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domingo, 30 de janeiro de 2011

Teorias de Conspiração: Illuminati, Maçonaria, Nova Ordem Mundial

Os Illuminati e a Maçonaria dominam o mundo e estão por trás da nova ordem mundial! A vacina contra a gripe suína é uma farsa e visa coibir o aumento da população mundial. Os americanos capturaram extraterrestres e os mantém vivos numa base secreta chamada Área 51. John Lennon foi assassinado pela CIA. Michael Jackson foi vítima de conspiração da indústria fonográfica. A Xuxa fez pacto com o diabo. Estas são algumas das teorias de conspiração mais conhecidas em nossos dias.




Recentemente deparei-me com alguns artigos e vídeos sobre tais teorias. Algumas chegam a ser plausíveis, nos levando a refletir sobre muita coisa que temos visto na mídia em geral. Outras, porém, além de improváveis, revelam a criatividade mórbida de quem as inventa.



Não duvido de que muito daquilo que nos é contado nas aulas de história nada mais é do que a versão de quem venceu a guerra. Também não duvido que muitos dos dirigentes das nações não passem de marionetes nas mãos das elites. Creio que entre os famosos haja quem tenha feito pactos demoníacos para alcançar o sucesso. Enfim, tudo isso me parece factível, ainda que não seja provado.



O que me incomoda é que tem muita gente se deixando levar por uma onda de factóides conspiratórios, empreendendo uma verdadeira caça às bruxas. Em vez de se preocupar em construir uma sociedade mais justa e transparente, ficam a espreitar em busca de sinais que evidenciem alguma conspiração. Se a logomarca de uma empresa tem um forma geométrica triangular, logo é considerada satanista, simplesmente porque o triângulo lembra pirâmide, usada em cultos ocultistas. Se vêem um arco-íris, lá vêm as suspeitas de que tenha alguma ligação com a agenda gay. Isso acaba se tornando uma obsessão. Produtos são boicotados por sua pseudo-ligação com o ocultismo. Lendas urbanas são engendradas, como aquela que diz que o McDonald’s patrocina o satanismo, ou que a chegada do homem à Lua foi uma farsa, ou que o Elvis ainda vive escondido em alguma ilha do Pacífico.



Pelo amor de Deus! Será que não percebem que isso atenta contra nossa saúde espiritual e emocional?



Não ouso negar que algumas de tais teorias não procedam. Porém isso não pode me distrair do foco. Tenho que prosseguir impulsionado pela certeza de que Deus tem o controle de tudo, inclusive das tentativas humanas ou satânicas de frustar Seus planos.



Tenho que acreditar que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu propósito (Rm.8:28).



Esta era a certeza que norteava a igreja primitiva. Logo na primeira perseguição que sofrera, a igreja se reuniu e em oração declarou:



“Ó Soberano, tu fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há! Tu falaste pelo Espírito Santo por boca do teu servo, nosso pai Davi: ‘Por que se enfurecem as nações, e os povos conspiram em vão? Os reis da terra se levantam, e os governantes se reúnem contra o Senhor e contra o seu Ungido’. De fato, Herodes e Pôncio Pilatos reuniram-se com os gentios e com os povos de Israel nesta cidade, para conspirar contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste. Fizeram o que o teu poder e a tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse. Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente” (At.5:24-29).



Que há conspirações, certamente que há. Mas elas não nos podem demover de nosso propósito central. Há uma conspiração maior do que aquelas engendradas pelos poderosos deste mundo: a conspiração do Reino de Deus.



A passagem usada pelos cristãos primitivos nesta oração foi registrada originalmente no Salmo 2. Na continuidade do salmo, Davi relata a reação de Deus diante das conspirações dos poderosos:



“Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles” (Salmos 2:4).



Em outras palavras, Deus não os leva a sério. Se de fato há treze famílias na terra que detém o poder sobre os governos e instituições financeiras, por mais poderosos que sejam, Deus acha graça e caçoa deles. Nem os Illuminati, nem o Priorado de Sião, ou a fraternidade “Skull and Bones”, devem despertar em nós outra reação que não seja riso. Não passam de um monte de gente boba, estúpida, tentando assegurar seu poder no mundo, mas cujo destino já está selado (1 Co.2:6).



Lembre-se que Ele é quem “remove reis e estabelece reis” (Dn.2:21). Não vou gastar o resto da minha vida preocupado com quem será a besta do Apocalipse ou o Anticristo. Na mesma passagem em que João alerta a igreja sobre o espírito do Anticristo, ele ressalta: “Vós sois de Deus, e já o vencestes, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Jo.4:4).



Mesmo a Besta do Apocalipse está submetida a autoridade do Rei dos reis. Por isso a Escritura afirma que o próprio Deus pôs no coração dos reis que a seguem “o realizarem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus” (Ap.17:17). Isso nos traz segurança. Nosso Deus não é um fantoche nas mãos dos homens, tampouco é pego de surpresa por suas conspirações. Ele tem Sua própria Agenda!



Não sou eu quem vai perder tempo ouvindo discos rodando ao contrário atrás de mensagens subliminares.



Parem de ver o chifre do diabo em tudo e comecem a ver a providência divina conspirando pelo estebelecimento do Reino de Deus entre as nações.



Imagine se a igreja primitiva se negasse a usar as estradas construídas pelo Império Romano, alegando que aquilo era obra do diabo!



Custou anos até que os crentes permitissem que a TV entrasse em suas casas. Pregadores vociferavam de seus púlpitos, ameaçando os crentes com a perda da salvação, caso deixassem que o olho de Satanás entrasse em seus lares.



Tudo isso é meninisse, e se quisermos cumprir nossa missão temos que deixar as coisas de menino.



Sinceramente, acho que a maior cartada que o inimigo tem dado para coibir o avanço da igreja tem sido justamente esta: distrair-nos com suas teorias de conspiração.



Paulo recusou-se a se deixar distrair. A leitura que fazia dos fatos era sempre ressaltando a soberania de Deus e a maneira como as coisas se encaixavam para bem-suceder Seus propósitos eternos.



Imagine se Paulo pensasse como muitos crentes de nossos dias. Ele escreveria da prisão dizendo: Irmãos, o diabo é muito sujo. Olha o que ele fez comigo, usando aqueles judeus para me acusar injustamente, e pressionar os romanos a me prenderem. Tudo foi uma conspiração! Orem e denunciem para abrir os olhos dos outros irmãos.



Mas em vez disso, veja o que ele escreve de dentro da prisão:



“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior avanço do evangelho. De maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriada e de todos os demais. Muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas cadeias, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor” (Fp.1:12-14).



Bem que Jesus advertiu que se nossos olhos fossem bons, tudo ao nosso redor seria luz. O que nos difere do incrédulo não é o fato de nos sucederem coisas boas, enquanto a eles somente coisas más. O que nos difere é a leitura que fazemos da realidade. Temos a certeza de que Deus orquestra todas as coisas, de maneira que, até as que são aparentemente ruins, se tornam revestidas de um novo significado, à medida que nos conduzem na direção da concretização dos propósitos divinos.



Os irmãos de José conspiraram contra ele, mas muito acima de seus planos mesquinhos estava a conspiração divina para elevá-lo ao segundo posto mais importante do Egito, e assim, ajudar a preservar a linhagem da qual viria o Filho de Deus (Gn.45:5-8).



