Para entender a importância do Templo visionário de Ezequiel,
devemos ter em mente a ideia conceitual incorporada na estrutura e
serviços do Templo. A essência do Templo é que ele permanece como um
símbolo. Isto é, ele é simbólico da relação pactual de Deus com o seu povo. A
essência do pacto está contida nessa importantíssima promessa: “Eu serei
o vosso Deus, e vós sereis o meu povo”.23 O Templo era o lugar especial
onde Deus habitava entre o seu povo (1Rs 6.12-13; Jr 7.4-7), como ele
tinha feito no Tabernáculo antes (Ex 29.42; 25.22; 30.36). A glória estava
especialmente presente em seu santuário (1Rs 8.11; 2Cr 7.1-2), embora
nenhum Templo pudesse conter seu imenso ser (1Rs 8.27; Is 66.1; Jr
23.24).
Essa ideia está claramente relacionada à visão do Templo de
Ezequiel em 48.35: “O nome da cidade desde aquele dia será: O SENHOR
ESTÁ ALI”. Esse Templo visionário é simbólico da presença gloriosa de
Deus no Reino de Cristo na era vindoura do Novo Pacto. E é de tal forma,
que mesmo adicionalmente definido, ele é simbólico do próprio Cristo.
Cristo é a verdadeira presença de Deus, da qual poderia se ter apenas uma
dica na construção do templo: “A visão do novo templo por Ezequiel é
parte desse padrão profético de uma restauração tão total que excede a
estrutura cerimonial em glória. A restauração de Ezequiel retorna a Davi
no trono, e vê um templo que é um santuário do Paraíso, onde o rio da vida
flui desde o trono de Deus até as árvores cujas folhas são a saúde das
nações”.24
Uma das profecias finais do Antigo Testamento é Malaquias 3.1: “E
de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o
mensageiro da aliança, a quem vós desejais”. Essa vinda é a mensagem do
Novo Testamento: o Senhor veio para “tabernacular” entre nós (João 1.14,
grego; cf. João 1.1; 1 João 1.1-3). Quando chegou, ele foi primeiramente
visitado por pastores, que estavam no campo cuidando das ovelhas do
sacrifício destinadas ao Templo. 25 Quando foi apresentado quarenta dias
após no Templo, ele foi louvado como a “glória do seu povo Israel” (Lucas
2.32) – linguagem refletindo a glória Chekiná de Deus, que evidenciava a
presença de Deus no Templo (Ex 40.34, 35; 1 Sm 4.21-22).
Ele representava tanto a concretização gloriosa do significado do
Templo que aquele que o via, estava vendo ao Pai (João 14.9), pois “nele
habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Ele até
mesmo se transfigurou numa gloriosa demonstração de sua verdadeira
identidade (Mt 17.1-8; Marcos 9.2-8). Consequentemente, ele alegava com
justiça ser maior que o Templo (Mt 12.6), pois é o seu cumprimento, sendo
a própria presença de Deus. De fato, ele é “a pedra que os construtores
rejeitaram”, que “veio a ser a principal pedra” do novo Templo de Deus (Mt
21.42).26
Consequentemente, quando começa o seu ministério profético, ele
para na sombra do Templo terreno e informa Jerusalém sobre essa
gloriosa verdade: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei”, com o
que “falava do templo do seu corpo” (João 2.19, 21), um Templo não feito
“por mãos de homens” (Marcos 14.58). Portanto, ele se oferece aos
homens como o maná celestial, que foi uma vez guardado na Arca da
Aliança no Templo.27 Ele oferece as águas vivas do Templo de Ezequiel (Ez 47; cf. Joel 3.18; Zc 14.8) aos seus ouvintes (João 4.10-15; 7.38-39). Ele é o
“Cordeiro de Deus” sacrificial destinado ao serviço do Templo (João 1.29).
À medida que estabelece o Novo Pacto (Lucas 22.20), ele imprime sobre o
coração dos seus seguidores a Lei de Deus (Jr 31.31-34; 2Co 4.3, 6; Hb 8.8-
11), que era anteriormente guardada nas tábuas de pedra no Santo dos
santos (Ex 25.21; Dt 10.5; Hb 9.4). Dessa forma, quando ele morreu, a era
do Templo é formalmente terminada com o rasgar do véu (Mt 27.51).
Quando fala da destruição absoluta do Templo físico no ano 70 d.C., ele não
dá nenhuma insinuação de sua reconstrução endossada por Deus (Mt
2428).
Cristo, então, é o Templo Verdadeiro. E seu povo, que está em união
mística com ele, é chamado de “santo” (Rm 12.5; 1Co 12.27; Ef 4.12).
Consequentemente, nós que somos o seu povo, também somos designados
como um “templo”.29 Isso é devido à sua presença habitadora entre o seu
povo, de forma que nós, tendo o Templo Verdadeiro dentro de nós,
podemos ser chamados de um templo. Cristo em nós é a esperança de
glória (Cl 1.27). Não somente aquele que é o Templo Verdadeiro está em
nós, mas nós também somos descritos como estando “em Cristo”.30
Dessa forma, a noção profética da reconstrução do Templo (quando
não fazendo referência ao Templo de Zorobabel) fala de Cristo e a
edificação de sua Igreja (Mt 16.18; cf. Zc 6.12-13). Ele mesmo é o
fundamento e a pedra de esquina (1Co 3.11, 16-17; Ef 2.20). Como povo de
Cristo, somos sacerdotes (Rm 15.16; 1Pe 2.5, 9; Ap 1.6) que oferecemos
nossos corpos como sacrifício vivo (Rm 12.1-2) e nosso culto como ofertas
de fragrância aceitável (2Co 2.14-16; Fp 4.18; Hb 13.15-16; 1Pe 2.5). Dessa
forma, “temos um altar, de que não têm direito de comer os que servem ao
tabernáculo” (Hb 13.10). Quanto mais pessoas são convertidas por sua
graça soberana, seu Templo do Novo Pacto cresce pedra após pedra (Ef2.21; 4.12, 16; 1Pe 2.5,9). Como um sábio construtor, Paulo trabalhou
nesse Templo (1Co 3.9-17).
Por meio de uma série de alusões ao Templo e ritual do Antigo
Testamento, Paulo aponta para o Novo Templo de Deus: “E que consenso
tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus
vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos,
diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei
para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-
Poderoso. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos
de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor de Deus” (2Co 6.16-7:1). Assim, como Clowney bem observa,
“devemos reconhecer que isso não é uma espiritualização em nosso
sentido comum da palavra, mas o próprio oposto. Em Cristo está o
cumprimento. Não é apenas que Cristo cumpre o que o templo significa;
antes, Cristo é o significado pelo qual o templo existiu”. 31
Taylor destila bem as idéias básicas da complexa visão do Templo de
Ezequiel: (1) A simetria imaculada da construção retrata a perfeição do
plano de Deus para o seu povo. (2) O detalhe meticuloso dos rituais indica
a centralidade da adoração na era do Novo Pacto. (3) A ideia central do
Templo aponta para a presença permanente de Deus com a sua
comunidade redimida. (4) As águas da vida fluindo do Templo expressam a
operação vivificadora do Espírito Santo na nova era. (5) A distribuição
cuidadosa de deveres levíticos e a partilha da terra falam dos deveres e
privilégios do povo de Deus no futuro.32
Fonte: He Shall Have Dominion, Kenneth L.
Gentry, Jr, ICE (1992), p. 349-360.
31 Clowney, “The Final Temple”, p. 119.
32 John B. Taylor, Ezekiel: An Introduction and Commentary (Tyndale) (Downer's Grove, IL: InterVarsity
Press, 1969), pp. 253-354.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Muito Antes de Lutero: Jesus e a Doutrina da Justificação
por
Dr. John F. MacArthur, Jr.
