Pesquisar este blog

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Transubstanciação e o Sacrifício da Missa.

  
   Em sua carta aos Filipenses, Paulo escreveu: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”. ( Filipenses 1.21-23 ) Paulo estava em dividido entre dois desejos. Por um lado, ele desejava partir desta vida para estar com Cristo. Por outro lado, ele sabia que se ele continuasse vivo, ele poderia ainda dar muitos frutos para a Igreja.



Mas aqui surge um paradoxo. Antes de subir aos céus, Jesus havia prometido: “Eis que eu estou convosco todos os dias...” ( Mateus 28.20 ) O próprio Paulo havia dito que: “o mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória”. ( Colossenses 1.26-27 ) A pergunta é: Por qual motivo Paulo desejava partir para estar em Cristo se o próprio Jesus havia prometido que estaria conosco todos os dias? Se Jesus já está conosco, por qual motivo seria preciso Paulo partir para que estivesse com ele? O próprio Paulo não havia falado de Cristo como já estando em nós? E se Cristo já está conosco, por qual motivo as Escrituras falam de uma vinda futura de Jesus Cristo?


Na verdade, não há paradoxo nenhum. Para compreender isso, temos que ir a última conversa que Jesus teve com os seus discípulos antes de morrer: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros”. ( João 14.16-18 ) O meio pelo qual Jesus está conosco todos os dias é por meio do Espírito Santo. O Espírito Santo é o Espírito de Deus que é o mesmo que o Espírito do próprio Cristo: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. ( Romanos 8:9 ) Quando Paulo falou que queria partir para estar com Cristo, ele estava falando em Cristo corporalmente. Jesus não está corporalmente entre nós. Somente em Espírito.


Mas Jesus não estará para sempre ausente corporalmente. As Escrituras repetidamente revelam que ele voltará. “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”. ( Apocalipse 1.78 )


Mas apesar das Escrituras serem claras em relação à ausência corporal de Jesus até a sua vinda em que todo olho verá, o próprio Jesus avisou que no decorrer da História, muitos diriam “Eilo ali! ou: Ei-lo aqui!”


“Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis... E farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os eleitos”. ( Mateus 24.2324 )


Dir-vos-ão: Ei-lo ali! ou: Ei-lo aqui! Não vades, nem os sigais; pois, assim como o relâmpago, fuzilando em uma extremidade. do céu, ilumina até a outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia. ( Lucas 17.23-24 )



“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”. ( Apocalipse 1.7 )


Jesus está presente conosco todos os dias na pessoa do Espírito Santo. Mas corporalmente, ele voltará somente no fim da História. E quando ele voltar, dizem as Escrituras, todo olho o verá, isto é, será uma manifestação universalmente visível, de forma que não haverá nenhuma dúvidas sobre o que estará acontecendo.


Por esse motivo, Jesus alerta sobre aqueles que precisam dizer “Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí!” Se a vinda de Jesus Cristo será uma manifestação universalmente visível de forma que não haverá nenhuma dúvida sobre o que estará acontecendo, isso significa que qualquer necessidade de demonstração que Cristo já está corporalmente entre nós é um sinal de que a demonstração não pode ser verdadeira, pois se Jesus já estivesse corporalmente entre nós, o tal não precisaria sequer ser demonstrado.


Não há dúvidas de que a profecia de Jesus de que muitos na História dizendo “Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí!” se cumpriu de muitas maneiras e muitas vezes. Em tempos modernos, temos o caso do porto-riquenho José Luis de Miranda que afirma ser o mesmo Jesus Cristo que foi crucificado há dois milênios, que ele irá julgar o mundo em 2012, tendo seguidores nas principais capitais de mais de trinta países do mundo inteiro.


Mas o meu objetivo nesse estudo não é falar das diversas figuras histórias que tentaram se passar por Jesus, mas é mostrar uma forma mais sutil em que o aviso de Jesus se cumpriu na História. Falo aqui do dogma católico romano da transubstanciação.


O Concílio de Trento na Sessão XIII, afirmou:


Cap. 3. — A excelência da Eucaristia sobre os outros sacramentos


A Santíssima Eucaristia tem de comum com os demais sacramentos o ser o símbolo de uma coisa sagrada e a forma visível da graça invisível. A sua excelência e singularidade está em que os outros sacramentos só têm a virtude de santificar, quando alguém faz uso deles, ao passo que na Eucaristia está o próprio autor da santidade, antes de qualquer uso [cân. 4]. Pois, não haviam ainda os Apóstolos recebido das mãos do Senhor a Eucaristia ( Mt 26, 26; Mc 14, 22 ) , quando ele afirmava ser na verdade o seu corpo aquilo que lhes dava. Foi também sempre esta a fé na Igreja de Deus: que logo depois da consagração estão o verdadeiro corpo de Nosso Senhor e seu verdadeiro sangue conjuntamente com sua alma e sua divindade, sob as espécies de pão e de vinho, isto é, seu corpo sob a espécie de pão e seu sangue sob a espécie de vinho, por força das palavras mesmas; mas o mesmo corpo também [está] sob a espécie de vinho, e o sangue sob a espécie de pão, e a alma sob uma e outra, por força daquela natural conexão e concomitância, com que as partes de Cristo Nosso Senhor, que já ressuscitou dos mortos para nunca mais morrer ( Rom 6, 9 ) , estão unidas entre si; e a divindade por causa daquela sua admirável união hipostática com o corpo e a alma [cân. l e3]. Assim, é bem verdade que tanto uma como outra espécie contêm tanto quanto as duas espécies juntas. Pois o Cristo todo inteiro está sob a espécie de pão e sob a mínima parte desta espécie, bem como sob a espécie de vinho e sob qualquer das partes desta espécie.
Cânones sobre a Santíssima Eucaristia