Os presidentes e sátrapas da Babilônia conspiraram contra Daniel, armando um flagrante que forçaria o rei a lançá-lo na cova dos leões. Porém, acima de suas conspirações estava a conspiração divina para elevar ainda mais a Daniel naquele reino. O texto que relata este episódio termina dizendo: “Foi assim que Daniel prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa” (Dn.6:28).



Não sejamos ingênuos, mas também não sejamos obcecados. Mantenhamos nossos olhos fitos no autor e consumador de nossa fé, e não deixemos que nenhuma teoria de conspiração nos distraia do foco.



Em tempo, não me importo com quem está por trás das conspirações, mas com quem está acima de todas elas.



Por: Hermes C. Fernandes

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O que Jesus virá fazer aqui novamente?



Alguns dizem que Ele vem para estabelecer o Seu reino, que segundo eles, coincidiria com o Milênio. Temos, porém, divergido dessa linha de pensamento, por não estar de acordo com as Escrituras, como veremos a seguir.

Jesus inaugurou o Seu Reino na Terra em Seu primeiro advento. Dizer o contrário é acusá-Lo de ter falhado em Sua missão. Jesus não falhou! Sua primeira mensagem foi: “O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus” (Mc.1:15a). E mais:“Se eu expulso demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus”(Lc.11:20). Alguns insistem com a idéia de que o Reino de Deus, pregado e demonstrado por Jesus teve de ser adiado, pelo fato dos homens o terem rejeitado. Tal afirmação não tem qualquer respaldo bíblico. Quem rejeitou o reino foram os judeus, e por conta disso, o reino lhes fora tomado, e entregue a um novo povo, que é a Igreja de Jesus, o povo de Deus na Terra, o embrião da Nova Humanidade (Mt.21:43).

Além do mais, quem disse que a chegada e o estabelecimento do reino de Deus dependem da aceitação de quem quer que seja? Ao enviar Seus discípulos, Jesus avisou-Lhes que muitas cidades os rejeitariam, e que ele, em vez de se abaterem, deveriam anunciar aos seus moradores:

“Até o pó que da vossa cidade se nos pegou sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, que já o reino de Deus é chegado a vós”.

Lucas 10:11

Portanto, independente da aceitação ou não das pessoas, o Reino de Deus é uma realidade presente.

Alguns, não satisfeitos, poderão argumentar: Jesus disse que o Seu reino não é desse mundo! É verdade. Seu reino não pertence a esse mundo. Ele não foi constituído aqui. Ele pertence a outra ordem. Ele não é fruto de contingências históricas, nem de interesses humanos. Não podemos inferir daí que o Seu reino seja algo a ser concretizado apenas na Eternidade. Conquanto Seu reino não seja deste mundo, ele definitivamente é para este mundo. O mundo não é a sua origem, mas é o seu destino. Se não fosse verdade, não haveria sentido na declaração encontrada em Apocalipse, que diz: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo sempre” (Ap.11:15b).

Não nos resta alternativa, se não descartar a idéia de que Jesus virá para estabelecer aqui o Seu Reino, uma vez que isso, Ele já fez em Seu primeiro advento.

Então, com que objetivo Ele virá?

Muitos afirmam convictamente que Ele vem buscar a Sua igreja. Entretanto, por incrível que pareça, não há qualquer passagem bíblica que embase tal afirmação. Talvez até haja algumas que, de primeira mão, pareçam dizer isso. Porém, se dermos uma segunda olhada, verificaremos que não é isso que dizem.
Jamais foi pretensão de Cristo tirar-nos deste mundo. Em Sua célebre oração sacerdotal, Ele pede: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal” (Jo.17:15). Convém lembrar o magnífico Salmo que diz: “Os mais altos céus são do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos dos homens” (Sl.115:16). Particularmente, não creio que tenha havido alguma mudança de planos. Se houvesse, Jesus não teria dito: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt.5:5).

Mas não foi o mesmo Jesus que disse: “Vou preparar-vos lugar” (Jo.14:2)? É verdade. E disse mais: “E se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (v.3).

Como conciliar esta afirmação com o que temos dito até aqui? O fato é que Jesus não estava falando da Sua segunda Vinda, e sim da vinda do Espírito Santo, que falaria em Seu nome, e possibilitaria tal comunhão entre Cristo e Sua igreja, que onde quer que Ele estivesse, ali estariam todos os Seus. Confiramos o texto: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que esteja convosco para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois habita convosco, e estará em vós. Não vos deixareis órfãos; virei para vós. Ainda um pouco e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis. Porque eu vivo, vós também vivereis (...) Se alguém me amar, guardará a minha palavra. MEU Pai o amará, e VIREMOS para ele e nele faremos morada”(vv.16-19,23).
Será que estamos tentando forçar o texto? Acredito que não. O texto fala por si mesmo. Forçar o texto é pinçar apenas uma parte dele, e tentar fazer com que ele diga o que não está dizendo. Está mais do que claro que Jesus está falando da vinda do Espírito Santo, através do qual tanto o Pai quanto o Filho viriam e fariam morada em nós. Convém observar ainda a frase: “Porque eu vivo, vós também vivereis”. Ela encontra eco nas palavras registradas por Paulo: “A vossa vida está oculta com Cristo em Deus” (Cl.3:3b). Nesse mesmo texto, o apóstolo afirma que fomos ressuscitados com Cristo, e que por isso, devemos considerar as coisas de cima, e não as terrenas. Afinal, não apenas ressuscitamos com Ele, mas fomos elevados aos lugares celestiais, e agora, nesse exato momento, estamos lá assentados em Cristo Jesus (Ef.2:6). Ele cumpriu o que nos prometeu. Ele nos levou conSigo, e nos fez assentar nos lugares celestiais, no lugar que Deus nos preparou. Tal verdade é ainda confirmada pelo escritor de Hebreus, que diz:
“Mas tendes chegado ao monte São, à cidade do Deus vivo, à Jerusalém Celestial, e aos muitos milhares de anjos (...) Pelo que, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça”.

Hebreus 12:22, 28a


Em Cristo atravessamos os portões da Cidade Celestial, e tornamo-nos seus habitantes. Portanto, em vez de dizer que Cristo vem buscar a Sua Igreja, melhor seria dizer que Ele virá encontrar-Se conosco visivelmente.
Busquemos, então, nas Escrituras, as razões pelas quais Ele virá ao mundo segunda vez.

1. Ele virá revelar-Se visivelmente à Sua Igreja a ao mundo – Embora Ele esteja conosco todos os dias, conforme o prometido, ainda estamos privados de Sua presença visível. Ao vir nas nuvens dos céus, “todo o olho o verá” (Ap.1:7). Será maravilhoso vê-lO em toda a Sua glória. “Agora”, como disse Paulo, “vemos em espelho, de maneira obscura; então veremos face a face” (1 Co.13:12). Na mesma oração em que Jesus pede para que não nos tire do mundo, Ele também roga ao Pai: “Quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (Jo.17:24). Ver o Senhor será um prazer inefável e inigualável. E não apenas isso. “Quando ele se manifestar”, afirma João, “seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1 Jo.3:2b). A visão beatífica nos proporcionará uma plena transformação. Seremos transfigurados, assim como Jesus o foi no monte, diante dos Seus discípulos.