Introdução
Não há doutrina mais importante para a teologia evangélica do que a doutrina da justificação pela fé somente - o princípio sola fide da Reforma. Martinho Lutero o definia como sendo o artigo que determinava se uma igreja estava de pé ou caindo.
A própria Bíblia coloca sola fide como única alternativa a um sistema de justiça pelas obras que leva à maldição. "Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça"(Rm 4.4,5, ênfase acrescentada). A apostasia de Israel se baseou no seu abandono da justificação somente pela fé: "Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus"(Rm 10.3). Em outras palavras, aqueles que confiam em Jesus Cristo para a justificação pela fé somente recebem uma justiça perfeita que lhes é atribuída. Os que tentam estabelecer sua própria justiça ou misturam fé com obras só recebem o salário terrível que é o devido aqueles que não alcançam o alvo.
Na verdade, a justificação foi a doutrina que acendeu a Reforma. A teologia católica havia negligenciado o assunto por séculos. Roma estava despreparada para responder ao desafio doutrinário dos primeiros reformadores. Por isso, a resposta inicial da Igreja foi desviar o debate para a questão das reformas morais e eclesiásticas. Martinho Lutero ficou frustrado pela relutância de Roma em falar sobre doutrina, especificamente sobre a justificação pela fé. Ele até declarou que teria prazer em ceder ao papa em matérias eclesiásticas se o papa abraçasse o verdadeiro evangelho. Lutero entendeu que todas as ofensas morais e eclesiásticas toleradas pela Igreja foram em última instância resultado do obscurecimento da justificação. A doutrina da justificação somente pela fé teria automaticamente posto fim à venda de indulgências e outros abusos do poder eclesiástico.
Portanto, quando a pregação dos reformadores sobre a justificação pela fé começou a despertar as massas para a verdade da Bíblia, foi inevitável que a Igreja Católica Romana respondesse.
O Evangelho segundo Roma
A Igreja finalmente expôs seus pontos de vista sobre a justificação em meados do século XVI no Concílio de Trento, e muito do trabalho do Concílio visava especificamente colocar a doutrina católica em forte contraste às idéias protestantes. No tratamento dado à justificação, mais do que em qualquer outro ponto, a divergência entre Roma e os reformadores é bem acentuada.
Os Cânones e Decretos de Trento não são meramente a opinião arcaica de alguns bispos medievais. Representam a posição oficial da Igreja [Católica Romana] até o dia de hoje. Todos os concílios católicos subseqüentes têm reafirmado de maneira uniforme os pronunciamentos de Trento. Na verdade, o Segundo Concílio Vaticano dos anos 60 declarou serem essas doutrinas "irreformáveis". Ordena-se a todos os católicos fiéis que as recebam como verdade infalível. Portanto, para entender a doutrina católico-romana da justificação, precisamos retornar ao Concílio de Trento.
Trento não negou abertamente que os crentes sejam salvos pela divina graça. Para dizer a verdade, o Concílio declarou especificamente que "Deus justifica os pecadores pela graça, por meio da redenção que está em Jesus Cristo".(1) Isso, é claro, é um eco de Romanos 3.24. Mas a Escritura vai um passo além do que Trento estava disposto a ir. Romanos 11.6 diz: "E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça". Trento assumiu uma posição que fazia com que as obras fossem parte essencial da justificação. Fazendo assim, ficaram só com uma graça que "já não é graça". Portanto, embora Trento começasse com uma afirmação da graça divina, a doutrina da justificação que descreveu realmente é já um "outro evangelho" que corrompe a graça de Deus.
O Conselho viu a justificação como um processo pelo qual o pecador é realmente tornado justo. Em outras palavras, Trento dizia que a justificação compreende todo o processo de santificação. Segundo o Concílio, a justificação é "não meramente a remissão de pecados, mas também a santificação e renovação do homem interior, pela recepção voluntária da graça e dos dons pelos quais um homem injusto se torna justo".(2)
Além disso, segundo o Concílio, a justificação é um processo que dura toda a vida.(3) Na verdade, o processo se estende além dessa vida e entra na outra. O purgatório é necessário para apagar a dívida toda do castigo eterno:
"Se alguém diz que a culpa é perdoada a todo pecador penitente depois de ter sido recebida a graça da justificação, e que a dívida do castigo eterno é de tal maneira apagada que não fica nenhuma dívida de castigo temporal para ser descontada, seja neste mundo, seja no próximo ou no Purgatório, antes que a entrada ao reino dos céus possa ser aberta - que seja anátema".(4)
Não há garantia alguma de que alguém há de perseverar no processo,(5) e alguns poderão cair pelo caminho e ser perdidos para sempre. Mas "aqueles que, pelo pecado, tiverem caído da graça da justificação recebida poderão ser novamente justificados... pelo sacramento da penitência".(6)
Em outras palavras, as boas obras são necessárias para preservar a justificação, e quando os crentes pecam, precisam ganhar de novo sua justificação por meio de um ritual religioso. Isso é uma negação inconfundível do Sola Fide.
Ao mesmo tempo que prestava falso culto à importância da fé na justificação, Trento declarava que a causa instrumental da justificação (o meio pelo qual é obtida) não é a fé; e sim "o sacramento do batismo".(7)
E dentro desse mesmo raciocínio, o Concílio determinou: "Se alguém disser que a justiça recebida não é preservada e que também não é aumentada perante Deus por boas obras, mas que essas obras são apenas frutos e sinais da justificação obtida, e não a causa desse aumento, que ele seja anátema".(8) Em outras palavras, as obras são necessárias para se obter, preservar e aumentar a justificação. Se as obras não forem acrescidas à fé, a justificação não atinge o seu alvo.
Até mesmo a graça é conferida por meio de obras no sistema católico-romano:
"Se alguém disser que pelos ditos sacramentos ... a graça não é conferida por meio da obra executada, e [disser] que a fé nas promessas divinas sozinha é suficiente para obtenção da graça, que seja ele anátema".(9)
O Concílio emitiu ainda um repúdio à sola fide: "Se qualquer pessoa disser que pela fé somente o pecador é justificado, com o sentido de que nada mais seja requerido para cooperar a fim de obter a graça da justificação... que ele seja anátema".(10) Em outras palavras, Trento decretou que qualquer pessoa que afirme ser justificado com base na fé sozinha sem as obras, será condenada à maldição eterna.
Graça Infundida, e Não Justiça Imputada
Como se notou anteriormente, quando a justificação é misturada com a santificação, a base para a justificação torna-se a justiça imperfeita do próprio pecador, em vez da justiça perfeita de Cristo. Trento reconhecia isso de modo explícito:
"Se alguém disser que os homens são justificados seja pela imputação da justiça de Cristo somente, seja pela remissão de pecados somente, para exclusão da graça e amor que é derramado em seus corações pelo Espírito Santo e que é inerente neles; ou mesmo que a graça pela qual somos justificados é somente o favor de Deus - que ele seja anátema".(11)
Aqui o Concílio estava claramente contradizendo o ensino da Reforma, que a justiça perfeita de Cristo, atribuída como crédito na conta do pecador, é a base mediante a qual nós somos aceitos diante de Deus. Em lugar disso, o Concílio declarou que a graça é infundida no coração do crente, resultando numa justiça que é inerente (i.e, a justiça do próprio crente). Essa justiça inerente - que precisa ser aperfeiçoada pela santificação e purgatório - oferece a base para que sejamos aceitos diante de Deus.