883. Cân. l. Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por conseguinte o Cristo todo, e disser que somente está nele como sinal, figura ou virtude — seja excomungado [cfr. n° 874 e 876].


O pensamento do catolicismo romano quanto a isso está claro no Concílio de Trento: Jesus Cristo não está corporalmente somente no céu até a sua vinda no fim da História. Ele já está na terra em cada missa. E o Concílio deixa claro que isso não é somente em Espírito, mas corporalmente, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade.


Mas Jesus já havia avisado: “Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis... E farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os eleitos”. ( Mateus 24.23-24 ) Quando os católicos romanos dizem que Jesus está corporalmente por toda a terra, nas mãos do sacerdote em cada missa que é celebrada, não devemos crer, ainda que isso seja dito com a confirmação de sinais e prodígios. Jesus não está corporalmente nem nas missas nem em lugar nenhum da terra: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio”. ( Atos 3.19-21 )


A idéia de que Jesus está corporalmente por toda a terra, nas mãos do sacerdote em cada missa que é celebrada é o fundamento de outro dogma importante no catolicismo romano: o sacrifício na missa.


O Concílio de Trento, na Sessão XXII, declarou:


Cap. 2. — O sacrifício visível é propiciatório pelos vivos e defuntos


E como neste divino sacrifício, que se realiza na Missa, se encerra e é sacrificado incruentamente aquele mesmo Cristo que uma só vez cruentamente no altar da cruz se ofereceu a si mesmo ( Heb 9, 27 ) , ensina o santo Concilio que este sacrifício é verdadeiramente propiciatório [cân. 3], e que, se com coração sincero e fé verdadeira, com temor e reverência, contritos e penitentes nos achegarmos a Deus, conseguiremos misericórdia e acharemos graça no auxilio oportuno ( Heb 14, 16 ) . Porquanto, aplacado o Senhor com a oblação dele e concedendo o dom da graça e da penitência, perdoa os maiores delitos e pecados. Pois uma e mesma é a vítima: e aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que, outrora, se ofereceu na Cruz, divergindo, apenas, o modo de oferecer. Os frutos da oblação cruenta se recebem abundantemente por meio desta oblação incruenta, nem tão pouco esta derroga aquela [cân. 4]. Por isso, com razão se oferece, consoante a Tradição apostólica, este sacrifício incruento, não só pelos pecados, pelas penas, pelas satisfações e por


outras necessidades dos fiéis vivos, mas também pelos que morreram em Cristo, e que não estão plenamente purificados [cân. 3].
 
Cân. 3. Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades — seja excomungado



Cân. 4. Se alguém disser que o santo sacrifício da Missa é uma blasfêmia contra o santíssimo sacrifício que Cristo realizou na Cruz, ou que aquele derroga este — seja excomungado


Cân. 6. Se alguém disser que o Cânon da Missa contém erros e por isso se deve ab-rogar - seja excomungado


É interessante notar que o Concílio de Trento cita Hebreus 9. O fato é que o nono capítulo de Hebreus contradiz o que o Concílio de Trento diz sobre esse assunto. Em Hebreus, lemos:


“Ora, também o primeiro pacto tinha ordenanças de serviço sagrado, e um santuário terrestre. Pois foi preparada uma tenda, a primeira, na qual estavam o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; a essa se chama o santo lugar; mas depois do segundo véu estava a tenda que se chama o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca do pacto, toda coberta de ouro em redor; na qual estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha brotado, e as tábuas do pacto; e sobre a arca os querubins da glória, que cobriam o propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente. Ora, estando estas coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes, celebrando os serviços sagrados; mas na segunda só o sumo sacerdote, uma vez por ano, não sem sangue, o qual ele oferece por si mesmo e pelos erros do povo; dando o Espírito Santo a entender com isso, que o caminho do santuário não está descoberto, enquanto subsiste a primeira tenda, que é uma parábola para o tempo presente, conforme a qual se oferecem tando dons como sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que presta o culto; sendo somente, no tocante a comidas, e bebidas, e várias abluções, umas ordenanças da carne, impostas até um tempo de reforma. Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo ( não feito por mãos, isto é, não desta criação ) , e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. Porque, se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santifica os contaminados, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Pois onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento não tem torça senão pela morte, visto que nunca tem valor enquanto o testador vive. Pelo que nem o primeiro pacto foi consagrado sem sangue; porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos novilhos e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo e aspergiu tanto o próprio livro como todo o povo, dizendo: este é o sangue do pacto que Deus ordenou para vós. Semelhantemente aspergiu com sangue também o tabernáculo e todos os vasos do serviço sagrado. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio; doutra forma, necessário lhe seria padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. ( Hebreus 9.1-28 )