2. Ele virá concluir a obra da redenção – Até o momento, a redenção está limitada ao nosso espírito. Entretanto, a obra consumada na Cruz abrange também o nosso corpo físico. Essa promessa justifica o fato de gemermos “em nós mesmos, aguardando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm.8:23). Ao despontar nas nuvens do céu, o Senhor Jesus Cristo“transformará o nosso corpo de humilhação, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp.3:21). Em posse de novos corpos, estaremos definitivamente livres, não apenas da condenação e do poder do pecado, mas também de sua malévola presença.

Esta obra de redenção não se limita ao nosso corpo, mas a todo cosmos. Será o tempo da restauração de todas as coisas (At.3:21). Ele não virá destruir o mundo, como pensam alguns, e sim, concluir a obra de restauração iniciada pela Sua Igreja no poder do Espírito Santo. E assim, “a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm.8:21). Será o momento do parto do novo mundo, recriado em Cristo Jesus. Nesse momento, o novo mundo está sendo gerado no útero da atual criação, sob os cuidados da Igreja de Deus, a Nova Humanidade, a Civilização do Reino.
3. Ele virá julgar os vivos e os mortos (At.10:42; 1 Pe.4:5) – O Juízo Final não será um evento à parte da segunda vinda de Cristo. Tanto a Vinda, a ressurreição dos mortos (tanto dos justos quanto dos injustos), e o Juízo Final ocorrerão no chamado “Dia do Senhor”, ou simplesmente “O Último Dia” (Confira João 5:27-29; 11:24). E por quê se diz que Ele vem julgar os vivos e os mortos, se em Sua Vinda todos ressuscitarão? Simplesmente pelo fato de que alguns, ao ressuscitarem corporalmente, já terão experimentado a ressurreição espiritual, quando se sua conversão, enquanto que outros, mesmo ressuscitando corporalmente, continuarão espiritualmente mortos. Embora os verdadeiros crentes em Jesus jamais corram o risco de serem condenados nesse Juízo, não podemos nos esquecer de “todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co.5:10). Expressões como “Tribunal de Cristo”,“Grande Trono Branco”, “Juízo Final” falam de um mesmo acontecimento, que ocorrerá na Vinda de nosso amado Salvador. Não devemos separar esses dois eventos, como fazem alguns. Foi o próprio Jesus quem afiançou: “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. Todas as nações se reunirão diante dele, e ele apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas”(Mt.25:31-32).




dispensacionalista. É tudo muito elegante, bem construído, mas sinceramente, não resiste a um exame mais acurado. Há uma pecinha sobre a qual o prédio inteiro está fundamentado. Se mexermos nela, não fica pedra sobre pedra. O dispensacionalismo está construído sobre a premissa de que Deus tenham dois povos na terra, Israel e a Igreja. É baseado nisso que há a necessidade de duas vindas de Cristo, duas ressurreições, reconstrução do templo em Jerusalém, etc.

Em pensar que a igreja cristã viveu 1800 anos sem esta doutrina...

O problema é que estamos tão condicionados a ela que não conseguimos vislumbrar outras possibilidades interpretativas.


Quando a Escritura afirma que a terra e o céu passarão, está se referindo à ordem neles estabelecida.



Por exemplo: o mundo dos tempos de Noé acabou quando Deus enviou o Seu julgamento através do dilúvio. De Adão a Noé foi estabelecida uma ordem no caos. Por essa ordem, o pecado se multiplicou. Por isso Jesus diz:



“Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos - assim será também a vinda do Filho do homem.”

MATEUS 24:37-39.



Havia uma ordem estabelecida naquele mundo antigo.



Quando Jesus diz que eles comiam e bebiam e se davam em casamento, Ele não está condenando esses costumes, como se fossem pecaminosos. O que Jesus quer deixar claro é que havia uma ordem na sociedade daquela época. Eles não eram seres irracionais. Eles se organizavam em uma sociedade bem ordenada, mas que excluía Deus de seu contexto. Até que Deus enviou o dilúvio e destruiu aquele mundo.

Pedro escreve:



“Deus...não poupou o MUNDO ANTIGO, embora preservasse a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios.”

II Pedro 2:5.



Deus não destruiu o mundo (kosmos), e sim o “mundo dos ímpios”. Aquela ordem social precisava ser desfeita, pois não incluía o Criador. Deus pretendia, através de Noé, estabelecer um novo mundo, uma nova ordem de coisas. Assim também, como foi nos dias de Noé, Deus enviou Seu Filho Jesus para destruir o velho sistema, e edificar, através da Igreja, uma nova humanidade, uma nova civilização.

Pedro ainda escreve:



“Sabei primeiro que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem COMO DESDE O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO. Eles, de propósito, ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a Antigüidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água, e no meio da água subsiste. Por essas coisas também pereceu o MUNDO DE ENTÃO, coberto pelas águas do dilúvio. Mas os céus e a terra que existem agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo...”

II PEDRO 3:3-7.



O “mundo de então”, que foi destruído pelas águas do dilúvio, é uma referência à ordem social e espiritual vigente nos dias de Noé. Da mesma forma, o mundo dos dias de Pedro, e da Igreja Primitiva haveria de perecer. Aquela ordem estabelecida pela Lei Mosaica já estava obsoleta, e por isso, prestes a findar.



De acordo com Pedro, muitos escarnecedores não compreendiam isso. Eles achavam que o fim daquela Era deveria ser uma espécie de cataclismo cósmico, envolvendo todo o mundo material. Pedro, no afã de esclarecer a Igreja acerca disso, procurou mostrar que o fim daquela Era seria semelhante ao fim do mundo pré-diluviano.

Creio que jamais foi a intenção de Deus destruir o Cosmos. Pelo contrário, Sua intenção sempre foi restaurá-lo.


“Mas o dia do Senhor virá como um ladrão. Os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nelas há, serão descobertas. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça.” (II Pedro 3:10-13)



Parece-me que este texto deve ter inspirado muitos filmes de Hollywood . São cenas realmente espetaculares!



Imagine os céus se dissolvendo e passando com grande estrondo! Os elementos ardendo e se desfazendo!



Não seria este texto a prova de que Deus prepara o mundo para viver um colapso? De primeira mão, a resposta parece ser “sim”. Tudo parece indicar que o que Deus tem reservado para o universo atual é a destruição completa. Porém, precisamos avançar, e descobrir o que realmente Pedro deseja transmitir-nos neste texto.



Primeiro, temos que entender o significado da palavra “elementos”. Para os teólogos literalistas, o apóstolo está falando das partículas subatômicas que formam a matéria. Para eles, todo o universo físico vai simplesmente dissolver. O fato é que a palavra “elementos” é a tradução do vocábulo grego stoicheia , que em nenhum texto bíblico é usado em conexão com o mundo físico.

É interessante ressaltar que em todo o Novo Testamento, a palavra “elementos” (stoicheia) sempre é usada em conexão com a ordem da Antiga Aliança. Por exemplo: Paulo usa este termo quando escreve aos Gálatas, defendendo a liberdade cristã oferecida pela Nova Aliança, e combatendo a idéia de que o cristão precisaria guardar a Lei a fim de ser justificado. Ali, ele escreve:



“...Quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão, debaixo dos rudimentos ( stoicheia ) do mundo. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei...Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos”.

GÁLATAS 4:3-5a-9-10.