Um outro Evangelho, e Não a Mensagem Bíblica
A Escritura não ensina nada disso. Na verdade, a doutrina católica da justificação é precisamente o que Paulo condenou como sendo "um outro evangelho". De acordo com a Bíblia, Deus "atribui justiça independentemente de obras"(Rm 4.4-6). Paulo considerava todas as outras coisas como lixo e refugo por amor a uma doutrina correta da justificação: "para conseguir a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria que procede de lei, senão mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp 3.8,9, ênfase acrescentada). Isso é um repúdio claro da própria doutrina ensinada pelo Concílio de Trento!
A Bíblia também ensina que a justificação é um ato declarativo de Deus, e não um processo. Jesus prometeu salvação imediata aos crentes: "quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida"(Jo 5.24). Esse versículo afirma claramente que na base da fé somente, os pecadores passam da morte para a vida eterna. A santificação é resultado, não pré-requisito; e o purgatório sequer é mencionado na Escritura. De fato, onde quer que a Bíblia fale da justificação dos crentes, sempre fala de um evento no pretérito que ocorreu no momento da fé: "[Tendo sido] Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo"(Rm 5.1, ênfase acrescentada). "Como agora fomos justificados pelo seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!"(Rm 5.19 NIV, ênfase acrescentada). "Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus"(Rm 8.1, ênfase acrescentada). Nossa justificação é um fato realizado, não um projeto inacabado.
A Bíblia também esclarece que a justificação é pela fé somente, não pela fé mais as obras: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie"(Ef 2.8,9).
A justificação pela fé somente é e sempre foi o único caminho da salvação:
"Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus imputa justiça, independentemente de obras" (Rm 4.3-6).
O que devemos fazer para sermos salvos? A Bíblia responde a essa pergunta nos termos mais claros possíveis: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo"(At 16.31). As obras não fazem parte nenhuma de nossa justificação. A única coisa que pode tornar qualquer pecador aceitável a Deus é o mérito imputado do Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho de acordo com Jesus
É certo que se a justificação pela fé somente é uma doutrina tão crucial, seria de se esperar que a encontrássemos ensinada de maneira clara pelo nosso Senhor. De fato, é precisamente isso que descobrimos.
Embora Cristo não tenha dado nenhuma explicação formal da doutrina da justificação (como fez Paulo em sua Epístola aos Romanos), a justificação pela fé fundamentava e permeava sua pregação do evangelho. Embora Jesus nunca tenha discursado sobre o assunto, é fácil demonstrar a partir do ministério evangelístico de Jesus que ele ensinava a sola fide.
Por exemplo, foi o próprio Jesus quem declarou: “quem ouve a minha palavra e crê...passou da morte para a vida” (Jo 5.24) – sem passar por qualquer sacramento ou ritual, e sem qualquer período de espera ou purgatório. O ladrão na cruz é o exemplo clássico. Mediante a prova de sua tão pequenina fé, Jesus lhe disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”(Lc 23.43). Não foi exigido nenhum sacramento, nenhuma obra, para que ele obtivesse a justificação.
E mais ainda, as muitas curas que Jesus realizou foram evidência física de seu poder de perdoar pecados (Mt 9.5,6). Quando curava, ele com freqüência dizia: “a tua fé te salvou” (Mt 9.22. Mc 5.34; 10.52; Lc 8.48; 17.19; 18.42). Todas essas curas foram lições concretas sobre a doutrina da justificação pela fé somente.
Mas a ocasião única em que Jesus realmente declarou alguém “justificado” oferece o melhor vislumbre para se entender a doutrina conforme ele a ensinou:
"Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros. Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando de pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para a sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado" (Evangelho Segundo Lucas 18.9-14, ênfase acrescentada)
Essa parábola certamente chocou os ouvintes de Jesus! Eles "confiavam em si mesmos, por se considerarem justos" (v. 9) - a definição exata de farisaísmo. Seus heróis teológicos eram os fariseus, que se atinham aos mais rigorosos padrões legalistas. Jejuavam, exibiam suas orações e doação de esmolas, faziam muito mais do que era exigido quando da aplicação das leis cerimoniais que Moisés tinha realmente prescrito. "Quanto à justiça que há na lei", consideravam-se "irrepreensíveis" (cf. Fp 3.5,6).
Contudo, Jesus tinha deixado multidões pasmas quando disse: "se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (Mt 5.20) - seguido de "sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mt 5.48). Não há dúvida de que ele estabeleceu um padrão humanamente impossível, pois ninguém poderia superar a vida rigorosa dos escribas e fariseus.
Em seguida pasmou ainda mais os ouvintes com uma parábola que parecia colocar um cobrador de impostos detestável em melhor posição quanto à espiritualidade do que um fariseu que orava.
A lição de Jesus é clara. Estava ensinando que a justificação é pela fé somente. Toda a teologia da justificação está ali contida. Mas sem entrar em teologia abstrata, Jesus nos pinta o quadro com uma parábola.
Um Ato Judicial de Deus
A justificação do cobrador de impostos foi uma realidade que aconteceu no mesmo instante. Não houve processo, intervalo de tempo, nem medo do purgatório. Ele "desceu justificado para sua casa" (Lc 18.14) - não por causa de qualquer coisa que tivesse feito, mas por causa daquilo que fora feito a seu favor.
Observe que o cobrador de impostos compreendia sua própria falta de capacidade. Ele tinha uma dívida impossível e sabia que não tinha meios de pagá-la. Tudo que podia fazer era se arrepender e rogar por misericórdia. Compare sua oração com a do fariseu arrogante. Que contraste! Ele não recitou o que havia feito. Sabia que mesmo suas melhores obras eram pecado. Não ofereceu fazer nada por Deus. Simplesmente rogou pela misericórdia divina. Estava buscando que Deus fizesse por ele aquilo que ele próprio não podia fazer. Essa é a natureza da "penitência" que Jesus pedia.
Pela Fé Somente
Além disso, esse homem saiu justificado sem fazer nenhum ato de penitência, sem realizar uma só obra meritória que fosse. Sua justificação estava completa sem qualquer uma dessas coisas porque aconteceu só pela fé. Tudo que era neessário para expiar seu pecado e lhe dar perdão já fora feito por ele. Estava justificado pela fé naquele momento.
Repetindo, ele se contrasta totalmente com o fariseu presunçoso, tão certo de que todos seus jejuns e dízimos e outras obras o tornavam aceitável para Deus. Mas enquanto o operoso fariseu continuava não-justificado, o coletor de impostos crente recebia a plena justificação pela fé somente.
Uma Justiça Imputada
Você se lembra da declaração de Jesus no Sermão do Monte "se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (Mt 5.20)? Contudo aqui ele afirma que esse cobrador de impostos - o mais ímpio dos homens - estava justificado! Como um pecador desse pôde obter uma justiça que excedia a do fariseu? Se o padrão é a perfeição divina (v.28), como podia qualquer cobrador de impostos traidor tornar-se justo aos olhos de Deus?
A única resposta possível é que recebeu uma justiça que não era dele próprio (cf. Fp 3.9). A justiça lhe foi atribuída mediante a fé (Rm 4.9-11).
De quem era a justiça que foi atribuída a ele? Só podia ser a justiça perfeita de um Substituto sem defeito, que por sua vez devia suportar os pecados do cobrador de impostos e sofrer penalidade da ira de Deus em lugar dele.
O cobrador de impostos ficou justificado. Deus o declarou justo, atribuindo-lhe a plena e perfeita justiça de Cristo, perdoando-o de toda injustiça, e livrando-o de toda condenação. Depois disso ele se apresentou diante de Deus para sempre na posição de perfeita justiça que tinha sido computada a seu favor.
