. O pacto não precisa de amor e nem respeito ou sustento mutuo pra existir. Um marido que não ama sua esposa continua sendo marido dela mesmo que ele não a ame.


Ao colocar o casamento como equivalente a sentimentos e ações subjetivas, você está novamente tentando relativizar o pacto. Se um homem e uma mulher tem sentimentos um pelo outro, isso não significa que exista casamento.


 Sobre o seu entendimento da relação masculina-feminina, é uma pena que voce tenha abaixado a cabeça para o modernismo/pós-modernismo (como um bom neo-ortodoxo que é). A Palavra de Deus, todavia, permanece apesar do que pensa a sociedade brasileira ocidental:


"Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos". (Efésios 5.22-24)




‎"Assim como Cristo é ETERNAMENTE o cabeça da Igreja, deveriam as mulheres da Igreja de Éfeso, em seu tempo e lugar, portarem-se como boas esposas (o conceito grego de boa esposa, em se tratando de Éfeso) e submeterem-se à autoridade marital conforme exigiam a lei e os costumes gregos. Questão de bom testemunho".

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Não julgueis.






Por Frank Brito


“Não julgueis, para que não sejais julgados”. (Mateus 7:1)

Certamente este é um dos versos mais conhecidos da Bíblia. É também um dos mais mal compreendidos. O entendimento comum das palavras de Jesus é que não temos o direito de analisar de forma crítica nada nem ninguém, mas que devemos reconhecer o direito de cada um de pensar e agir da maneira que achar melhor sem ser moralmente criticado ou repreendido por isso. O problema dessa interpretação das palavras de Jesus Cristo é que, logo em seguida e no mesmo sermão, ele manda que a gente faça uma avaliação crítica de determinadas pessoas:

“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis...” (Mat 7.15-16)

Aqui Jesus ordena que a gente faça uma análise crítica para descobrir se alguém é um falso profeta ou não. O meio de avaliar isso, segundo Jesus, é “pelos seus frutos”. Se Jesus tivesse ensinado que não temos o direito de analisar nada nem ninguém de forma crítica e que devemos reconhecer o direito de cada um de pensar e agir da maneira que achar melhor sem ser moralmente criticado ou repreendido por isso, então ele teria nos proibido da tentativa de identificar quem sejam os falsos profetas. A ordem de identificar os falsos profetas pressupõe que não só a validade, mas também a necessidade de fazermos análises críticas das pessoas com quem convivemos e temos contato. Portanto, as palavras de Jesus precisam ser entendidas de outra maneira.

As palavras de Jesus em outro contexto nos esclarecer sobre o real sentido do que ele disse no Sermão do Monte:

“Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo. E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou”. (João 8.15-16)



Quando Jesus diz “eu a ninguém julgo” e em seguida “o meu juízo é verdadeiro”, ele não está entrando em contradição, mas está enfatizando a origem de seu julgamento. O seu julgamento não era propriamente seu – em sua natureza humana – mas tinha origem no Pai. Neste ponto, é bom ter sempre em mente o que as Escritura ensinam sobre a dupla natureza de Jesus Cristo. Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e ao mesmo tempo é verdadeiramente humano. Quando as Escrituras se referem a Jesus Cristo, elas podem estar enfatizando tanto o aspecto humano quanto o Divino de sua pessoa. m Mateus 1.18, por exemplo, está escrito: “O nascimento de Jesus Cristo foi assim…” Por outro lado, em João 8.58, está escrito: “E disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, EU SOU”. Mas como poderia essas duas afirmações a respeito de Jesus Cristo ser igualmente verdadeiras? Como poderia Jesus Cristo ter nascido como um homem e ao mesmo tempo ter existido antes do próprio Abraão de quem ele era descendente biológico? As duas afirmações são igualmente verdadeiras pelo fato de que na pessoa de Jesus Cristo havia tanto uma natureza humana quanto a natureza Divina. Jesus Cristo existia antes de Abraão, em sua Divindade. Nesse aspecto, ele além de ser anterior a Abraão cronologicamente, era também o Criador do próprio Abraão. “Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez”. (João 1.3) Mas sob o aspecto humano Jesus Cristo era um descendente de Abraão, passando a existir somente depois dele. É por esse motivo que Tomé não hesitou em clamar prostrado diante de Jesus: “Meu Deus e meu Senhor!” (João 20.28) Não é porque Tomé acreditava que Deus somente passou a existir a partir do momento em que Maria deu luz ao filho primogênito ou porque Tomé deixou de acreditar em um Deus diferente daquele que se revelou aos judeus. É porque Tomé sabia que Jesus, antes de seu nascimento, já pré-existia em sua Divindade.