O apóstolo, neste capítulo, compara o Antigo Pacto ( que foi estabelecido por meio de Moisés ) com o Novo Pacto ( que foi estabelecido por Jesus ) . Segundo o apóstolo, o sistema religioso do Antigo Pacto, com seus rituais, sacrifícios, etc. eram uma “parábola para o tempo presente”. Tais coisas apontavam para Cristo, o perfeito e eterno sacrifício. Há então uma comparação importante que o apóstolo faz entre o Antigo e o Novo Pacto. Ele diz que Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio. No capítulo seguinte, ele dá continuidade ao seu argumento:


“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus. Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos? ( Hebreus 10:1-2 )


O apóstolo começa reforçando que os sacrifícios de animais eram somente sombras daquilo que haveria de vir ( que é o sacrifício de Jesus, como ele diz no capítulo anterior, “parábolas” ) . Em seguida, ele prova a ineficácia dos sacrifícios de animais mencionando o fato de que tais sacrifícios eram oferecidos continuamente. O fato de que eram oferecidos continuamente, na argumentação do Apóstolo, significava que os tais eram ineficazes, “doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos?” Como ele vai dizer novamente depois:


“Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus, daí por diante esperando, até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados”. ( Hebreus 10.11-14 )


Está claro que o sacrifício único de Jesus é suficiente para cumprir tudo o que precisa ser cumprido naqueles que serão santificados. Está claro que os múltiplos sacrifícios dos animais demonstram a ineficácia de tais. Está claro que a eficácia do sacrifício de Jesus está no fato dele ser único em contraste com os de animais que eram múltiplos. Está claro que se o apóstolo e os cristãos cressem e ensinassem que Jesus está corporalmente na missa sendo sacrificado em cada missa que é celebrado, seu argumento não faria qualquer sentido.


Mas o Concílio de Trento, cita Hebreus 9 com a intenção de se esquivar dessa conclusão. Ele diz: “E como neste divino sacrifício, que se realiza na Missa, se encerra e é sacrificado incruentamente aquele mesmo Cristo que uma só vez cruentamente no altar da cruz se ofereceu a si mesmo ( Heb 9, 27 ) ...” O Concílio de Trento tenta induzir o fiel a acreditar que os sacrifícios múltiplos são feitos incruentemente enquanto o sacrifício do qual o livro de Hebreus se refere como sendo único é o sacrifício feito cruentemente. Mas essa distinção não é de qualquer forma satisfatória. Em primeiro lugar, não é satisfatória porque se o sacrifício da missa é feito incruentamente, ele não pode ser de forma alguma propiciatório. Pois o apóstolo diz claramente que “sem derramamento de sangue não há remissão”. ( Hebreus 9.22 ) O segundo motivo pelo qual essa distinção não é de qualquer forma satisfatória é porque se Jesus Cristo sacrificado incruentamente em cada missa, continua de pé o argumento do Apóstolo de que a repetição de sacrifícios demonstram a sua ineficácia.



Mas se a idéia de Jesus sendo sacrificado inúmeras vezes ao redor do mundo a cada segundo em que uma missa é celebrada é tão contraria a verdade Bíblica, de que forma essa idéia é algo tão fundamental no catolicismo romano?


A texto bíblico mais usado para dar base para isso está no discurso que Jesus deu conforme registrado o sexto capítulo de João:


“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos”. ( João 6.53 )


Os católicos romanos argumentam que este texto se cumpre no sacramento da Ceia, o pão e o vinho literalmente se transformam no corpo e no sangue de Jesus, estando presente também a sua alma e a sua Divindade, de forma que Jesus está plenamente presente na missa para que seja sacrificado e então literalmente ingerido pelos fiéis. Nós já vimos que essa idéia contradiz o ensinamento bíblico de que Jesus está na terra somente na pessoa do Espírito Santo e que estará ausente corporalmente até o fim da História. Agora veremos de que forma João 6 também não dá base para a idéia de que Jesus está corporalmente nas missas sendo sacrificado e ingerido até o fim do mundo.