Esse é o sentido da justificação. É o único evangelho verdadeiro. Todos os outros pontos da teologia emanam desse. Como escreveu Packer: "A doutrina da justificação pela fé é como Atlas: suporta um mundo em seus ombros, o conhecimento evangélico completo da graça salvadora".(12) A diferença entre Roma e os reformadores não está em teimas sob minuciosidades teológicas. Um entendimento correto sobre a justificação pela fé constitui o fundamento do evangelho. Não é possível errar nesse ponto sem corromper junto todas as outras doutrinas. E é bem por isso que todo "outro evangelho" está sob maldição eterna de Deus.
Realmente, não se pode dizer que Lutero tenha inventado a idéia da justificação pela fé somente. Muitos anos antes de Lutero ela foi ensinada por Santo Agostinho, por Paulo, por Jesus e por Moisés. Mesmo remontando ao Jardim do Éden, Adão e Eva perceberam logo após o seu pecado que as folhas da figueira com que tentaram cobrir a vergonha do que fizeram eram deploravelmente inadequadas. O evangelho é dado em Gênesis 3.21 quando Moisés nos diz que Deus os vestiu. Precisavam de algo que não podiam providenciar por si próprios; é Deus dando ao homem aquilo de que carecia para se posicionar na presença favorável dele - esta é a essência do evangelho. Lutero só reafirmou o que os cristãos já compreendem há séculos, que a justificação é pela fé somente.
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Notas
1 Cânones e Decretos do Concílio de Trento, seção 6, cap.6.
2 Trento, seção 6, cap 7.
3 Trento, seção 6, cap. 10.
4 Trento, seção 6, cânone 30.
5 Trento, seção 6, cap. 13.
6 Trento, seção 6, cap. 14.
7 Trento, seção 6, cap 7.
8 Trento, seção 6, cap. 24.
9 Trento, seção 7, cânone 8.
10 Trento, seção 6, cânone 9.
11 Trento, seção 6, cânone 11.
12 Parker, em Buchanan, p.2.
Fonte: Justificação Pela Fé Somente, Editora Cultura Cristã. Copyright 1995, Soli Deo Gloria Publications. Originalmente publicado em inglês com o título Justification by Faith ALONE . Artigo sumariado, reproduzido com autorização da Editora Cultura Cristã.
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Extraído de: http://www.emespirito.hpg.ig.com.br/jesuseajustificacao.htm
Dr. John F. MacArthur, Jr.
Introdução
Não há doutrina mais importante para a teologia evangélica do que a doutrina da justificação pela fé somente - o princípio sola fide da Reforma. Martinho Lutero o definia como sendo o artigo que determinava se uma igreja estava de pé ou caindo.
A própria Bíblia coloca sola fide como única alternativa a um sistema de justiça pelas obras que leva à maldição. "Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça"(Rm 4.4,5, ênfase acrescentada). A apostasia de Israel se baseou no seu abandono da justificação somente pela fé: "Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus"(Rm 10.3). Em outras palavras, aqueles que confiam em Jesus Cristo para a justificação pela fé somente recebem uma justiça perfeita que lhes é atribuída. Os que tentam estabelecer sua própria justiça ou misturam fé com obras só recebem o salário terrível que é o devido aqueles que não alcançam o alvo.
Na verdade, a justificação foi a doutrina que acendeu a Reforma. A teologia católica havia negligenciado o assunto por séculos. Roma estava despreparada para responder ao desafio doutrinário dos primeiros reformadores. Por isso, a resposta inicial da Igreja foi desviar o debate para a questão das reformas morais e eclesiásticas. Martinho Lutero ficou frustrado pela relutância de Roma em falar sobre doutrina, especificamente sobre a justificação pela fé. Ele até declarou que teria prazer em ceder ao papa em matérias eclesiásticas se o papa abraçasse o verdadeiro evangelho. Lutero entendeu que todas as ofensas morais e eclesiásticas toleradas pela Igreja foram em última instância resultado do obscurecimento da justificação. A doutrina da justificação somente pela fé teria automaticamente posto fim à venda de indulgências e outros abusos do poder eclesiástico.
Portanto, quando a pregação dos reformadores sobre a justificação pela fé começou a despertar as massas para a verdade da Bíblia, foi inevitável que a Igreja Católica Romana respondesse.
O Evangelho segundo Roma
A Igreja finalmente expôs seus pontos de vista sobre a justificação em meados do século XVI no Concílio de Trento, e muito do trabalho do Concílio visava especificamente colocar a doutrina católica em forte contraste às idéias protestantes. No tratamento dado à justificação, mais do que em qualquer outro ponto, a divergência entre Roma e os reformadores é bem acentuada.
Os Cânones e Decretos de Trento não são meramente a opinião arcaica de alguns bispos medievais. Representam a posição oficial da Igreja [Católica Romana] até o dia de hoje. Todos os concílios católicos subseqüentes têm reafirmado de maneira uniforme os pronunciamentos de Trento. Na verdade, o Segundo Concílio Vaticano dos anos 60 declarou serem essas doutrinas "irreformáveis". Ordena-se a todos os católicos fiéis que as recebam como verdade infalível. Portanto, para entender a doutrina católico-romana da justificação, precisamos retornar ao Concílio de Trento.
Trento não negou abertamente que os crentes sejam salvos pela divina graça. Para dizer a verdade, o Concílio declarou especificamente que "Deus justifica os pecadores pela graça, por meio da redenção que está em Jesus Cristo".(1) Isso, é claro, é um eco de Romanos 3.24. Mas a Escritura vai um passo além do que Trento estava disposto a ir. Romanos 11.6 diz: "E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça". Trento assumiu uma posição que fazia com que as obras fossem parte essencial da justificação. Fazendo assim, ficaram só com uma graça que "já não é graça". Portanto, embora Trento começasse com uma afirmação da graça divina, a doutrina da justificação que descreveu realmente é já um "outro evangelho" que corrompe a graça de Deus.
O Conselho viu a justificação como um processo pelo qual o pecador é realmente tornado justo. Em outras palavras, Trento dizia que a justificação compreende todo o processo de santificação. Segundo o Concílio, a justificação é "não meramente a remissão de pecados, mas também a santificação e renovação do homem interior, pela recepção voluntária da graça e dos dons pelos quais um homem injusto se torna justo".(2)
Além disso, segundo o Concílio, a justificação é um processo que dura toda a vida.(3) Na verdade, o processo se estende além dessa vida e entra na outra. O purgatório é necessário para apagar a dívida toda do castigo eterno:
"Se alguém diz que a culpa é perdoada a todo pecador penitente depois de ter sido recebida a graça da justificação, e que a dívida do castigo eterno é de tal maneira apagada que não fica nenhuma dívida de castigo temporal para ser descontada, seja neste mundo, seja no próximo ou no Purgatório, antes que a entrada ao reino dos céus possa ser aberta - que seja anátema".(4)
Não há garantia alguma de que alguém há de perseverar no processo,(5) e alguns poderão cair pelo caminho e ser perdidos para sempre. Mas "aqueles que, pelo pecado, tiverem caído da graça da justificação recebida poderão ser novamente justificados... pelo sacramento da penitência".(6)
Em outras palavras, as boas obras são necessárias para preservar a justificação, e quando os crentes pecam, precisam ganhar de novo sua justificação por meio de um ritual religioso. Isso é uma negação inconfundível do Sola Fide.
Ao mesmo tempo que prestava falso culto à importância da fé na justificação, Trento declarava que a causa instrumental da justificação (o meio pelo qual é obtida) não é a fé; e sim "o sacramento do batismo".(7)
E dentro desse mesmo raciocínio, o Concílio determinou: "Se alguém disser que a justiça recebida não é preservada e que também não é aumentada perante Deus por boas obras, mas que essas obras são apenas frutos e sinais da justificação obtida, e não a causa desse aumento, que ele seja anátema".(8) Em outras palavras, as obras são necessárias para se obter, preservar e aumentar a justificação. Se as obras não forem acrescidas à fé, a justificação não atinge o seu alvo.