Sendo assim, em um sentido verdadeiro, poderia ser dito que ele a ninguém julgava. Pois o juízo que ele emitia não era outra coisa se não a declaração da verdade cuja origem estava em Deus e não na natureza humana. Como ele diz logo em seguida: “Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar”. (João 12.49) O erro de seus oponentes era julgar “segundo a carne”, isto é, segundo o padrão humano, como se a verdade tivesse origem neles. Em outra ocasião lemos Jesus falando: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”. (João 7:24) Julgar conforme a reta justiça significa julgar segundo o padrão estabelecido por Deus. Julgar segundo a reta justiça significa se omitir de um juízo cuja origem está no próprio homem, para ser somente um porta voz do juízo que pertence unicamente a Deus.


Quando refletimos sobre a realidade do Juízo, somos levados a um discernimento da maneira pela qual devemos viver e da forma que precisamos ensinar que outros vivam de forma a evitar tal Juízo. Aqueles que ignoram a realidade do Juízo de Deus vivem como se jamais serão julgados. Mas aqueles que reconhecem que serão julgados, precisar discernir entre o bem e o mal que serve como base do Juízo. O Juízo de Deus é o fundamento da capacidade humana de discernir entre o bem e o mal. O padrão que serve de base para o julgamento do homem é o padrão pelo qual o homem deve discernir entre o bem e o mal. Se “Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo” (Romanos 2.16), isso significa que deve existir antes deste Juízo, um meio de adquirir discernimento entre o bem e o mal que serve de base para o Julgamento. A relação entre o Juízo de Deus e a necessidade de discernimento antes do Juízo reflete o que Paulo ensinou sobre o litígio entre os membros da igreja de Corinto:

Ousa algum de vós, tendo uma queixa contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos? Ou não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo há de ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, constituís como juízes deles os que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Será que não há entre vós sequer um sábio, que possa julgar entre seus irmãos?” (I Coríntios 6.1-5)



O argumento de Paulo era que se os cristãos irão participar do juízo de Deus sobre o mundo no fim da História, eles então devem ser competentes para discernir corretamente entre o bem e o mal aqui e agora. Os santos deveriam ser capazes de constituir juízes justos, pois tinham acesso a revelação de Deus que define o que é justo e injusto. Moisés já havia escrito sobre a soberania do padrão moral revelado pela Lei de Deus em relação ao padrão moral dos pagãos: “Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR meu Deus; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o SENHOR nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que nação há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta Lei que hoje ponho perante vós? Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que não te esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e não se apartem do teu coração todos os dias da tua vida; e as farás saber a teus filhos, e aos filhos de teus filhos”. (Deuteronômio 4.5-9) A sabedoria da Lei de Deus em contraste com a flagrante estupidez dos estatutos e ordenanças dos pagãos vinha do fato da Lei ter sido revelada por Deus: “Vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR”. (v.5) Os cristãos, ao contrário dos pagãos, tinham ciência do padrão que servirá de base para o julgamento do homem no fim da História e por isso deveriam ser os mais competentes, aqui e agora, tanto pra discernir entre o bem e o mal.