Combatendo os mesmos princípios legalistas que sorrateiramente queriam adentrar o arraial dos santos, Paulo escreve aos Colossenses:



“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos ( stoicheia ) do mundo, e não segundo Cristo...Se estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo( stoicheia ), por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, como: não toques, não proves, não manuseies?”

COLOSSENSES 2:8,20-21.



Estes textos já são suficientes para comprovar que a palavra stoicheia, usada por Pedro, traduzida em nossa língua por elementos ou rudimentos, não tem nada a ver com o universo físico, e sim, com o sistema da Antiga Aliança, que terminou com a queda do templo em 70 d.C.

Com a queda de Jerusalém, o julgamento de Deus caiu sobre Israel. Aquele foi o fim da Era judaica. A Antiga Aliança havia ficado antiquada, obsoleta, e precisava dar lugar à Nova Aliança (Hb.8:13). O Velho Templo já não suportava mais reformas (a última havia sido feita por Herodes!). Agora, Deus havia edificado um novo templo, feito de pedras vivas, que jamais seria derrubado. Enfim, um novo céu, e uma nova terra.


Em momento algum me posicionei contrário ao arrebatamento em si. O problema é transformá-lo num evento à parte, ou numa primeira fase da volta de Cristo.

De fato, seremos arrebatados, mas isso não se dará numa ocasião distinta da volta de Cristo.


O pós-milenismo não tem nada a ver com as doutrinas espúrias das testemunhas de Jeová. Eles crêem, por exemplo, que apenas 144 mil serão salvos, e outras coisas mais que advém de uma interpretação literal do Apocalipse.



Não é a terra que será destruída, e sim "os que destroem a terra" (Ap.10:18b). Se os amados lerem os dois últimos comentários que fiz, entenderão meu ponto de vista com respeito à passagem onde Pedro diz que os elementos se fundirão, etc.

A Terra e toda o cosmos serão restaurados. Isso é inteiramente bíblico. Lemos em Atos que "convém que o céu O contenha (Jesus) até o tempo da restauração de todas as coisas" (At.3:21). Não diz que Cristo virá o tempo da destruição de tudo, e sim da restauração de tudo.

O novo céu e a nova terra não surgirão do nada como os originais, mas a partir dos que já existem.


Na verdade, não encontramos a palavra "arrebatamento" nas Escrituras, assim como não encontramos a palavra "Milênio".



O texto de Paulo diz que seremos arrebatados, isto é, tomados e levados ao encontro de Cristo que estará vindo nas nuvens do céu.



Não encontro respaldo bíblico consistente para se dizer que Ele nos encontrará e levará para o céu por um período de 7 anos. Primeiro, que no céu não há tempo cronológico como aqui. Um dos termos usados no Novo Testamento para referir-se à Vinda de Cristo é "Parousia". Esta palavra era usada para referir-se à vinda do Imperador a uma cidade. O povo saía ao seu encontro para recepcioná-lo e depois entrar com ele na cidade. Será isso que acontecerá no último dia. Sairemos ao Seu encontro para descermos juntamente com Ele.
Lembrem-se que a Nova Jerusalém descrita no Apocalipse desce do céu para a terra. E Paulo diz que em Cristo céu e terra convergiram.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Paulo e Tiago

Uma das principais armas dos inimigos do evangelho da graça é arrastar Tiago pra dentre de um ringue contra Paulo como se o que um ensinasse o outro negasse, como se ambos ensinassem duas coisas distintas e opostas.

A arma favorita deles é citar a carta de Tiago quando ele diz: "Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé" (Tiago 2:24) e depois citar Paulo dizendo, "concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei". (Romanos 3.28)

E aí? Não estariam os dois aí evidentemente entrando em uma contradição sem saída? Não é esta a prova que ambos pregavam diferentes evangelhos? Qual é solução?

Em primeiro lugar nós temos que entender que usar palavras iguais não significa dizer a mesma coisa se as duas palavras não forem usadas com o mesmo sentido. Pra saber se duas pessoas estão falando a mesma coisa ou se estão falando coisas diferentes não basta verificar que estão usando as mesmas palavras. É preciso também verificar se as palavras estão sendo usadas com o mesmo sentido.
Vamos começar analisando o uso do termo "justificar" que é o ponto principal da questão. "Justificar" significa simplesmente "reconhecer alguém como sendo um justo". Não significa "fazer com alguém seja justo", mas simplesmente reconhecer".

No evangelho de Lucas, por exemplo: "E ele lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação".(Lucas 16:15) O que Jesus reclama aí daqueles que procuravam ser reconhecidos por todo mundo como sendo muito justos quando na verdade eram ímpios e corruptos.

"E todo o povo que o ouviu, e até os publicanos, justificaram a Deus, recebendo o batismo de João". (Lucas 7:29) Em algumas traduções, o que vem aí é "reconheceram a justiça de Deus" o que dá no mesmo. Justificar significa reconhecer como sendo justo. 
Sendo assim, vamos ver o que Paulo diz sobre o assunto.

"Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida; porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça; assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputará o pecado". (Rom 4:1-8)

Sabendo que "ser justificado" significa "ser reconhecido como um justo", não parece ser um contradição afirmar que Deus "justifica o ímpio"? Se é ímpio, como pode estar ao mesmo tempo sendo reconhecido como JUSTO e ainda por cima, por Deus!
 
A resposta é que Deus justifica o ímpio por meio da !

E que diferença isso faz?

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem". (Hebreus 11.1) E também "Deus chama as coisas que ainda não são, como se já fossem"(Romanos 4.17)

Quando Deus justifica o ímpio, o que Deus está fazendo é "chamando a coisas que ainda não são, como se já fossem" e a fé daquele que é assim justificado por Deus é "firme fudamento de sua própria justiça que se espera e a prova de sua própria justiça que não se vê".
 
A santificação do homem de seu estado de impiedade é uma obra exclusiva de Deus e não uma obra do próprio homem. A fé é a plena certeza "que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus..." (Filipense 1:6) já que "o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora".(João 6.37)

Esse é o sentido da justificação em Paulo, uma promessa incondicional da parte de Deus em fazer que o seu eleito seja um justo e por isso ele o chama de justo.
 
Sendo assim, erram terrivelmente aqueles que acreditam que aqueles que foram justificados por Deus podem, de alguma forma, serem condenados. Os que pensam assim negam que a justiça do homem seja uma obra de Deus concedida ao homem e por isso é impossível que não aconteça já que Deus é fiel pra cumprir e cumprirá quando nos apresentar puros e imaculados
 
Agora vamos ver o que diz Tiago:

"Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras...Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada; e se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus. Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé". (Tiago 2.18,21-24)

Em primeiro lugar, nós já vimos que "ser justificado" significa simplesmente ser "reconhecido como justo". Nós já vimos também que em Paulo, ele estava falando em como o homem pode ser recohecido como justo diante de Deus. Mas nós já vimos também que nem sempre quando os textos bíblicos falam em justificação, eles estão falando em ser reconhecido como justo diante de Deus. Em Lucas, por exemplo, nós lemos a respeito de homens reconhecendo Deus como sendo justo.

Mas e Tiago? Do que Tiago está falando?

"Mas alguém dirá: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fém sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras"
 
Tiago está falando nas pessoas mostrarem que de fato são justas e não em serem aceitos por Deus como justo.