Em qualquer texto que nós lemos, seja bíblico ou não, devemos ter atenção, tanto para com o contexto imediato como para o contexto geral no qual o texto está inserido. A linguagem de Jesus em João 6 é muito comum em todo o Evangelho de João. No começo de seu di scurso, Jesus diz: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede”. ( João 6.35 ) A expressão “Eu sou” seguida de uma comparação com alguma coisa aparece sete vezes no Evangelho de João:


1 ) Eu sou o pão vivo que desceu do céu. ( João 6.51 ) 2 ) Eu sou a luz do mundo. ( João 8.12 ) 3 ) Eu sou a porta das das ovelhas. ( João 10.7 ) 4 ) Eu sou o bom pastor. ( João 10.11 ) 5 ) Eu sou a ressurreição e a vida. ( João 11.25 ) 6 ) Eu sou o caminho, a verdade e a vida. ( João 15.1 ) 7 ) Eu sou a videira. ( João 15.5 )


A constante associação de Jesus com o “Eu sou” no Evangelho de João tem um motivo. Ele quer identificar Jesus como Deus ( coisa que ele faz desde o primeiro verso do livro ) . “Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”. ( Êxodo 3.13-14 ) “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, EU SOU”. ( João 8.58 )


O fato de existir exatamente sete comparações usando essa mesma linguagem no Evangelho de João também é significativo. O número sete na numerologia bíblica indica plenitude, perfeição. No Apocalipse do mesmo apóstolo João, há sete igrejas, sete selos, sete trombetas, sete cálices, sete anjos. O Gênesis começa falando nos sete dias para a consumação da obra criadora. O sacerdote do Antigo Testamento aspergia sete vezes o sangue do sacrifício. Quando Israel herdou a terra prometida, destruiu sete nações. Antes da destruição de Jericó por meio de Josué, os soldados rodaram a cidade sete vezes com junto com sete sacerdotes que tocaram sete buzinas. Os exemplos são muitos.



Então no Evangelho de Jesus, lemos sobre sete sinais de Jesus. Assim também lemos sete comparações que Jesus faz sobre a sua própria pessoa usando a linguagem “Eu sou”. Em nenhuma das comparações que ele diz “Eu sou”, ele fala em linguagem figurada e não literalmente. João 6 não é exceção.


Em João 6, Jesus diz: “Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. ( João 6.49-51 )


O significado do que Jesus diz aí, é idêntico ao que ele diz para a mulher samaritana: “Veio uma mulher de Sumária tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana ( porque os judeus não se comunicam com os samaritanos ) ? Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirála”. ( João 4.7-15 )


Todos os elementos principais do discurso de Jesus em João 6 na sinagoga de Cafarnaum estão presente no discurso de João 4 com a mulher samaritana.


1 ) Existe uma certa confusão em relação a literalidade do que Jesus está falando. O ouvinte entende que Jesus está falando literalmente, quando ele não está falando literalmente. Essa confusão existiu também na conversa que Jesus teve com Nicodemos: “Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” ( João 3.4 ) No caso da mulher samaritana, ela pensa que Jesus está falando de água literal de beber: “Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?”. Mas Jesus fala da água figuradamente para se referir ao Espírito Santo. “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. ( João 4.14 ) Que a referência aí é ao Espírito Santo está claro: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”. ( John 7:38-39 ) A mesma confusão que existiu em relação a literalidade que existiu no diálogo com Nicodemos, existiu no diálogo com a mulher samaritana e assim também no discurso de João 6: “Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer?” ( João 6.52 ) Em todos os três textos, os ouvintes entendem Jesus de forma literal quando Jesus estava na verdade falando figuradamente.
 
2 ) Tanto na conversa com a mulher samaritana quanto no discurso de João 6, Jesus usa um acontecimento passado para transmitir uma realidade espiritual presente. Na conversa com a mulher samaritana, Jesus diz: “És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. ( João 4.12-14 ) O que Jesus diz aí, é idêntico ao que ele diz em João 6, “Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra”. ( John 6:49-50 ) Nos dois casos, Jesus usa um evento passado glorioso da história de Israel para ilustrar como ele trará algo superior espiritualmente diferente do que havia antes. O verdadeiro sentido de comer e beber tanto em João 6 quanto em João 4 é dito pelo próprio Jesus: “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede”. ( João 6.35 )



Tendo mostrado como a linguagem de Jesus em João 6, aponta para uma linguagem figurada e não literal, veremos agora como o catolicismo romano contradiz a si mesma ao interpretar o comer e o beber de João 6 literalmente.:


“Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. ( João 6.49-51 )


Sobre os “vossos pais que comeram o maná no deserto e morreram”, Paulo também fala deles: “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar... Todos eles comeram de um só manjar espiritual... Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto... Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles... caíram, num só dia, vinte e três mil”. ( 1 Coríntios 10.1-8 ) O manjar espiritual aí em questão é o maná. O motivo pelo qual ele é chamado de manjar espiritual por Paulo é porque ele veio diretamente do céu. Mas assim como Jesus lembrou, Paulo lembra que eles comeram desse maná, mas isso não os garantiu a vida eterna, pois 23.000 deles foram condenados por Deus como idolatras. Jesus diz então que quem comesse de sua carne, teria a garantia de não ter o mesmo destino. “Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram... Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre”. Então a diferença crucial entre os que comeram do maná e dos que comem do pão da vida é que os que comiam do maná tinham a garantia de alimentação corporal, mas continuavam sob a possibilidade de condenação espiritual ( o que ocorreu com 23.000 deles ) . Mas aqueles que comeram do pão da vida, não estão sob o mesmo risco, mas tem a garantia que “viverá para sempre”.