A reclamação de Paulo aos coríntios é que eles não estavam vivendo em conformidade a este princípio: “Para vos envergonhar o digo. Será que não há entre vós sequer um sábio, que possa julgar entre seus irmãos?” (I Coríntios 6.5) Apesar de terem acesso a revelação de Deus, que é o fundamento de todo discernimento correto e apurado, eles não utilizavam da revelação recebida e por isso eram incapazes de julgar entre seus irmãos. É a mesma reclamação que é feita na carta aos Hebreus: “Muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os maduros, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”. (Hebreus 5.11-14) O autor aqui reclama que os leitores ainda não estavam prontos para compreender assuntos mais complexos porque eles eram não conseguiam dominar nem mesmo os assuntos mais fáceis. Apesar de todo o tempo que já eram cristãos, ainda era necessário tratá-los como bebês recém convertidos. O sinal da maturidade, diz ele, era a capacidade desenvolvida de discernir o bem e mal.

Sendo assim, as palavras de Jesus no sermão da montanha não devem ser entendidas como uma proibição da gente emitir juízo tenha origem no próprio homem, na opinião humana. O nosso juízo pra ser válido e verdadeiro, precisa ser propriamente o juízo de Deus.



Aqui então surge uma pergunta importante:

Aqueles que se omitem de falar as palavras de Deus sob o pretexto de "não julgar", não estão na verdade transgredindo a ordem deste verso, tendo em vista que sob o pretexto de "não julgar", estabelecem um padrão que julgam mais brando e com base nesse padrão que não vem de Deus, eles ensinam aquilo que não vem de Deus, mas de suas próprias mentes humanas?



Esse texto aqui também é interessante:

"Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado". (Levítico 19:17)

Parece que "deixar rolar" está associado a "odiar a teu irmão no teu coração".



Esse é propósito do "julgamento justo" e repreensão, levar o irmão a um exame próprio para que possa se voltar para Deus:


"Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina." (2Tm 4:1-2).

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ética Teonomista

Por Frank Brito

Teonomia significa Lei de Deus. A Lei de Deus e não de qualquer outra criatura é o padrão de bem e mal, justo e injusto. Deus e não o homem dá ordens. O homem e não Deus obedece. O homem se assenta no tribunal de Deus. Deus não se assenta no tribunal do homem.

Caso queiramos contrariar isso devemos estar prontos pra receber a mesma advertência de Jó:

"Então, do meio do redemoinho, o Senhor respondeu a Jó: Cinge agora os teus lombos como homem; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás. Farás tu vão também o meu juízo, ou me condenarás para te justificares a ti? Ou tens braço como Deus; ou podes trovejar com uma voz como a dele? Orna-te, pois, de excelência e dignidade, e veste-te de glória e de esplendor". (Jó 40.6-10)

Como está escrito também:

"Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua obra: Não tens mãos?" (Isaías 45.9)

Deus é absolutamente soberano e absolutamente inescapável. Não há para onde fugir. Não há para onde correr. Ele é o Criador. Nós somos as criaturas. O que ele diz que é, é.



A revelação da vontade moral de Deus foi feita por meio de seus profetas e apóstolos e registrada nas Escrituras para o testemunho de todas as gerações:

"Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra". (II Timóteo 3.16-17)

A Escritura em sua totalidade e não somente nossa parte preferida é Divinamente inspirada com informação necessária para instruir o homem de Deus perfeitamente naquilo que é justo e não é. O contexto em que Paulo disse isso pra Timóteo precisa ser lembrado também:

"Mas os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados". (II Timóteo 3.13)

Toda Escritura é o meio de deixar de enaganr e ser enganado. A sabedoria de Deus e não a sabedoria do homem é a fonte da verdade. A revelação da sabedoria de Deus é o único meio de fugir e deixar de ser um homem mau, indo de mal a pior.



Infelizmente, muitos cristãos tem confessado isso com a boca, mas não depositam plenamente sua confiança na Escritura como sendo Divinamente inspirada com informação necessária para instruir o homem de Deus perfeitamente naquilo que é justo e não é. Isso acontece de diferentes formas e em diferentes níveis de intensidade, até entre os melhores santos.