Isso fica mais claro quando Paulo cita o caso de Abraão:

"Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada; e se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça..." (Tiago 2:21-23)

Tiago diz que quando Abraão ofereceu Isaque sobre o altar, cumpriu-se a escritura que diz: Creu Abraão em Deus e isso foi lhe imputado como justiça. Se Tiago quisesse dizer que é só quando Abraão fez isso que ele foi justificado diante de Deus pela sua obra ele teria que ser um completo ignorante em relação a ordem dos fatos no livro de Gênesis. Pois no livro de Gênesis, Abraão oferece Isaque sobre o altar no capítulo 18. E é no capítulo 15 que é dito que ele creu em Deus e isto foi imputado como justiça. Tiago não poderia estar aqui dizendo que o que acontece depois foi a causa do que acontece depois. Se no capítulo 15 a justiça já havia sido imputada isso não pode ter sido causado pelo que acontece só no capítulo 18, o sacrificio de Isaque.

A verdade é que quando fala que Abraão foi "justificado pelas suas obras" ele não está falando disso em relação a Deus, pois sobre a relação com Deus, ele mesmo cita o Gênesis que diz que isso ocorreu quando Abraão quando ele simplesmente creu. "Justificado" aí é no sentido que ele acabara de citar: "Mas alguém dirá: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fém sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras". É no sentido das pessoas mostrarem que a sua justiça concedida por Deus é verdadeira. Quando Abraão ofereceu Isaque, ele mostrou pra todos nós o quanto era verdadeira a sua fé na promessa de Isaque daria luz a uma grande nação.
 
Pela fé, Abraão já sabia que Isaque não iria morrer, pois no capítulo 15 Deus já fizera uma promessa a respeito de Isaque. Mas quando ele ofereceu Isaque sobre o altar, ele justificou a sua fé perante todos e mostrou que ela não era falsa, não era morta.
 
o homem tem que viver conforme aquilo que a sua fé afirma. É pela sua vida vivida conforme a sua fé que ele mostra que o que ele diz ser é verdadeiro. O que ele diz aí, é o que Paulo diz no seguinte:

"Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" (Romanos 6.16)
"O pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais de baixo da lei, mas de baixo da graça". Aqui Paulo estabelece a base da esperança do cristão. Como ele vai falar no capítulo 8, "em esperança somos salvos". Aqui ele fala qual é a base desta esperança, a saber, a certeza de que "o pecado não terá domínio sobre vós". É a promessa inabalável de Deus de libertar os seus do pecado. Com base nessa promessa, os filhos de Deus sabem, com antecipação, que Deus operará neles infalivelmente a libertação final de todo o pecado. Isso não é uma realidade já tangível para nós, mas é algo que sabemos pela fé. A fé na promessa de Deus de que "o pecado não terá domínio sobre vós".

E aí vem o motivo pelo qual o pecado temos a certeza de que o pecado não poderá ter domínio sobre nós: "porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça". Pelas palavras "lei" e "graça", Paulo lança nossos olhos para os dois pactos, o pacto do sinai e o pacto da cruz. Por "lei", Paulo se refere ao seguinte princípio estabelecido pelo Pacto Sinai: "Guardareis, pois, os meus estatutos e as minhas ordenanças, pelas quais o homem, observando-as, viverá". (Levíticos 18.5)
 
A essência do Pacto da Lei do Sinai era que a promessa de vida estava condicionada a capacidade do indivíduo de observar os mandamentos de Deus. Se o indivíduo cumprisse tal requerimento do Pacto, então ele era justificado. Se ele não cumprisse, ele era condenado.

Mas veja como, já no deserto, Deus colocou o Pacto da Graça diante de seus olhos:

"Depois que o Senhor teu Deus os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu nesta terra para a possuir. Porque pela iniqüidade destas nações é que o Senhor as lança fora de diante de ti. Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela iniqüidade destas nações o Senhor teu Deus as lança fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o Senhor teu Deus te dá esta boa terra para a possuíres, pois tu és povo de dura cerviz. Lembra-te, e não te esqueças, de como provocaste à ira o Senhor teu Deus no deserto; desde o dia em que saíste da terra do Egito, até que chegaste a este lugar, foste rebelde contra o Senhor". (Deuteronômio 9.4-7)

Segundo o Pacto da Lei que acabara de ser estabelecido, o povo não tinha o direito de receber a herança da terra, pois eles havia sido um povo rebelde desde o dia em que saíram do Egito. É aí que Deus manifestou a sua graça a parte da Lei e os introduziu na terra mesmo assim! Parafraseando Romanos 6.14, o pecado não teve domínio sobre eles, pois Deus os retirou debaixo da Lei e os colocou de baixo da graça.
 
E porque Deus fez isso?

"para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó...", isto é, por causa da promessa que havia sobre eles!

E aqui nós temos um ponto interessante que eu havia discutido no outro tópico sobre a identidade do verdadeiro Israel...

Veja, irmão, que não foram todos os israelitas que foram introduzidos na terra... Muitos caíram mortos no deserto como punição de seus pecados. Mas eu lhe pergunto... Esse que foram livres de tal punição não eram pecadores? O que diz as Escrituras? "Depois que o Senhor teu Deus os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu nesta terra para a possuir". Veja que os que morreram, morreram pelo pecado... E os que foram salvos, o foram não pela ausência de pecado, mas pela graça...

Graça esta prometida aos pais, Abraão, Isaque e Jacó...

E isso prova que: "Não que a palavra de Deus haja falhado. Porque nem todos os que são de Israel são verdadeiramente israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filhos... não são os filhos da carne que são filhos de Deus; mas os filhos da promessa são contados como descendência".(Rom 9:6-8)

Pois se todos os filhos biológicos de Abraão fossem considerados os herdeiros da promessa, ele não teria dito somente sobre uma parte que "Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela iniqüidade destas nações o Senhor teu Deus as lança fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó". veja que a promessa é considerada como estando de pé, quando é cumprida com o remanescente, pois são estes e nem todos os que são os verdadeiros herdeiros da promessa.
 
Pois ao testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não invalida, de forma a tornar inoperante a promessa. Pois se da lei provém a herança, já não provém mais da promessa; mas Deus, pela promessa, a deu gratuitamente..." (Gálatas 3:17-18)
Veja o exemplo dos judeus herdeiros da promessa no deserto... Veja como mesmo sendo transgressores da Lei, a Lei não tornou a promessa inoperante, mas Deus pela promessa a deu gratuitamente!

Assim nós então, que somos também herdeiros da promessa sabemos que "o pecado não terá domínio sobre nós, porquanto não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça".

Mas veja, irmão, que quando nós falamos de tamanha graça de Deus que nos promete antecipadamente a vitória final, logo surgem aqueles que nos acusam da seguinte forma: "Se o pecado não tem poder de lhe condenar, se a graça está de tamanha forma sobre você que nada pode lhe separar do amor de Deus, então porque é que você não vive em pecado praticando toda sorte de deleites? Se pelo pecado Deus em vez de nos punir, ele manifestou sua graça, "por que não dizemos: Façamos o mal para que venha o bem?" (Romanos 3:8) "Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?".
(Romanos 6.15)
 
O que tais caluniadores não compreendem é que "a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis... Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça". (Romanos 6.16,17,18)

Veja, irmão, que a promessa de Deus de nos fazer livres do pecado, ele começa a operar em nós agora. Graças a ele (e não a nós!!) que tendo sido servos do pecado, somos libertos do poder do pecado por Deus, conforme a sua promessa.