Até mesmo a graça é conferida por meio de obras no sistema católico-romano:
"Se alguém disser que pelos ditos sacramentos ... a graça não é conferida por meio da obra executada, e [disser] que a fé nas promessas divinas sozinha é suficiente para obtenção da graça, que seja ele anátema".(9)
O Concílio emitiu ainda um repúdio à sola fide: "Se qualquer pessoa disser que pela fé somente o pecador é justificado, com o sentido de que nada mais seja requerido para cooperar a fim de obter a graça da justificação... que ele seja anátema".(10) Em outras palavras, Trento decretou que qualquer pessoa que afirme ser justificado com base na fé sozinha sem as obras, será condenada à maldição eterna.
Graça Infundida, e Não Justiça Imputada
Como se notou anteriormente, quando a justificação é misturada com a santificação, a base para a justificação torna-se a justiça imperfeita do próprio pecador, em vez da justiça perfeita de Cristo. Trento reconhecia isso de modo explícito:
"Se alguém disser que os homens são justificados seja pela imputação da justiça de Cristo somente, seja pela remissão de pecados somente, para exclusão da graça e amor que é derramado em seus corações pelo Espírito Santo e que é inerente neles; ou mesmo que a graça pela qual somos justificados é somente o favor de Deus - que ele seja anátema".(11)
Aqui o Concílio estava claramente contradizendo o ensino da Reforma, que a justiça perfeita de Cristo, atribuída como crédito na conta do pecador, é a base mediante a qual nós somos aceitos diante de Deus. Em lugar disso, o Concílio declarou que a graça é infundida no coração do crente, resultando numa justiça que é inerente (i.e, a justiça do próprio crente). Essa justiça inerente - que precisa ser aperfeiçoada pela santificação e purgatório - oferece a base para que sejamos aceitos diante de Deus.
Um outro Evangelho, e Não a Mensagem Bíblica
A Escritura não ensina nada disso. Na verdade, a doutrina católica da justificação é precisamente o que Paulo condenou como sendo "um outro evangelho". De acordo com a Bíblia, Deus "atribui justiça independentemente de obras"(Rm 4.4-6). Paulo considerava todas as outras coisas como lixo e refugo por amor a uma doutrina correta da justificação: "para conseguir a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria que procede de lei, senão mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp 3.8,9, ênfase acrescentada). Isso é um repúdio claro da própria doutrina ensinada pelo Concílio de Trento!
A Bíblia também ensina que a justificação é um ato declarativo de Deus, e não um processo. Jesus prometeu salvação imediata aos crentes: "quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida"(Jo 5.24). Esse versículo afirma claramente que na base da fé somente, os pecadores passam da morte para a vida eterna. A santificação é resultado, não pré-requisito; e o purgatório sequer é mencionado na Escritura. De fato, onde quer que a Bíblia fale da justificação dos crentes, sempre fala de um evento no pretérito que ocorreu no momento da fé: "[Tendo sido] Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo"(Rm 5.1, ênfase acrescentada). "Como agora fomos justificados pelo seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!"(Rm 5.19 NIV, ênfase acrescentada). "Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus"(Rm 8.1, ênfase acrescentada). Nossa justificação é um fato realizado, não um projeto inacabado.
A Bíblia também esclarece que a justificação é pela fé somente, não pela fé mais as obras: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie"(Ef 2.8,9).
A justificação pela fé somente é e sempre foi o único caminho da salvação:
"Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus imputa justiça, independentemente de obras" (Rm 4.3-6).
O que devemos fazer para sermos salvos? A Bíblia responde a essa pergunta nos termos mais claros possíveis: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo"(At 16.31). As obras não fazem parte nenhuma de nossa justificação. A única coisa que pode tornar qualquer pecador aceitável a Deus é o mérito imputado do Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho de acordo com Jesus
É certo que se a justificação pela fé somente é uma doutrina tão crucial, seria de se esperar que a encontrássemos ensinada de maneira clara pelo nosso Senhor. De fato, é precisamente isso que descobrimos.
Embora Cristo não tenha dado nenhuma explicação formal da doutrina da justificação (como fez Paulo em sua Epístola aos Romanos), a justificação pela fé fundamentava e permeava sua pregação do evangelho. Embora Jesus nunca tenha discursado sobre o assunto, é fácil demonstrar a partir do ministério evangelístico de Jesus que ele ensinava a sola fide.
Por exemplo, foi o próprio Jesus quem declarou: “quem ouve a minha palavra e crê...passou da morte para a vida” (Jo 5.24) – sem passar por qualquer sacramento ou ritual, e sem qualquer período de espera ou purgatório. O ladrão na cruz é o exemplo clássico. Mediante a prova de sua tão pequenina fé, Jesus lhe disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”(Lc 23.43). Não foi exigido nenhum sacramento, nenhuma obra, para que ele obtivesse a justificação.
E mais ainda, as muitas curas que Jesus realizou foram evidência física de seu poder de perdoar pecados (Mt 9.5,6). Quando curava, ele com freqüência dizia: “a tua fé te salvou” (Mt 9.22. Mc 5.34; 10.52; Lc 8.48; 17.19; 18.42). Todas essas curas foram lições concretas sobre a doutrina da justificação pela fé somente.
Mas a ocasião única em que Jesus realmente declarou alguém “justificado” oferece o melhor vislumbre para se entender a doutrina conforme ele a ensinou:
"Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros. Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando de pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para a sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado" (Evangelho Segundo Lucas 18.9-14, ênfase acrescentada)
Essa parábola certamente chocou os ouvintes de Jesus! Eles "confiavam em si mesmos, por se considerarem justos" (v. 9) - a definição exata de farisaísmo. Seus heróis teológicos eram os fariseus, que se atinham aos mais rigorosos padrões legalistas. Jejuavam, exibiam suas orações e doação de esmolas, faziam muito mais do que era exigido quando da aplicação das leis cerimoniais que Moisés tinha realmente prescrito. "Quanto à justiça que há na lei", consideravam-se "irrepreensíveis" (cf. Fp 3.5,6).
Contudo, Jesus tinha deixado multidões pasmas quando disse: "se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (Mt 5.20) - seguido de "sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mt 5.48). Não há dúvida de que ele estabeleceu um padrão humanamente impossível, pois ninguém poderia superar a vida rigorosa dos escribas e fariseus.
Em seguida pasmou ainda mais os ouvintes com uma parábola que parecia colocar um cobrador de impostos detestável em melhor posição quanto à espiritualidade do que um fariseu que orava.
A lição de Jesus é clara. Estava ensinando que a justificação é pela fé somente. Toda a teologia da justificação está ali contida. Mas sem entrar em teologia abstrata, Jesus nos pinta o quadro com uma parábola.
Um Ato Judicial de Deus
A justificação do cobrador de impostos foi uma realidade que aconteceu no mesmo instante. Não houve processo, intervalo de tempo, nem medo do purgatório. Ele "desceu justificado para sua casa" (Lc 18.14) - não por causa de qualquer coisa que tivesse feito, mas por causa daquilo que fora feito a seu favor.
Observe que o cobrador de impostos compreendia sua própria falta de capacidade. Ele tinha uma dívida impossível e sabia que não tinha meios de pagá-la. Tudo que podia fazer era se arrepender e rogar por misericórdia. Compare sua oração com a do fariseu arrogante. Que contraste! Ele não recitou o que havia feito. Sabia que mesmo suas melhores obras eram pecado. Não ofereceu fazer nada por Deus. Simplesmente rogou pela misericórdia divina. Estava buscando que Deus fizesse por ele aquilo que ele próprio não podia fazer. Essa é a natureza da "penitência" que Jesus pedia.