Em meio ao pluralismo de nossos dias, uma forma comum de negar isso é negar a que a Escritura tenha informação necessária para instruir o homem de Deus perfeitamente naquilo que é justo e não é no âmbito do governo civil. Apesar de Deus ser confessado como absolutamente soberano sobre toda realidade e sua Palavra como sendo suficiente pra instruir o homem perfeitamente na justiça, quando o assunto é o governo civil, a prática comum é citar em qualquer capítulo ou verso fora de contexto que dê vasão pra o entendimento que apesar da Bíblia ser suficiente pra instruir o homem perfeitamente na justiça, ela não tem nada a dizer sobre como seria o comportamento justo do governo civil.

Apesar da Bíblia ser suficiente pra instruir o homem perfeitamente na justiça, devemos confessar também que ela não instrui sobre como o que é justo para os governantes legislar e o que não é. Tudo o que os governantes precisam saber é que Moisés não era o que a Bíblia diz que ele era, mas que era um tirano primitivo, que redigiu leis segundo a sabedoria de tribos bárbaras e agora que somos modernos e evoluidos e tolerantes devemos buscar a sabedoria de réprobos odiadores de Deus pra ditar o que é certo e errado no âmbito do governo civil.

Deus - o Criador do Céu e da Terra e determinador do bem e do mal - em nome da capacidade do homem determinar por si mesmo o bem e o mal, foi excluido do governo civil assim como outros fizeram no tempo de Samuel:

"...não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine sobre eles..." (I Samuel 8.7)



O que precisamos fazer é voltar para as Escrituras. Não em sua parcialidade, mas em sua totalidade. A Bíblia Sagrada no Antigo e no Novo Testamento revela o padrão moral exigido por Deus a todos os homens. Precisamos passar a acreditar nisso.


A Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, também sob influência pessoas duvidosas, abaixou a cabeça para a Constituição e logo em seguida alterou o capítulo XXIII da Confissão, "DO MAGISTRADO CIVIL" para que pudesse se conformar ao novo pluralismo. A CFW que temos na IPB, não é a Confissão de Westminster de fato, mas a versão americana que foi mudada pra não refletir o pensamento puritano anterior sob o magistrado civil, muito antes de Rushdoony nascer. Da mesma forma que arminianos acrescentaram o capítulo CAPÍTULO XXXV, tornando a confissão esquizofrenica, do jeito que os liberais queriam pra que, cheia de buracos, pudessem sempre ter uma forma de se esquivar nos tribunais.


Isso aconteceu depois da independência americana. Aconteceu depois que a Constituição Americana oficialmente impediu a continuidade das colônias teocratas que existiram até 1775. Isso aconteceu em 1788, não muito depois do fim da guerra da independência. O autor da postagem cita o capítulo XXII como se fosse o mesmo que fora escrito pela delegação de Westminster. Mas o capítulo XXII que nós temos agora foi escrito por americanos nos Estados Unidos e não pela Assembléia de Westminster.

A versão atual foi completamente reescrita por eles. A versão original dizia:

CAPÍTULO XXIII
DO MAGISTRADO CIVIL

.
I. Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público, constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com o poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores.

...

III. Os magistrados civis não podem assumir para si a administração da Palavra e dos sacramentos, ou o poder das chaves do reino dos céus, mas têm autoridade e é seu dever... que blasfêmias e heresias sejam suprimidas...


Isso foi alterado depois da independência americana, pois a Constituição Americana no o Artigo VI, cláusula 3 diz:
"Nenhum requisito religioso poderá ser erigido como condição para a nomeação para cargo público".