O problema é que se Jesus estivesse se referindo nesse capítulo ao comer literal, então seria verdade que todos as pessoas que já participaram alguma vez do sacramento da Ceia poderiam ter certeza infalível que nada poderia impedi-los de ser salvos. Para que as pessoas fossem salvas, seria necessário somente que elas participassem da Eucaristia em algum momento de suas vidas. Pois Jesus deixa claro que “se alguém comer desse pão, viverá para sempre”. Se fosse possível alguém comer desse pão e posteriormente ser condenado, então comparação que Jesus faz com o maná não faria qualquer sentido. A comparação dele é justamente que com o maná, muitos ainda assim foram condenados para a morte eterna e que com o pão da vida, não há isso. Mas Jesus já havia dito que o comer de sua carne era indo até ele, crendo nele ( João 6.35 ) . Por esse motivo, ele diz no mesmo capítulo: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”. ( João 6.37 )

Comer do seu corpo e beber do seu sangue é comer com a fé e beber com o arrependimento. Aqueles que se achegaram a Deus dessa forma, jamais podem ser lançados fora.

Estudo feito por Frank Brito.

22 comentários:

  1. Há essencialmente duas classes de Cristianismo, como há duas classes de Judaísmo:

    a) – As Duas Classes de Judaísmo:...

    1- Antes de Cristo: Com altar, sacrifício e sacerdotes... o Judaísmo de Moisés, Davi, Isaías......

    2- Depois de Cristo: Sem altar, sacrifício, nem sacerdotes... o Judaísmo Rabínico atual!... "Rabi" significa "mestre"... mas não "sacerdote"!...

    .... Se Moisés ou Davi viessem hoje a Israel, não reconheceriam o Judaísmo atual..... Realmente se têm cumprido as profecias da Bíblia, de que ao chegar o Messias desapareceriam os sacrifícios para ficar só o "sacrifício do Cordeiro de Deus" na Eucaristia!

    b) – As Duas Classes de Cristianismo:...

    1- Com sacrifício e sacerdotes: Católicos e Ortodoxos... onde o Cordeiro de Deus é o único Santo Sacrifício da Missa....

    2- Sem sacrifício nem sacerdotes: a maioria de Protestantes... com "pastores", mas não "sacerdotes".

    O "Anticristo"

    Jesus nos diz em ( Mt 24,15 ) que o primeiro que fará o Anticristo será a "Abominável Desolação" no lugar santo, como profetizou Daniel.... e segundo Daniel, em quatro passagens, esta Abominação consistirá em tirar o "SACRIFICIO", e também os ALTARES e SACERDOTES ( Dan. 8,11; 9,27; 11,31; 12,11 ) ... E o Anticristo já está aqui! São João diz que o Anticristo " está por chegar, mas que já está no mundo !" ( 1 Jo 4,3 ) Se sua igreja não tem SACRIFICIO, nem ALTAR, nem SACERDOTE, ela já está com o espírito do anticristo ! ( 1 Jo 4,3 ) Muitas igrejas cristãs já perderam o "essencial", já têm espírito do anticristo !

    ResponderExcluir
  2. "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei a vós, que o Senhor Jesus, na noite em que foi
    entregue, tomou o pão, e dando graças, o partiu, e disse: recebei e comei; isto é o meu corpo, que será
    entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
    Igualmente depois de ter ceado, (tomou) o cálice, dizendo: este cálice, é o novo testamento no meu sangue,
    fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes. Porque todas as vezes que comerdes este
    pão e beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que ele venha.
    Portanto todo aquele que comer este pão ou beber este vinho indignamente, será réu do corpo e do sangue
    do Senhor.
    Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque aquele que o
    come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação, não distinguindo o corpo do Senhor."

    trecho de São Paulo (na
    1a carta aos Corintios XI, 23-29)

    No caso de Cristo, porém, a mesma vítima é oferecida todas as vezes de forma incruenta, repetindo-se o ato
    cruento da Cruz. Portanto, temos o mesmo sacrifício.
    É evidente que a senhora não aceita isso, porém é a conclusão obrigatória dos atos de Cristo, que
    continuamente ensinou que "minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida" (São
    João, VI, 41), e ainda "quem não come minha carne e não bebe meu sangue não terá a vida eterna"
    (São João, VI, 59).
    Os judeus se escandalizavam com isso: "disputavam, pois entre si os judeus, dizendo: como pode este
    dar-nos a comer a sua carne? E Jesus disse-lhes: em verdade, em verdade vos digo: se não
    comerdes a carne do filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós." (São
    João, VI, 53-56).