Pela Fé Somente
Além disso, esse homem saiu justificado sem fazer nenhum ato de penitência, sem realizar uma só obra meritória que fosse. Sua justificação estava completa sem qualquer uma dessas coisas porque aconteceu só pela fé. Tudo que era neessário para expiar seu pecado e lhe dar perdão já fora feito por ele. Estava justificado pela fé naquele momento.
Repetindo, ele se contrasta totalmente com o fariseu presunçoso, tão certo de que todos seus jejuns e dízimos e outras obras o tornavam aceitável para Deus. Mas enquanto o operoso fariseu continuava não-justificado, o coletor de impostos crente recebia a plena justificação pela fé somente.
Uma Justiça Imputada
Você se lembra da declaração de Jesus no Sermão do Monte "se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (Mt 5.20)? Contudo aqui ele afirma que esse cobrador de impostos - o mais ímpio dos homens - estava justificado! Como um pecador desse pôde obter uma justiça que excedia a do fariseu? Se o padrão é a perfeição divina (v.28), como podia qualquer cobrador de impostos traidor tornar-se justo aos olhos de Deus?
A única resposta possível é que recebeu uma justiça que não era dele próprio (cf. Fp 3.9). A justiça lhe foi atribuída mediante a fé (Rm 4.9-11).
De quem era a justiça que foi atribuída a ele? Só podia ser a justiça perfeita de um Substituto sem defeito, que por sua vez devia suportar os pecados do cobrador de impostos e sofrer penalidade da ira de Deus em lugar dele.
O cobrador de impostos ficou justificado. Deus o declarou justo, atribuindo-lhe a plena e perfeita justiça de Cristo, perdoando-o de toda injustiça, e livrando-o de toda condenação. Depois disso ele se apresentou diante de Deus para sempre na posição de perfeita justiça que tinha sido computada a seu favor.
Esse é o sentido da justificação. É o único evangelho verdadeiro. Todos os outros pontos da teologia emanam desse. Como escreveu Packer: "A doutrina da justificação pela fé é como Atlas: suporta um mundo em seus ombros, o conhecimento evangélico completo da graça salvadora".(12) A diferença entre Roma e os reformadores não está em teimas sob minuciosidades teológicas. Um entendimento correto sobre a justificação pela fé constitui o fundamento do evangelho. Não é possível errar nesse ponto sem corromper junto todas as outras doutrinas. E é bem por isso que todo "outro evangelho" está sob maldição eterna de Deus.
Realmente, não se pode dizer que Lutero tenha inventado a idéia da justificação pela fé somente. Muitos anos antes de Lutero ela foi ensinada por Santo Agostinho, por Paulo, por Jesus e por Moisés. Mesmo remontando ao Jardim do Éden, Adão e Eva perceberam logo após o seu pecado que as folhas da figueira com que tentaram cobrir a vergonha do que fizeram eram deploravelmente inadequadas. O evangelho é dado em Gênesis 3.21 quando Moisés nos diz que Deus os vestiu. Precisavam de algo que não podiam providenciar por si próprios; é Deus dando ao homem aquilo de que carecia para se posicionar na presença favorável dele - esta é a essência do evangelho. Lutero só reafirmou o que os cristãos já compreendem há séculos, que a justificação é pela fé somente.
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Notas
1 Cânones e Decretos do Concílio de Trento, seção 6, cap.6.
2 Trento, seção 6, cap 7.
3 Trento, seção 6, cap. 10.
4 Trento, seção 6, cânone 30.
5 Trento, seção 6, cap. 13.
6 Trento, seção 6, cap. 14.
7 Trento, seção 6, cap 7.
8 Trento, seção 6, cap. 24.
9 Trento, seção 7, cânone 8.
10 Trento, seção 6, cânone 9.
11 Trento, seção 6, cânone 11.
12 Parker, em Buchanan, p.2.
Fonte: Justificação Pela Fé Somente, Editora Cultura Cristã. Copyright 1995, Soli Deo Gloria Publications. Originalmente publicado em inglês com o título Justification by Faith ALONE . Artigo sumariado, reproduzido com autorização da Editora Cultura Cristã.
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Extraído de: http://www.emespirito.hpg.ig.com.br/jesuseajustificacao.htm
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Filme maravilhoso- à prova de fogo
Seu casamento á prova de fogo.
clique aqui assista online o filme
Toda semana vamos ouvir de casais que estão lutando profundamente em seu casamento. Issues matrimónio como conflitos, stress, intimidade, assuntos, a pornografia são semper avantajado a lista de casais da vida real como você. Muitos jovens estão indo bem e seu casamento está florescendo. Mas muitos estão em profunda dor.
Estes são os tipos de lutas que são abordadas de frente no próximo filme da Sony-Provident à prova de fogo, clique aqui pra ver esse filme online desde os produtores de Enfrentando os Gigantes. Esta é a história do bombeiro Caleb Holt, desempenhado pelo ator Kirk Cameron. Caleb's sete anos de casamento está pendurado no balanço sob as pressões do trabalho, de longa data e um lar argumentos pessoais batalha com a pornografia.
Como o jovem se prepara para entrar processo de divórcio, Caleb o pai de seu filho desafios para fazer um compromisso de 40 dias chamado, "O Amor Dare". Caleb torna-se frustrado por todo o processo e, finalmente, pede que seu pai, "Como eu deveria mostrar seu amor a alguém que constantemente rejeita-me?" Quando seu pai, explica que esse é o amor de Cristo mostra-nos, Caleb faz um compromisso de mudança de vida para Deus. Em seguida, ele enfrenta o seu trabalho cada vez mais difíceis: resgatar a esposa do coração.
Como Diretor de Ministérios Cornerstone Casamento & Família com anos de experiência no trabalho com jovens sobre temas casamento, eu nunca encontrar-se com algo tão forte e tão potente à prova de fogo no sentido de ajudar casais visualizar a exatidão da vida real casamento. Os produtores, escritores e atores fazem um trabalho excepcional, retratando a vida real para muitos jovens de hoje. No entanto, o filme produzido brilhantemente irradia determinação mensagens de fé, esperança e fé, mesmo para aqueles de nós que senti como desistindo em nossos casamentos.
Este filme moveu-me profundamente. Não só por pavimentar memórias - rostos dos casais com quem trabalhei ao longo dos anos -, mas também porque o filme distinto envia mensagens claras para a nossa cultura: "Você pode salvar seu casamento. Não importa quão difíceis as coisas, há esperança. Don Não desista. Vale a pena lutar por ele. "
Para ilustrar o poder eo impacto deste filme sobre sua vida e do casamento, deixe-me compartilhar um testemunho de um homem que assistiram a uma recente análise de fogo:
"Tive o privilégio de assistir a pré-triagem dos que não arde com a minha esposa e nossos 20 anos de idade filho na segunda-feira à noite. Você teria de compreender uma parte da minha viagem e como eu posso referir-se" Caleb "da história. Este filme tocou sendo mais o meu interior, de muitas formas. eu ri, eu chorei, e senti-me Deus que se deslocam dentro de mim. Eu tinha acabado caiu de um ministério área que tenho estado envolvido com a durar vários anos. Acredito em Deus estava a trabalhar comigo durante o filme e "falar" para mim que esta era uma área que ele queria me usar para tocar em outros casamentos. Minha esposa poderiam ter saí há muitos anos atrás, quando eu estava combatendo os demônios na minha vida, mas ela escolheu para ficar. Eu não Não mereço o que ela faz para mim e para a nossa família ".