George Gillespie, um escocês e um dos mais importantes teólogos da assembléia de Westminster escreveu:
.
"Em lugar nenhum de todo o Novo Testamento, lemos a respeito da abolição da lei judicial naquilo que se refere ao castigo por pecados contra a Lei Moral... Se não fosse assim, então o magistrado é livre para escolher castigos conforme o seu próprio arbítrio. Mas isso não é uma coisa arbitrária, pois ele é ministro de Deus Rom. 13.4, o julgamento pertencence ao Senhor Deut. 1.7; 2 Chron. 19.6..."- VVholesome Severity
.
"Portanto as leis judiciais de Moisés... precisam ser diferenciadas, pois são de dois tipos: algumas são de eqüidade particular, outras de eqüidade geral... Estas podem ser resumidas como:

1. Leis de eqüidade particular são leis que eram obrigatórias somente sob as circunstâncias especiais da comunidade Judaica.

2. Leis de eqüidade geral são leis que são obrigatórias pra judeus e gentios. Essas leis são fundamentadas na lei moral e portanto são universalmente obrigatórias..."
A Discourse of Conscience

O questão ai é tratada extensivamente na literatura puritana. É uma distinção feita claramente na Bíblia. A nação de Israel, enquanto a vocação dos gentios não chegava e estava sob o Antigo Pacto, foi marcada por diversos rituais, mandamentos e leis judiciais que eram referentee a situação passageira dela como nação separada. É sobre isso que a confissão está falando: "A esse mesmo povo, considerado como um corpo político, Deus concedeu diversas leis judiciais que deixaram de vigorar quando o país daquele povo também deixou de existir..."

Na parte 4 do capítulo seguinte da Confissão, nós lemos:

"Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns aos outros, resistem à ordenança de Deus os que, sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou mantiverem práticas contrárias à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou mantiverem práticas contrárias ao poder da piedade ou que, por sua própria natureza ou pelo modo de publicá-las e mantê-las, são destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela, podem, de justiça ser processados e visitados com as censuras eclesiásticas e pelo poder do magistrado civil".

A parte sublinhada não pode ser encontrada na Confissão que temos na IPB. Ela também foi retirada pelos americanos junto com a mudança no capítulo XXIII. Mas isso estava na Confissão original. E o texto prova usado pra essa parte eram Deuteronomio 13:6-12; Esdras 7:23-28; Neemias 13:15, 17, 21, 22, 25, 30; 2 Reis 23:5, 6, 9, 20, 21; 2 Crônicas 34:33; 2 Crônicas 15:12, 13, 16; e Daniel 3:29. Cheque as referências veja claramente como "Essas leis são fundamentadas na lei moral e portanto são universalmente obrigatórias.."



Exigências Morais das Escrituras


Veja um exemplo:

"Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário". - I Timóteo 5.16-18

Esse verso pois ele responde um questionamento muito frequente. Muitos dizem: A Lei de Deus foi dada em tempos diferentes. Nem todas as situações possível são prevista lá. Ela nada fala sobre crime virtual, por exemplo. Esse tipo de questionamento surge por uma incompreensão da natureza da Lei. O propósito da Lei não é falar de todas as situações e casos específicos que podem ocorrer. O propósito da Lei é citar alguns casos que revelam as exigências morais de Deus e com base nisso, devemos chegar a conclusões da aplicação em outros casos cujo princípio é o mesmo. A suficiência da Bíblia para instruir na justiça não significa que ela preveja todas as situações possíveis diretamente, mas que ela revela princípios que se aplicam a todas as sutuações possíveis.



Por isso a Bíblia, especialmente os Salmos, recomendam tanto a meditação na Lei. A meditação é necessária pra compreender as aplicações possíveis dos princípios revelados:

"Oh! quanto amo a tua Lei! É a minha meditação em todo o dia. Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação". - Salmo 119.97-99

Conversando com não-teonomistas eu noto que esse é um dos capítulos mais desprezados em toda a Bíblia. Eu já ouvi de pastor (reformado!!!) falando de coisas da Lei que na verdade só existe no Alcorão. É assim que entendem a maioria dos cristãos.



No caso do verso ai, Paulo cita a Lei que diz: "Não ligarás a boca ao boi que debulha".