    ResponderExcluir
  3. Estaria Cristo falando em linguagem figurada? Não, pouco sincera Vanessa, como já vimos no trecho citado. Por que então se escandalizaram o judeus, assim como se escandaliza a nova Vanessa? A continuação do Evangelho nos diz ainda que vários discípulos deixaram Nosso Senhor, e Pedro
    toma a frente (sempre Pedro) para defender o mestre.
    O Sacrifício de Cristo na Cruz foi completo, é evidente! Porém não o foi a aplicação de seus méritos, que
    variam conforme nosso sacrifício (negado por Lutero) e disposição pessoais, e que deve ser feita
    necessariamente no tempo; é por isso que Nosso Senhor nos deixou a mais elevada das orações - A Santa
    Missa - onde o padre In Persona Christi renova o sacrifício do Calvário, juntando os poucos merecimentos
    dos homens ao merecimento infinito de Cristo na Cruz e os apresenta a Deus, em caráter impetratório e
    propiciatório, e onde os fiéis recebem como alimento espiritual o mesmo Cristo vivo e verdadeiro, em Corpo,
    Sangue, Alma e Divindade. E todo aquele que não distingue Cristo do Pão e do vinho, senhora Vanessa, será
    réu do Corpo e do Sangue, porque como Vanessa, não distingue o CORPO DO SENHOR.
    É por isso que tudo na missa lembra a Paixão de Cristo, e todas as orações terminam em nome do Senhor :
    " Per Dominum nostrum Jesum Cristum...", pois é por ele, com ele e nele (per ipsum, et cum ipsum et in
    ipso) que tudo podemos e tudo fazemos.

    ResponderExcluir
  4. "Renato disse... Estaria Cristo falando em linguagem figurada? Não, pouco sincera Vanessa, como já vimos no trecho citado. Por que então se escandalizaram o judeus, assim como se escandaliza a nova Vanessa?"

    O escandalo dos judeus deve-se ao fato deles entenderem literalmente o que era dito figuradamente. Isso não um fato isolado em João 6, mas é uma reação recorrente dos judeus no Evangelho. Continuamente no Evangelho de João, você lerá sobre os ouvintes de Jesus erradamente entendendo que ele falava literalmente quando ele falava figuradamente.

    Dois exemplos:

    "Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?" (João 3.3-4)

    Jesus ao falar em nascer de novo, Nicodemus entendeu esse novo nascimento literalmente quando Jesus na verdade falava figuradamente.

    "Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva? És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?. Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna". (João 4.10-14)

    Nesse caso aí, Jesus falou na água viva e a mulher entendeu que ele estivesse falando em água literal quando na verdade ele estava falando figuradamente.

    "Beber da água" nesse diálogo com a mulher samaritana tem o mesmo sentido de "comer da carne e beber do sangue" em João 6.

    O questão é que por todo o Evangelho você tem este mesmo padrão: Jesus fala figuradamente e é entendido como se falando literalmente pelos seus adversários.

    E o motivo ele explica em outro Evangelho:

    "E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado". (Mateus 13.10-11)

    ResponderExcluir
  5. "O Sacrifício de Cristo na Cruz foi completo, é evidente! Porém não o foi a aplicação de seus méritos, que variam conforme nosso sacrifício (negado por Lutero) e disposição pessoais, e que deve ser feita necessariamente no tempo; é por isso que Nosso Senhor nos deixou a mais elevada das orações - A Santa Missa - onde o padre In Persona Christi renova o sacrifício do Calvário, juntando os poucos merecimentos
    dos homens ao merecimento infinito de Cristo na Cruz e os apresenta a Deus, em caráter impetratório e propiciatório, e onde os fiéis recebem como alimento espiritual o mesmo Cristo vivo e verdadeiro".

    Em primeiro lugar, se o sacrifício de Jesus foi perfeito completo, então não há outros. Tal conclusão não é de Lutero, mas das Sagradas Escrituras:

    "Porque a Lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus. Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos? pois tendo sido uma vez purificados os que prestavam o culto, nunca mais teriam consciência de pecado. Mas nesses sacrifícios cada ano se faz recordação dos pecados, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados". (Hebreus 10:1-4)

    O argumento é claro: Se o sacrifício é eficaz, não precisa de outros. Se há outros, então ele não é eficaz.

    A multidão dos sacrifícios sob o Antigo Pacto demonstravam que eles eram, em si mesmos, ineficazes porque eles eram repetidos. Se você estabelece que o sacrifício de Cristo é repetido, você está igualando a ineficácia dele com os animais.

    Não há para onde fugir... Está perfeitamente claro aí...

    "Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio; doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo". (Hebreus 9:24-26)

    Um só sacrifício, uma só vez..

    Sem repetição, sem renovação...

    Pois é perfeito... É completo..

    Sua multidão de sacrifícios é pisar no sangue do Cordeiro é igualá-lo ao sangue de animais...

    ResponderExcluir
  6. "O Sacrifício de Cristo na Cruz foi completo, é evidente! Porém não o foi a aplicação de seus méritos, que variam conforme nosso sacrifício (negado por Lutero) e disposição pessoais, e que deve ser feita necessariamente no tempo; é por isso que Nosso Senhor nos deixou a mais elevada das orações - A Santa Missa - onde o padre In Persona Christi renova o sacrifício do Calvário, juntando os poucos merecimentos dos homens ao merecimento infinito de Cristo na Cruz e os apresenta a Deus, em caráter impetratório e propiciatório, e onde os fiéis recebem como alimento espiritual o mesmo Cristo vivo e verdadeiro, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade".

    O seu argumento é destruído pelo que está claro nas Escrituras: Se o sacrifício é pleno e perfeito, não há necessidade de outros. Se há necessidade de multiplos sacrifícios, então o sacrifício não é pleno e perfeito.

