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quarta-feira, 16 de junho de 2010
A Certificação do Espirito Santo para Salvação
EFÉSIOS 1:3-14
"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo.
Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado.
Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento. E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, ou seja, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos.
Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade, a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória. Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa. Ele é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória."
De acordo com a pré-ordenação de Deus, ele salvaria os judeus e gentios eleitos da mesma forma – dando-lhes fé no evangelho de Jesus Cristo. Como Paulo escreve em outro lugar: “Prevendo a Escritura que Deus justificaria pela fé os gentios, anunciou primeiro as boas novas a Abraão: 'Por meio de você todas as nações serão abençoadas'” (Gálatas 3:8). Embora os judeus fossem cronologicamente “os primeiros a esperar em Cristo” (Efésios 1:12), os gentios “também foram inclusos em Cristo ” por ouvir e crer no evangelho (v. 13).
Então, Paulo diz: “Tendo crido, vocês foram marcados nele com um selo, o Espírito Santo prometido” (Efésios 1:13). No mundo antigo, um selo era frequentemente aplicado a uma carta, um documento legal, um pedaço de propriedade, ou a uma carga importante com o objetivo de protegê-la, e para servir como uma prova de posse ou autenticidade. Uma carta ou carga selada queria dizer que ela só poderia ser aberta pelo receptor designado, e dependendo da pessoa cujo selo marcava o item, quebrar ilegalmente um selo poderia resultar em graves conseqüências.
A Escritura ensina que quando cremos no evangelho, Deus nos sela com o seu Espírito Santo. Fazendo assim, ele declara oficialmente que somos propriedade dele e que ele nos protege, e que não devemos pertencer a ninguém mais. E nós fomos também selados para um propósito, e isso pelo selo de Deus. Como Paulo escreve mais tarde na carta: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção” (4:30). Portanto, o selo de Deus sobre nós implica que, por seu divino poder e autoridade, ele decretou que permaneceremos no estado de fé e graça, e que alcançaremos a finalização da nossa redenção.
De fato, o Espírito Santo, com o qual Deus nos selou, “é um depósito garantindo a nossa herança” (v. 14). Um “depósito” refere-se a um sinal ou primeira prestação, fornecida pelo comprador, para significar sua intenção de completar a compra e reservar o item, de forma que ele se torne indisponível para qualquer outro comprador.
No mundo comercial de hoje, é possível que o depósito de alguém se perca, caso ele não mais deseje o item ou se ele não puder fornecer o restante do dinheiro; contudo, parece que naquele tempo o “depósito” se referia a um pagamento parcial ou uma promessa garantindo que o pagamento total ocorreria. Em todo caso, o uso de “depósito” por Paulo não indica nada mais do que um mero gesto de intenção de Deus, pois ele explicitamente declara que ele é uma garantia de que Deus completará o que ele já iniciou em nós. Paulo repete isso em uma de suas cartas aos coríntios, dizendo: “Ele nos ungiu, colocou seu selo de propriedade sobre nós, e pôs seu Espírito em nossos corações como um depósito, garantindo o que está por vir” (2 Coríntios 1:22) e “Deus é quem nos preparou para esse propósito, dando-nos o Espírito como um depósito, garantindo o que está por vir” (5:5).
Portanto, Paulo ensina que, uma vez que uma pessoa se torna verdadeiramente um cristão, não há possibilidade dele se tornar verdadeiramente um não-cristão novamente; uma vez que Deus dá a uma pessoa verdadeira fé em Cristo, não há possibilidade de que ele perca essa fé (João 10:29). Embora os verdadeiros cristãos frequentemente tropecem, e algumas vezes até mesmo em grandes pecados, é impossível para eles se perderem verdadeira e finalmente (Lucas 22:32). Se uma pessoa verdadeira e finalmente renuncia a fé, então isso pode apenas significar que ela, antes de tudo, nunca foi um verdadeiro cristão, não importa quanto ela pudesse parecer ser um para os outros. Como João escreve: “Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos” (1 João 2:19).
Isso não implica que uma vez que você se tornou um cristão, então você pode constantemente e deliberadamente pecar sem qualquer consideração para com as leis e preceitos de Deus, e ainda se considerar um cristão, pois se você for realmente um cristão, então você não pensará dessa forma. Porque um verdadeiro cristão é alguém que foi internamente transformado por Deus, ele não adotará verdadeira e finalmente um estilo de vida licencioso. Além disso, um verdadeiro cristão que tem temporariamente tropeçado num modo de vida pecaminoso, ficará desprovido da segurança da salvação. Embora ele ainda seja salvo, ele não pode estar certo disso, e essa falta de segurança é frequentemente um dos meios pelos quais Deus costuma restaurar o crente que tropeçou. O curso normal e saudável para um cristão é diligentemente buscar a segurança da sua salvação através da busca de conhecimento e santidade (2 Pedro 1:10).
Algumas pessoas chamam esse ensino de a doutrina da “segurança eterna”, mas eu prefiro “a preservação dos crentes” ou “a preservação dos santos”. Então, alguns a chamam de “a perseverança dos santos”, que não é errado, pois os verdadeiros cristãos de fato perseveram na fé. Todavia, devemos lembrar que perseveramos na fé somente porque Deus nos preserva por seu poder. Como Paulo escreve, no mesmo contexto onde ele menciona o selo e o depósito de Deus: “Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo” (2 Coríntios 1:21; veja também 1 Pedro 1:3-5).
Em conexão com o “depósito”, Paulo nos chama de “possessão de Deus” (v. 14). Isso parece ser uma alusão a como Deus se dirigia à Israel no Antigo Testamento. Por exemplo, Deus diz em Êxodo 19:5-6: “Agora, pois, se vocês me obedecerem diligentemente e guardarem a minha aliança, então, dentre todas as nações, vocês serão minha possessão peculiar. Embora toda a terra seja minha, vocês me serão um reino de sacerdotes e uma nação santa”. Pedro reúne as mesmas expressões usadas aqui e as aplica à igreja: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de possessão exclusiva de Deus” (1 Pedro 2:9, NASB). E ele tinha claramente os crentes gentios em mente quando ele escreve isto: “Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam” (v. 10; veja Romanos 9:23-26).
Em outras palavras, os cristãos gentios são “povo de Deus” tanto quanto os judeus eram, e agora, se um judeu deseja se tornar um do povo de Deus, ele também deve crer em Cristo. Assim, o fato dele simplesmente ser judeu não significa nada: “Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão” (Lucas 3:8). É tempo não somente para os judeus aprenderem isso, mas também para os não-judeus, até mesmo cristãos professos, aprenderem isso. “O Senhor conhece os seus” (2 Timóteo 2:19) – se Deus verdadeiramente nos deu fé em Cristo, então estamos entre os seus eleitos; se estamos entre os seus eleitos, então somos sua possessão especial; e se somos sua possessão especial, então ele nos deu sua garantia de que ele, por sua onipotência, zelosamente nos protegerá e preservará até o dia da redenção.
(Comentário sobre Efésios, páginas 46-48)
FONTE: Monergismo
Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
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