Mas qual é a relação de bois com remuneração de presbíteros? Porque a necessidade de não ligar a boca ao boi que debulha conforme a Lei significa que devemos remunerar os líderes eclesiástico? Porque as exigências morais de Deus em um casorevelam a aplicação em outros casos cujo princípio é o mesmo.

Bois são animais. Animais tem o direito de não ser malratados e explorados (veja também o quarto mandamento) e portanto tem o direito de receber a recompensa por seu serviço.

Animais são subordinados ao homem (Gênesis 1-2). Se o animal tem a os direitos trabalhistas sendo subordinado ao homem, muito mais o homem que está acima deles tem tais direitos.

Sendo assim, nesse verso Paulo demonstra tanto a continuidade da aplicação moral da Lei quanto a necessidade de refletirmos pra compreendermos a aplicações em âmbitos dos quais a Lei não fala diretamente.



1) A maior parte dos pastores famosos  não entendem o assunto, só superficialmente. Isso não é ensinado na maioria dos seminários. Em nossos tempos o laicismo é um dogma tão universalmente aceito que poucos param pra refletir se é verdadeiro ou mesmo no que significa. Ao lado disso, há muitos textos sem o sentido verdadeiro na cabeça das pessoas mas que as pessoas acham que provam o seu caso sem que ele de fato prove nada. Como o laicismo é um dogma universal, a maioria nem para pra pensar. O motivo pelo qual eu digo que eles não entendem do assunto é que, entre aqueles que pararam pra falar um pouco sobre o assunto, só falaram contra espantalho. Poucos são os teólogos modernos que entendem de fato o funcionamento das leis mosaicas, inclusive entre os melhores pregadores. Por isso muitas vezes atacam um homem de palha.

Eu vou dar dois exemplos aqui...



Aqui John Piper, como um verdadeiro profeta de Deus - na tradição de João Batista - confronta Obama por ser cúmplice de infanticídio de milhões de bebês por meio do aborto:



A partir do 0:47, ele começa a acusar o Obama de ser cúmplice de assassinato.


Ao mesmo tempo, John Piper é a favor da pena de morte:
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http://www.desiringgod.org/resource-library/ask-pastor-john/do-you-believe-in-capital-punishment
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Ele é a favor da pena de morte pra assassinos, por exemplo.



Uma pergunta é:

Por qual motivo quando é alguns assuntos, a Bíblia tem que ser o padrão a ser seguido pelo governo e em outros assunto, a Bíblia não tem nada a ver com o governo? Por qual motivo quando é pra falar de aborto, casamento gay e pena capital pra assassinos, John Piper diz que o governo tem que seguir a Bíblia, mas se eu falar em outros assuntos também tratado lá, ele argumenta que são coisas separadas como ele faz aqui:
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http://www.desiringgod.org/resource-library/articles/dominion-theology-or-reconstructionism
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E outra pergunta é:
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Se aborto é assassinato e assassinato deve receber pena de morte, por qual motivo, não há uma defesa completa da aplicação da pena de morte contra abortistas se elas são culpadas de assassinato?
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Essas perguntas nunca são respondidas. Dependendo do assunto, eles te dirão que a Bíblia tem a ver com o governo ou não. Se for aborto, casamento gay ou legalização de drogas, o governo precisa obecer a Deus. Se for homossexualidade, o governo é independente de Deus.

Fica dificil entender.



Segundo motivo:

2) A maioria confunde teonomia com qualquer forma de teocracia. Existem muitas formas de teocracia e é um erro colocar tudo no mesmo saco. Mas muitos críticos colocam como se fosse tudo a mesma coisa. E com base nisso, usam exemplos de ruins na História pra atacar a teonomia. Isso normalmente causado pelo primeiro motivo que eu citei. Não entendem muito bem o sistema mosaico.



Como disse o velho e sábio Salomão:

"Nos lábios do rei se acha a sentença divinaa sua boca não transgride quando julga... Abominação é aos reis praticarem impiedade, porque com justiça é que se estabelece o trono". - Provérbios 16.10,12