    "Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio; doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo". (Hebreus 9.24-26)

    "Porque a Lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus. Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos?" (Hebreus 10.1-2)

    Não há para onde fugir. O texto é claro. Se há multidão de sacrifícios, então tais sacrifícios são imperfeitos e ineficazes.

    "Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos?"

    ResponderExcluir
  7. Além disso, você ainda comenta o seguinte absurdo:

    "o padre In Persona Christi renova o sacrifício do Calvário, juntando os poucos merecimentos dos homens ao merecimento infinito de Cristo na Cruz e os apresenta a Deus"

    Os méritos de Cristo agora serão misturados aos imundos trapos ao qual você chama de "méritos humanos"?

    Este é o "mérito humano" que você precisa conhecer:

    "Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam".(Isaías 64:6)

    Se há expiação por pecados, como pode haver menção de méritos humanos? A única menção que precisa haver é da graça de Deus no seguinte:

    "Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos. Não te agastes tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade; olha, pois, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo".(Isaías 64.8-9)

    "Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça". (Romanos 11.6)

    Misturar graça de Deus com méritos humanos, mesmo quando você introduz a palavra "pouco" do lado, é só uma demonstração de que Roma não entende o sacrifício de Cristo como perfeito, completo e suficiente.

    Algo ainda lhe falta: precisa ser repetido multidões de vezes e precisa ser misturado com mérito humano.

    ResponderExcluir
  8. Caro Frank,
    Você faz um grande insulto à única e verdadeira Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo com este seu péssimo artigo do mais baixo nível.

    Nosso Senhor disse:
    “Eis que eu estou convosco todos os dias...” ( Mateus 28.20 )

    Disse isto justamente porque sabia que o seu único e mesmo Sacrifício consumado no Calvário, tornaria a estar presente “todos os dias” sobre os altares católicos em cada missa celebrada por um verdadeiro sacerdote católico.

    Já o afirmava em palavras expressivas São João Crisóstomo:

    “Nós oferecemos sempre o mesmo Cordeiro, e não um hoje e amanhã outro, mas sempre o mesmo. Por este motivo, o sacrifício é sempre um só. Também agora oferecemos a mesma vítima que então foi oferecida e que jamais se exaurirá. A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um nem o multiplica.”(Encíclica Ecclesia de Eucharistia)

    O próprio Concílio de Trento que você citou ensina QUE O SACRIFÍCIO É ÚNICO:
    "Assim, este Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo, embora por sua morte se havia de oferecer UMA SÓ VEZ ao Eterno Pai no altar da cruz, para nele obrar a redenção eterna, contudo, já que pela morte NÃO SE DEVIA EXTINGUIR O SEU SACERDÓCIO (Heb 7, 24. 27), na última ceia, na noite em que ia ser entregue, querendo deixar à Igreja, sua amada Esposa, como pede a natureza humana, UM SACRIFÍCIO VISÍVEL [cân. l] que representasse o sacrifício cruento a realizar UMA SÓ VEZ na Cruz, e para que a sua memória durasse até a consumação dos séculos e a sua salutar virtude fosse aplicada para remissão dos nossos pecados quotidianos, declarando-se sacerdote perpétuo segundo a ordem de Melquisedec (Sl 109, 4), ofereceu a Deus Pai o seu corpo e sangue sob as espécies do pão e do vinho e, sob as mesmas espécies, entregou Corpo e Sangue aos Apóstolos que então constituiu sacerdotes do Novo Testamento para que o recebessem, mandando-lhes, e aos sucessores deles no sacerdócio, que fizessem a mesma oblação: Fazei isto em memória, de mim (Lc 22, 19; l Cor 11, 24), COMO A IGREJA CATÓLICA SEMPRE ENTENDEU E ENSINOU [cân. 2]."

    Seu grave erro é querer provar inutilmente que a Igreja Católica oferece vários sacrifícios, mas na verdade a doutrina católica ensina que na Missa é oferecido o MESMO E ÚNÍCO Sacrifício da Cruz.

    Continua

    ResponderExcluir
  9. Parte 2

    É o que profetizava o profeta Malaquias:

    “Não tenho prazer algum em vós, disse Iahweh dos Exércitos, e não me agrada a oferenda das vossas mãos. Sim, do levantar ao pôr-do-sol, meu Nome será grande entre as nações, e em todo lugar será oferecido ao meu Nome um sacrifício de incenso e uma oferenda pura”. (Ml 1,10-11)

    Do nascer ao pôr do sol será oferecido ao meu Nome um Sacrifício, diz o profeta. Justamente porque a Missa seria celebrada em todos os lugares da terra, e como cada fuso horário tem diferença de uma hora, bem como o tempo de duração da celebração da missa é também de uma hora, teríamos do nascer ao por do sol o oferecimento do Sacrifício de Cristo à Deus.

    “O pão que Eu darei, é a Minha Carne para a vida do mundo”(Jo 6,56)

    E agora o que você diz Frank?

    Cristo não quis dizer isso em linguagem figurada, aliás, porque devo dar adesão à sua interpretação, quem é você, um iluminado?