E é aí que nós chegamos a questão de Tiago propriamente dita...

Veja que Paulo diz que "a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis... Isso significa que se alguém se não se apresenta a Cristo em obediência de vida, eu não posso o reconhecer como um servo de Cristo.

Como Paulo vai dzer depois também: Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna".(Gálatas 6:7-8) "Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto não sejais participantes com eles" (Efésios 5:6-7) "Mas agora vos escrevo que não vos comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais". (1 Coríntios 5.11) "Afirmam que conhecem a Deus, mas pelas suas obras o negam, sendo abomináveis, e desobedientes, e réprobos para toda boa obra". (Tito 1:16)
 
Veja que Paulo explicitamente diz que os servos de Cristo podem ser reconhecidos por nós como tal a partir de suas obras, pois "a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis..." Se alguém é servo de Cristo, ele obedece a Cristo e a partir daí reconhece-se que sua profissão de fé não é mentirosa, mas ele é reconhecido como justo diante de todos, não só pelo que ele diz crer, mas também pelas obras.

 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Idolatria e suas consequecias

Romanos 1:23-32


"E trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis.
Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus corações, para a degradação dos seus corpos entre si.


Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.


Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza.


Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão.


Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam.


Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis.


Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam."


O ensinamento católico romano sobre o assunto é definido pelo Concíclio de Trento, Sessão XXV e diz:


986. Quanto às Imagens de Cristo, da Santíssima Virgem e de outros Santos, se devem ter e conservar especialmente nos templos e se lhes deve tributar a devida honra e veneração, não porque se creia que há nelas alguma divindade ou virtude pelas quais devam ser honradas, nem porque se lhes deva pedir alguma coisa ou depositar nelas alguma confiança, como outrora os gentios, que punham suas esperanças nos ídolos (cfr. Sl 134, 15 ss), mas porque a veneração tributada às Imagens se refere aos protótipos que elas representam, de sorte que nas Imagens que osculamos, e diante das quais nos descobrimos e ajoelhamos, adoremos a Cristo e veneremos os Santos, representados nas Imagens. Isto foi sancionado nos decretos dos Concílios, especialmente no segundo de Nicéia contra os iconoclastas.


987. Os bispos ensinem, pois, diligentemente, com narrações dos mistérios de nossa redenção, com quadros, pinturas e outras figuras, pois assim se instrui e confirma o povo, ajudando-o a venerar e recordar assiduamente os artigos de fé. Então sim, grande fruto se poderá auferir do culto das sagradas Imagens, não só porque por meio delas se manifestam ao povo os benefícios e as mercês que Deus lhes concede, mas também porque se expõem aos olhos dos fiéis os milagres que Deus opera pelos seus Santos, bem como seus salutares exemplos. Rendam, assim, por eles graças a Deus, regulem a sua vida e costumes à imitação deles e se afervorem em adorar e amar a Deus, fomentando a piedade. Se alguém ensinar ou pensar de modo contrário a estes decretos — seja excomungado.
 
As Escrituras não falam contra todo tipo de pintura, escultura, imagens, etc.


Fala contra as pinturas, esculturas, imagens no contexto de servir de instrumento de e meio de culto...


Eu, por exemplo, tenho uma foto minha aqui no orkut. Mas não estou de baixo da crítica bíblica, pois a minha foto aí ao lado não serve como instrumento/meio de culto mais para ilustrar aos visitantes do meu perfil como eu sou fisicamente...


No caso do catolicismo romano, esse não é o caso...
Como diz o Concílio de Trento, "a veneração tributada às Imagens se refere aos protótipos que elas representam, de sorte que nas Imagens que osculamos, e diante das quais nos descobrimos e ajoelhamos, adoremos a Cristo e veneremos os Santos, representados nas Imagens" e também, "grande fruto se poderá auferir do culto das sagradas Imagens"...


O Concílio tenta se justificar afirmando que o culto que eles prestam não é como no caso dos gentios, pois no caso deles, as imagens servem como instrumento de represetação física e tangível daquilo que se cultua, não atribuindo a divindade as próprias imagens, mas como protótipos, tendo as imagens somente como meios de culto...

O problema dessa justificativa é que pra se diferenciar da prática dos gentios, ela cria uma falsa representação do culto pagão...

Acontece que quando os gentios cultuavam suas imagens, eles também não acreditavam que as imagens eram suas próprias divindades, mas igualmente viam as imagens como protótipos para servir de instrumento de culto...
O Concílio diz que o catolicismo romano se diferencia dos gentios pagãos por isso, isso aquilo, como se os gentios também não diferenciavam a divindade da imagem da mesma forma... Além disso, o Concílio tenta se justificar dando a entender que a crítica bíblica era contra cultuar os deuses falsos por meios de imagens, mas não sobre o culto ao Deus verdadeiro...
Nesse sentido o problema não seria o culto por imagens em si mesmo por meio de imagens, mas o culto a deuses falsos por meio de imagens...

Isso não confere pelo seguinte
 
"Guardai, pois, com diligência as vossas almas, porque não vistes forma alguma no dia em que o Senhor vosso Deus, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; para que não vos corrompais, fazendo para vós alguma imagem esculpida, na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou de mulher; ou semelhança de qualquer animal que há na terra, ou de qualquer ave que voa pelo céu; ou semelhança de qualquer animal que se arrasta sobre a terra, ou de qualquer peixe que há nas águas debaixo da terra; e para que não suceda que, levantando os olhos para o céu, e vendo o sol, a lua e as estrelas, todo esse exército do céu, sejais levados a vos inclinardes perante eles, prestando culto a essas coisas que o Senhor vosso Deus repartiu a todos os povos debaixo de todo o céu". (Deuterômio 4.15-19)


O argumento aí é...


Deus não apareceu em forma nenhuma quando se manifestou ao povo para que o povo não associasse ele a alguma figura para que fizesse uma imagem daquele figura que estava associada a Deus e assim prestasse culto a ele, por meio daquela imagem que estaria representando ele...


A referência ao homem, mulher, animal, estrelas, sol, lua, etc. eram as diversas formas no qual Deus poderia se manifestar se quisesse, mas manda lembrar que não o fez para que o povo não se corrompesse ao querer fazer uma representação de Deus com imagem na forma que viram e assim usar tal representação como objeto de culto...


Veja então que o problema não era só cultuar deuses falsos por meio de imagens, mas também o culto ao Deus verdadeiro
 
Fotos, figurinhas de jogadores de futebol, pinturas, escultas, etc. não são em si mesmos pecados, mas somente quando se tornam instrumento de culto...
A exceção é Deus que não pode ser retratado em qualquer circunstância nem mesmo como enfeite ou ilustração...
 
Por exemplo...


Há algum tempo eu fiquei preso no transito na cidade de Saqurema por uma hora porque estava ocorrendo uma procissão em honra a Nossa Senhora de Nazaré (eu acho que era de Nazaré... naum tenho certeza absoluta... mas acho que era)...


A imagem veio do nordeste especificamente para essa procissão...


As pessoas andavam atrás da imagem querendo tocar, rezando pra ela, etc.


A primeira questão é... Por que a imagem teve que sair do nordeste pra vir pra cá?


Porque acreditam que há algo de especial com aquela imagem específicamente... Algum mais espiritual, talvez até divinno naquela imagem...