Pedra angular é proporcionar recursos casamento e aconselhamento aos jovens profundamente impactado pelo filme. Abre à prova de fogo nas salas de cinema 26 de setembro. Diga a todos sabem este fim-de-semana a assistir a abertura agitando expressão de restauração conjugal. Orar com Deus irá sobrepor-nos que esta nação com um sentido renovado da beleza do casamento e renascimento turbinada pelo flagrante determinação para ter o tipo de casamento que ele pretende para todos nós.
Love Is Not a Fight Amor Não É Uma Luta
Love is not a place Amor não é um lugar
to come and go as we please Para ir e vir quando quisermos
It's a house we enter in É uma casa que entramos
then commit to never leave E nos comprometemos a nunca partir
So lock the door behind you Então feche a porta atrás de você
Throw away the key Jogue a chave fora
Work it out together Trabalharemos nisto juntos
Let it bring us to our knees Deixe que nos leve a ajoelhar
Love is a shelter O amor é um abrigo
in a raging storm Numa tempestade furiosa
Love is peace O amor é paz
in the middle of a war No meio de uma guerra
If we try to leave; Se nós tentarmos partir
God send angels to guard the door Que Deus envie anjos para guardar a porta
No, Love is not a fight Não, o amor não é uma luta
but its something worth fighting for Mas é algo que vale a pena lutar
Some love is a word Para alguns amor é uma palavra
that they can fall into. Que eles podem descansar.
But when they're falling out Mas quando dá tudo errado
keeping that word is hard to do É difícil manter a palavra.
Love is a shelter O amor é um abrigo
in a raging storm Numa tempestade furiosa
Love is peace O amor é paz
in the middle of a war No meio de uma guerra
If we try to leave; Se nós tentarmos partir
God send angels to guard the door Que Deus envie anjos para guardar a porta
No, Love is not a fight Não, o amor não é uma luta
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Love will come to save us O amor virá nos salvar
If we'll only call Se nós, simplesmente, o chamarmos
He will ask nothing from us Ele não nos pedirá nada
but demand we give our all Mas exige tudo de nós
Love is a shelter O amor é um abrigo
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Os livros apócrifos (deuterocanonicos)
O livros deuterocanônicas NUNCA haviam sido definidos DOGMATICAMENTE para toda a Igreja Católica como sendo obrigatório que os fiéis aceitassem até o 1546 no Concílio de Trento...
Lutero morreu no dia 18 de fevereiro de 1546. Foi somente no dia 8 de Abril do mesmo ano, no Concílio de Trento, que a a Igreja Católica definiu dogmaticamente, obrigatório que todo católico creia, que tais sete livros deveriam ser reconhecidos como parte do cânon.Mas não entendam aqui que eu esteja dizendo que tais livros não eram reconhecidos dessa forma antes disso. Eles haviam sido reconhecidos dessa forma antes sim. Mas isso não havia sido definido DOGMATICAMENTE e portanto todo católico tinha o direito de decidir entre crer neles como parte do cânon ou não. Então antes das determinações de Trento, nós vamos encontrar muitos nomes de grande reconhecimento no catolicismo que não concordam com as decisões que só posteriormente seria decretado...
Santo Atanásio, por exemplo, escreveu no ano 367 DC, por ocasião da Festa da Páscoa, na (chamada) Espístola 39:
"Há, portanto, 22 Livros do Antigo Testamento, número que, pelo que ouvi, nos foram transmitidos, sendo este o número citado nas cartas entre os Hebreus, sendo sua ordem e nomes respectivamente, como se segue: Primeiro, o Gênesis. Depois, o Êxodo. Depois, o Levítico. Em seguida, Números e, por fim, o Deuteronômio. Após esses, Josué, o filho de Nun. Depois, os Juízes e Rute. Em seguida, os quatro Livros dos Reis, sendo o primeiro e o segundo listados como um livro, o terceiro e o quarto também, como um só livro. Em seguida, o primeiro e o segundo Livros das Crônicas, listados como um só livro. Depois, Esdras, sendo o primeiro e o segundo igualmente listados num só livro. Depois desses, há o Livro dos Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos. O Livro de Jó. Os doze Profetas são listados como um livro. Depois Isaías, um livro. Depois, Jeremias com Baruc, Lamentações e a Carta [de Jeremias], num só livro. Ezequiel e Daniel, um livro cada. Assim se constitui o Antigo Testamento".
Há fontes da salvação em que aqueles que têm sede podem saciar-se com as palavras vivas que contêm. Somente nelas está proclamada a doutrina divina. Que nenhum homem acrescente nada a elas, nem delas se apossem". Mas, para uma maior exatidão, acrescento também, escrevendo para não me omitir, que há outros livros, além desses incluídos no Cânon, indicados pelos Padres para leitura por aqueles recém-admitidos entre nós e que desejam receber instrução sobre a Palavra de Deus: a Sabedoria de Salomão, a Sabedoria de Sirac, Ester e Judite, Tobias, bem como aqueles chamados Ensinamento dos Apóstolos e o Pastor. Quanto aos primeiros, meus irmãos, foram incluídos no Cânon; mas os últimos são apenas para leitura..."
Vemos então que Santo Atanásio agora livros que ele não considerava como parte do cânon bíblico, mas somente útil para a leitura.
Na mesma carta, Santo Atanásio dá entender que ele não era nenhum isolado nesta opinião, mas que a lista que ele dá é a opinião comum:
"Doravante como alguns têm o propósito de assumirem entre eles os livros chamados apócrifos, e misturá-los com a Escritura divinamente inspirada, sobre a qual fomos convictamente instruídos... pareceu-me oportuno a mim impelido por irmãos verdadeiros e tendo a orientação dos primórdios, firmar para vós os livros incluídos no Cânon, transmitidos e confirmados como divinos, com o propósito de que, se alguém cair em erro possa acusar aqueles que o desviaram, e para que aqueles que continuam firmes na verdade possam de novo se alegrarem ao lhes serem tais fundamentos relembrados.
A lista dos livros que Santo Atanásio, no QUARTO século cita como sendo canônicos, ele afirma que está em concordância com a opinião comum de irmãos verdadeiros de seu tempo e que tem a orientação dos primórdios.
Isso, por si só, é suficiente pra desmenter o mito dos reformadores no século 16 retirando 7 livros da Bíblia que eram universalmente reconhecidos como Jerônimo...
"a Igreja lê os livros de Judite e Tobite e Macabeus, mas NÃO OS RECEBE ENTRE AS ESCRITURAS CANÔNICAS, assim também lê Sabedoria e Eclesiástico para a edificação do povo, NÃO como autoridade para a confirmação da doutrina."(Jerônimo, Prefacio aos Livros de Samuel e Reis)
Veja que Jerônimo, de forma alguma, emite uma opinião meramente pessoal, mas relata aquilo que era entendido pela Igreja.
A Enciclopedia Católica New Advent confirma a ópera toda:
Na Igreja latina, através de toda a Idade Média achamos evidência de vacilação acerca do carácter dos deuterocanónicos. Há uma corrente amistosa para com eles, outra distintamente desfavorável para com a sua autoridade e sacralidade, enquanto oscilando entre ambas há um número de escritores cuja veneração por estes livros é temperada por certa perplexidade acerca da sua posição exacta, e entre eles encontramos São Tomás de Aquino. Encontram-se poucos que reconheçam inequivocamente a sua canonicidade". Tanto que a questão só foi resolvida de fato na Igreja Católica depois que a Reforma já havia começado que em plena Reforma tem um monte de bispo e até cardeal que não aceitavam os chamados 'deuterocanônicos" como parte das Escrituras Sagradas canônicas em pé de igualdade com as Escrituras Hebreicas...
O cardinal Cajetan, um contemporâneo de Martinho Lutero, antes do Concílio de Trento acontece é um exemplo...