Em segundo lugar... Porque estavam chamando Maria de "Nossa Senhora" ao lado de "Nosso Senhor Jesus Cristo"... Não há um único Senhor e nenhum outro?


Em terceiro lugar... Tal imagem não era evidentemente um objeto de culto a uma criatura onde só o Criador deve ser cultuando?


Em quarto lugar... Maria, a Senhora é onisciente e onipresente para ser cultuada?
 
Voce ve milagres e prodigios? Mas porque você presume que Deus operando poderosamente significa que ele esteja legitimando tudo o que acontece na instituição no qual ele opera?




Deus operou poderosamente no templo e em meio a sinagogas quase inteiramente apostatas no tempo de Jesus sem que ele estivesse legitimizando os erros ali...


Deus atende quem quer que o invoque de coração, idependente de onde esteja... Mas somente legitimiza o poder e a autoridade e a verdade dele e de nada mais... Aqueles que reconhecem Deus como verdadeiro precisam passar a defender essa verdade e assim submeter tudo ser moldado pela verdade de Deus...
Se um católico romano invoca a Deus por Jesus Cristo com todo o seu coração, é evidente que ele será atendido, pois Deus atende a todos os que o chamam de verdade... Mas isso não significa que Deus esteja legitimizando tudo o que a sua instituição diz... Ele só está cumprindo com a sua Palavra que é não desamparar todos os que chamam o seu nome... E ele não poderá deixar de ser verdadeiro também no resto de sua Palavra em tudo aquilo que está em erro em relação a ela...
 
Mas não podemos nos esquecer que o Diabo também tem os seus sinais e prodígios...
Não foi só Moisés que transformou a cara em serpente... Os magos do Egito também...
Jesus mesmo avisou sobre os sinais e prodígios que os falsos profetas fariam...
O simples fato de ocorrer algo poderoso não significa que vem de Deus... O que iria determinar é se o tal veio por meio daquilo que é correto diante de sua Palavra...
Se é por Deus, por meio de Jesus Cristo, para a sua glória somente, certamente vem de Deus, não importa quem tenha invocado o seu nome, nem que seja um católico romano ou um espírita ou quem quer quem seja... Pois Deus é fiel em sua Palavra te dar ouvidos a todos que o chamam de coração sincero...


Mas se é algo que serve para legitimizar um erro, devemos nos apartar, nem que faça chover pão do céu todos os dias...
 
"Qualquer gesto ou forma de pensar que atribua e reconheça na criatura qualquer um dos atributos ou tipo de devoção que é devido somente ao Criador".




Eu acredito que isso não está restrito ao âmbito religioso, mas também ao âmbito secular. Jesus avisou: "Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro". (Lucas 16.13)


No caso do catolicismo romano, eu creio que o que aconteceu historicamente foi uma prática saudável que existiu mas que acabou passando dos limites e se tornando um terrível problema...
Jesus diz:
"Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus". (Mateus 5.13-16)


Jesus está falando aí sobre a necessidades dos cristãos servirem como exemplos de santidade para aqueles que estão ao seu redor. A santidade na vida do cristão é a manifestação da glória de Deus que se manifesta nele como um instrumento. Isso conduz os homens a glorificarem ao Pai que está nos céus (do qual é a luz e o sabor de quem os santos refletem).
Lemos também nas Escrituras:


"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho".
(Hebreus 11:1-2)


Em seguida, o autor dá inúmeros exemplos de santos do passado, de como alcançaram bom testemunho por da fé


Então, mediante isso, eu creio que podemos chegar a uma conclusão de um tratamento correto que devemos dar aos santos mortos...
Devemos lembrar daqueles que se destacaram no testemunho da fé, tendo eles como exemplos e modelos de fidelidade. É claro que não podemos deixar de reconhecer que também eram pecadores. Jesus Cristo é o único homem sem pecado. Os demais devemos ter como grandes exemplos, sem deixar de reconhecer suas falhas como homens limitados que eram.
Afinal, qual cristão não gostaria de ter uma mãe como Maria, cheia de graça, bem aventurada entre as mulheres? Quem não gostaria de ser abençoado com um esposa como José foi? Qual cristão não gostaria que sua igreja tivesse um pastor como da estirpe João? Ou que tivesse o entendimento de Paulo? ? Ou ter a sabedoria que recebeu Salomão? Ou o talento poético de Davi em suas orações? Ou ter a fé de Abraão?
Reconhecê-los é glorificar a Deus, pois o que eles foram foi pela graça de Deus somente. Como disse Paulo:
"Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo".(1 Coríntios 15.10)



Agora o problema surge quando passamos desse limite e vamos além do que é autorizado pela Palavra de Deus...


Pois as Escrituras dizem:


"Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer- se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno". (Hebreus 4.14-16)




"(como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem. O qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência; e sem se enfraquecer na fé, considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre de Sara; contudo, à vista da promessa de Deus, não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que Deus tinha prometido, também era poderoso para o fazer. Pelo que também isso lhe foi imputado como justiça. Ora, não é só por causa dele que está escrito que lhe foi imputado; mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação". (Romanos 4.17-25)


Quando um homem clama ao espírito de um cristão morto para interceder por ele diante de Deus, seja Maria, sejam os demais santos, ele não faz isso porque ele acredita que tais santos tenham mais méritos diante de Deus do que ele, que ele julga ser um pecador indigno de acessar a Deus com tanta ousadia ou mesmo de sequer ser atendido por Deus diretamente?


Tal posicionamento pode verdadeiramente ter uma aparência de humildade e de sabedoria... O homem reconhece que é pecador e indigno de Deus... Mas na verdade é só uma humildade e sabedoria travestida...
Pois Jesus Cristo morreu e ressuscitou exatamente para que por seus méritos os pecadores tivessem acesso completo e irrestrito a Deus...


Reconhecer a própria indignidade e pecaminosidade é certamente uma atitude cristã e louvável... Mas ao resolver esse problema se refugiando nos méritos dos santos o homem demonstra grande desprezo pela obra de Jesus Cristo na cruz!


Pois foi exatamente para isso que Jesus morreu!


"foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação..."(Romanos) e por isso, "Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça"(Hebreus)


Em sua obra, "As Glórias de Maria", o Santo Afonso de Ligório escreveu:


"O Pai Eterno designou Jesus Cristo, o Rei de Justiça e o fez Juiz do mundo inteiro. Comentando isso, um intérprete diz: "Senhor, você deu justiça ao seu Filho, porque você deu misericórdia para com a Mãe do Rei. Ernest, o Arcebispo de Praga, também diz que o Eterno Pai deu ao Filho o ofício de julgar e punir e à sua Mãe o ofício de piedade e conforto.


São Bernardo pergunta por que a Igreja chama Maria de "Rainha de misericórdia". E ele responde que é porque nós acreditamos que Maria abre os cofres da misericórdia de Deus para quem ela quiser, quando quiser, e como ela quiser. Não importando quão perverso é um pecador que está perdido enquanto Maria o protege".


Há outras citações que eu poderia colocar desse livro, mas creio que isso é suficiente para ilustrar toda a idéia que rege o conceito de invocação dos santos. A idéia é que, Jesus é um juiz severo, inacessível, mas que pelo mérito dos santos, especialmente o de Maria, podemos ter acesso ao perdão.


Há outra forma de descrever isso se não como uma zombaria da obra de Jesus, uma blasfêmia aberta contra o sacrifício de Jesus na cruz, cujos méritos são infinitos e acessíveis a todos que invocam o seu nome?


Quem, tendo o Espírito de Deus, não tremerá da cabeça aos pés ao ouvir tal descrição sendo feita sobre uma criatura depois ouvir das palavras do Criador:




"Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas". (Isaías 42.8)


Não é a glória de Jesus Cristo, o único Senhor e Salvador, que foi pisado, cuspido, humilhado para imputar os seus méritos sobre o seu povo, pisado e maculada toda vez que clamam pelos méritos dos santos para terem acesso a Deus? Quando criaturas são invocadas como fontes de misericórdia?
Isaías no começo do seu livro já fala de um menino:


"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto". (Isaías 9.6-7)


No decorrer ele descreve o ministério desse menino e diz:
"Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam". (Isaías 50.6)


E depois:


"Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca". (Isaías 53.5-7)


Quais outros méritos precisamos nos refugiar além daquele que veio ao mundo da descendência de Davi?


Veja que tal não é uma prática em algum canto obscuro entre alguns romanistas que não ouvem Roma...


É algo ensinado e praticado por todo canto, por toda a terra, a plena luz do dia...


A questão que precisa ser respondida por cada um de nós é:


+ Como Deus vê tudo isso?
+ Qual é a nossa responsabilidade diante da percepção de como ele vê tudo isso?


Reflita

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jesus pode ter nascido em Dezembro!


Sempre que nos aproxima-mos desta quadra, surgem as teorias de conspiração sobre tudo o que rodeiam as celebrações, os símbolos que a identificam e como foi construída toda a festa ao redor da celebração.



A data escolhida colhe a maioria das críticas, além da comercialização ao redor da festa, assim como a perda do significado do natal, ao ponto de haver quem acuse de celebrar o "aniversário" de Jesus, como se fosse isso que estivesse em causa.



Escrevo esta pequena reflexão, porque é da parte da nossa área cristã, de onde surgem as críticas mais ferozes e injustas à celebração do Natal.



Não posso deixar de concordar que alguma parte da mensagem principal do Natal, perdeu-se; melhor dizendo, esbateu-se perante outras figuras e símbolos comerciais, que o interesse econômico impôs.



No, entanto, não são os exageros ou erros que me farão desviar da responsabilidade cristã em festejar uma das mais importantes datas do cristianismo.



A ÁRVORE



Uma das críticas que mais surge, o uso da árvore da natal como símbolo, atrai uma parafernália de suspeições e disparates.



Não vou discutir a possibilidade de origens pagãs que alguns invocam, não que consigam relacionar com o nosso uso do pinheiro de natal, mas relembrar que, segundo a tradição, foi o gigante da reforma Martinho Lutero que, pela primeira vez trouxe para o seu lar um ramo de abeto o enfeitou com velas e papéis coloridos para celebrar em família a data do nascimento de Jesus.



Se conseguirem ligar Lutero a qualquer prática de paganismo ou idolatria, então talvez possamos olhar para o pinheiro de natal desse prisma.



Claro está que para alguns Lutero foi apenas um sujeito que deu uma "mãozinha" para nos emanciparmos do catolicismo doentio em que a cristandade havia caído.



Para reforçar, convido os meus amigos estudiosos da Bíblia, a verificarem quantos encontros com seres celestiais os patriarcas tiveram debaixo de árvores, onde em alguns casos assumiam um significado simbólico de lugar de adoração do verdadeiro Deus.



Como vêem, não precisamos ir às práticas pagãs para encontrar similaridade em alguns símbolos que hoje adotamos.



OS PRESENTES



A troca de presentes, para alguns, também tem origem em todas as religiões pagãs, menos na Bíblia. Dá vontade perguntar se quem afirma tal lê as Sagradas Escrituras.



Não me vou refugiar no fato dos magos vindos do oriente o fazerem - não eram três, nem Reis e não surgiram na noite do nascimento do Salvador - mas oferecer presentes e troca simultânea, era uma prática judaica em certas festividades, as quais ainda hoje algumas delas são mantidas.

Esdras e Neemias incentivaram o povo que se encontrava em lágrimas e profunda comoção, para celebrarem o dia do Senhor com alegria e festa, enviando porções a quem não tinha nada para o fazer.



Se acham hipócrita esta reciprocidade egoísta de troca de presentes - por vezes é - está nas mãos de cada um a oportunidade de fazer diferente. Envie algo a quem nada tem, convide alguém para se juntar a si, construa algo diferente neste natal.



A DATA



A data é talvez o aspecto mais controverso a respeito do nascimento de Jesus. Aprendi desde cedo que esta não seria a data mais apropriada para o fazer, porque seria impossível Jesus ter nascido neste período do ano. (Os pastores estavam no campo, que inviabilizaria a possibilidade de Dezembro)



Não posso garantir que a escolha da data seja inocente, mas não pelas causas que alguns advogam.



Temos uma prática cristã bem enraizada de tomar datas, lugares e símbolos de religiões e cultos pagãos, não para sincretismo, mas demonstrar a superioridade do Deus que adoravam.



Acontece que, de onde menos se esperava surgem agora dados que podem oferecer à data possibilidade verossímil.



O professor S. Talmon da Universidade de Jerusalém, baseado em documentos encontrados em Qumran, conseguiu precisar as 24 ordens cronológicas das classes sacerdotais. A de Abias é que nos interessa, porque com esta ajuda sabemos que o pai de João Baptista, Zacarias, terá servido no templo entre 23 a 25 de Setembro.



Este anuncio da concepção de Isabel que, de acordo com o Evg. de Lucas, nos oferece a precisão cronológica difereniada em seis meses em relação à concepção de Maria, o que aponta o nascimento de Jesus para o mês de Dezembro.



CELEBRAR O NATAL



Seguindo o significado etimológico da palavra natal temos o que celebramos nesta data: O nascimento do Salvador.



Não é um aniversário, mas a celebração da vinda à terra em forma milagrosa e única - como Kaesman refere; irrepetível - do Verbo que encarnou, para nos salvar.



Deus não podia deixar que este evento fosse deixado ao acaso, por isso, os anjos - em número elevado - visitam os pastores e os convidam a juntar-se aos pais jovens naquela noite.



Não sei se isto lhe é relevante, mas Deus organizar esta festa e alarido, não foi de certo um equívoco ou inocente.



A mim é suficiente para escolher alguma data do ano e lembrar que, em dado momento crucial da História o céu invadiu a terra, ainda que de forma frágil e humilde, alterando para sempre o curso da mesma.



"Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem." Lc.2.14



Posso celebrar o nascimento de Jesus em qualquer altura do ano, mas se à tradição juntar a possibilidade de ser no momento certo, ainda melhor.



Celebrar o natal é celebrar a boa vontade divina que resulta em esperança para a humanidade.



Que me desculpem todos os detratores da festa do natal - aqueles que tentam desvalorizar esta celebração universal, ou os que despem de sentido o significado do mesmo com consumismos descontrolados - mas neste natal, ainda por cima à espera de mais um membro para a família, vou festejar com alegria e com toda a gratidão pela dádiva de Deus ao mundo.



Continuo, e continuarei a celebrar esta quadra com consciência do seu real e verdadeiro valor: A salvação chegou até nós, "porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu..." Is.9.6



Bem-haja



João Pedro Robalo (Título original: Porque festejo o Natal!)