Em seu livro "Comentário de Todos os Livros Históricos Autênticos do Antigo Testamento", ele diz na conclusão:
"Aqui nós fechamos nossos comentários sobre os livros históricos do Antigo Testamento. Pois o resto (Judite, Tobias e os livros dos Macabeus) são contatos como São Jerônimo como fora dos livros canônicos e são citados como apócrifos junto com Sabedoria e Eclesiástes".
Isso foi escrito pelo Cardeal Carjean em pleno século 16. Evidentemente ele foi corrigido pelo Concílio de Trento logo após a morte de Lutero.
Jerônimo...
"a Igreja lê os livros de Judite e Tobite e Macabeus, mas NÃO OS RECEBE ENTRE AS ESCRITURAS CANÔNICAS, assim também lê Sabedoria e Eclesiástico para a edificação do povo, NÃO como autoridade para a confirmação da doutrina."(Jerônimo, Prefacio aos Livros de Samuel e Reis)
Problemas nos livros apócrifos
Quanto olhamos nas páginas dos livros apócrifos, encontramos vários problemas. Por exemplo, nós os vemos defendendo o uso de magia, onde a fumaça de um coração de peixe sobre brasas expulsa maus espíritos.
Permitem o uso de magia
Tobias 6:4-8, "O anjo disse-lhe: Pega-o pelas guelras e puxa-o para ti. Tobias assim o fez. Arrastou o peixe para a terra, o qual se pôs a saltar aos seus pés. 5. O anjo então disse-lhe: Abre-o, e guarda o coração, o fel e o fígado, que servirão para remédios muito eficazes. Ele assim o fez. 6. A seguir ele assou uma parte da carne do peixe, que levaram consigo pelo caminho. Salgaram o resto, para que lhes bastasse até chegarem a Ragés, na Média. 7. Entretanto, Tobias interrogou o anjo: Azarias, meu irmão, peço-te que me digas qual é a virtude curativa dessas partes do peixe que me mandaste guardar. 8. O anjo respondeu-lhe: Se puseres um pedaço do coração sobre brasas, a sua fumaça expulsará toda espécie de mau espírito, tanto do homem como da mulher, e impedirá que ele volte de novo a eles."
É verdade que a fumaça vinda de um coração de peixe sendo queimado expulsa espíritos malignos? Claro que não. Esse tipo de ensinamento supersticioso não tem lugar na Palavra de Deus.
Ensina o perdão dos pecados através de esforços humanos
Salvação por obras:
Tobias 4:11, "Porque a esmola livra do pecado e da morte, e preserva a alma de cair nas trevas."
Tobias 12:9, "Porque a esmola livra da morte: ela apaga os pecados e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna;"
Dinheiro como oferenda pelos pecados dos mortos:
2 Macabeus 12:43-44, "Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, 44. porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles."
Alguém pode realmente aceitar que dinheiro é uma oferenda pelas pecados de pessoas mortas? Esse tipo de ensinamento supersticioso não tem lugar na palavra de Deus.
Erros Históricos
Judite 1:5, "Ora, no décimo segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor, que reinava sobre os assírios em Nínive, a grande cidade, fez guerra a Arfaxad, e venceu-os".
Baruc 6:2, "Quando chegardes a Babilônia, será para ficardes lá por muito tempo, durante longos anos, até sete gerações. Depois disso, porém, farei com que volteis em paz."
O livro de Judite ensina que Nabucodonosor era o rei dos assírios, sendo que na verdade ele era o rei da Babilônia.
Baruc 6:2 diz que os judeus serviriam na Babilônia por sete gerações, enquanto Jeremias 25:11 nos diz que foram 70 anos. "Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos."
Conclusão
É óbvio que os livros apócrifos têm sérios problemas. De magia e salvação por obras até dinheiro sendo oferecido pelos pecados dos mortos, e fatos históricos claramente incorretos, eles estão cheios de ensinamentos falsos e não bíblicos. Eles não são inspirados por Deus. Da mesma forma, a Igreja Católica Romana, que declaro que os livros apócrifos são inspirados, também não é inspirada por Deus. Isso mostra que a Igreja Católica Romana não é o meio pelo qual Deus está comunicando sua verdade ao seu povo, que o Magistério errou muito, e que a Igreja Católica Romana está cheia de tradições falsas de homens, ao invés da verdade absoluta de Deus.
As bibla foi "montada" no seculo III o novo testamento pelos cristaos primitivos... o velho testameto ja exisia , e Jesus os aprovou na sua vinda, entao no ano 1.546 no Concilio d Tentro foram adicionados pela Igreja catolica os apocrifos a qual nao era reconhecido pelos judeus como inspirados..DÊPOIS DE 13 SECULOS foram adicinados, entao conluimos que nao foi o protestnismo que retirou nada da biblia e sim os catolicos que adicionram material "extra".
terça-feira, 3 de agosto de 2010
A reforma
Introdução
Precursor da Reforma Protestante na Europa, Lutero nasceu na Alemanha no ano de 1483 e fez parte da ordem agostiniana. Em 1507, ele foi ordenado padre, mas devido as suas idéias que eram contrárias as pregadas pela igreja católica, ele foi excomungado.
Idéias e doutrina
Sua doutrina, salvação pela fé, foi considerada desafiadora pelo clero católico, pois abordava assuntos considerados até então pertencentes somente ao papado. Contudo, esta foi plenamente espalhada, e suas inúmeras formas de divulgação não caíram no esquecimento, ao contrário, suas idéias foram levadas adiante e a partir do século XVI, foram criadas as primeiras igrejas luteranas.
Apesar do resultado, inicialmente o reformador não teve a pretensão de dividir o povo cristão, mas devido à proporção que suas 95 teses adquiriram, este fato foi inevitável. Para que todos tivessem acesso as escrituras que, até então, encontravam-se somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela igreja.
Com um número maior de leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou consideravelmente e entre eles, encontravam-se muitos radicais. Precisou ser protegido durante 25 anos. Para sua proteção, ele contava com o apoio do Sábio Frederico, da Saxônia.
Foi responsável pela organização de muitas comunidades evangélicas e, durante este período, percebeu que seus ensinamentos conduziam a divisão. Casou-se com a monja Katharina Von Bora, no ano de 1525, e teve seis filhos.
A reforma
Motivos
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas : abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época.Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
João Calvino: reforma na França
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida).
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido :
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
Precursor da Reforma Protestante na Europa, Lutero nasceu na Alemanha no ano de 1483 e fez parte da ordem agostiniana. Em 1507, ele foi ordenado padre, mas devido as suas idéias que eram contrárias as pregadas pela igreja católica, ele foi excomungado.
Idéias e doutrina
Sua doutrina, salvação pela fé, foi considerada desafiadora pelo clero católico, pois abordava assuntos considerados até então pertencentes somente ao papado. Contudo, esta foi plenamente espalhada, e suas inúmeras formas de divulgação não caíram no esquecimento, ao contrário, suas idéias foram levadas adiante e a partir do século XVI, foram criadas as primeiras igrejas luteranas.
Apesar do resultado, inicialmente o reformador não teve a pretensão de dividir o povo cristão, mas devido à proporção que suas 95 teses adquiriram, este fato foi inevitável. Para que todos tivessem acesso as escrituras que, até então, encontravam-se somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela igreja.
Com um número maior de leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou consideravelmente e entre eles, encontravam-se muitos radicais. Precisou ser protegido durante 25 anos. Para sua proteção, ele contava com o apoio do Sábio Frederico, da Saxônia.
Foi responsável pela organização de muitas comunidades evangélicas e, durante este período, percebeu que seus ensinamentos conduziam a divisão. Casou-se com a monja Katharina Von Bora, no ano de 1525, e teve seis filhos.
A reforma
Motivos
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas : abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época.Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
João Calvino: reforma na França
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida).
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido :
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
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