    Veja só: O pão que Eu darei, é a Minha Carne para a vida do mundo.

    Se Ele mesmo chamou Sua carne de pão, porque isso seria proibido. Porque você discorda de Cristo.

    Você precisa entender que no Antigo Testamento, todos os sacrifícios que eram oferecidos só tinham validade porque o povo eleito acreditava que seriam purificados dos seus pecados em vista dos méritos do futuro Messias que ainda estava por vir. Por exemplo: quando sacrificavam um cordeiro e recebiam a aspersão do sangue, os pecados eram apagados não em visto do sangue do cordeiro, mas a fonte de méritos para a expiação provinha do sangue que seria derramado pelo Messias ainda vindouro. O sangue era aspergido sobre o povo (Hb 9,19-20) (Ex 24,8) para que fosse feita a expiação dos pecados, “pois é o sangue que faz expiação pela vida”. (Lv 17,11)

    Para Deus não existe tempo, portanto dez mil anos são para Ele como um único dia. Assim o único Sacrifício da Cruz que ainda seria consumado na plenitude dos tempos por Cristo, já teria validade para apagar os pecados do povo judeu, sendo que os méritos de Cristo eram aplicados através dos sacrifícios da antiga lei de maneira cruenta (com derramamento de sangue)
    Já na Nova Aliança, onde o único Sacrifício de Cristo já foi consumado, os méritos de Cristo nos são aplicados através da Santa Missa, onde esse mesmo e único Sacrifício de Cristo torna-se presente incruentamente (pois não é mais necessário o sacrifício cruento) através da transubstanciação e da comunhão.

    ResponderExcluir
  10. Parte 3

    Assim compreenda a promessa de Cristo estar conosco todos os dias não é para que acreditemos que já estamos todos salvos, mas é para aqueles que já foram batizados e guardam a veste nupcial intacta de pecados.

    E como poderíamos evitar o pecado se não nos alimentarmos de sua carne e de seu sangue através da Missa?

    Pois o próprio Cristo disse: Quem não comer da minha carne e não beber do meu sangue não possui a vida eterna.

    Atenciosamente.

    Rodrigo Silveira

    ResponderExcluir
  11. Rodrigo Silveira...

    Debater em blog não é interessante.

    Se lhe interessar, convido você para debater sobre isso nessa comunidade:

    http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=77102065

    Abra um tópico.

    Lá há mais espaço e ferramentas pra postar. Eu poderei te mostrar por 1+1=2 porque a opinião romana é blasfemosa...

    ResponderExcluir
  12. Ué cade o Renato???Sumiu!!! Tava sempre rondando meu blog?!?!?!? Nao vai aceitar o desafio? Pramim assistir de camarote!!!!!

    ResponderExcluir
  13. Frank Brito,

    Não tenho nenhum interesse em debater com você.
    Não por medo, nem por não estar apto ao debate, mas porque julgo incoveniente.
    Mas caso você tenha interesse em aprender corretamente a Doutrina Católica que é a Doutrina de Cristo e assim deixar de escrever artigos falsos e carentes de Verdade, e consequentemente deixar seus erros, acesse o seguinte livro:

    https://www.4shared.com/document/kLAVfLGl/Interpretao_da_Biblia.html

    Aqui você vai encontrar todas as respostas que quer sobre o Catolicismo e perceber que o lugar que você está apoiado é um barco já naufragado.
    Aliás este livro é uma das melhores refutações ao protestantismo que existe no Brasil.

    Boa leitura!
    Att
    Rodrigo Silveira.

    ResponderExcluir
  14. Frank Brito,

    Por favor leia somente o prólogo do excelente livro que lhe indiquei no último post:

    PARTE 1

    "Prezado leitor protestante:

    Era muito conceituado, em certa cidade, um professor que ensinava, havia 50 anos. As noções que ele ministrava sobre a matemática, a história, a geografia, a língua vernácula etc, as tinha recebido de outros mestres, ainda mais antigos e tão conceituados como ele, os quais por sua vez também já haviam aprendido de outros preceptores. Mas um dia apareceu um jovem aluno que se rebelou contra o ensino de seu mestre. Não lhe agradava o método usado naquelas aulas, nem concordava com o que nelas se aprendia. A seu ver, estava tudo errado. E resolveu abrir uma nova escola, em oposição à do velho e ministrando uma instrução completamente diversa. Mas todo o mundo notou logo que o ensino do jovem revolucionário era completamente desordenado: o moço titubeava, confundia-se, caía em evidentes contradições. Isto serviu para aumentar o prestígio do velho professor, que podia agora dizer com desdém de seu antagonista: vá estudar, menino, porque você ainda não está em condições para abrir uma escola!

    O grande navio, pertencente a uma antiga empresa de navegação, singrava os mares em demanda do seu destino, quando o velho comandante foi surpreendido pela revolta de muitos passageiros, que o procuravam para PROTESTAR. O navio, segundo eles diziam, estava seguindo uma direção completamente errada. Pois eles entendiam também de navegação… Embora lhes faltasse a longa experiência, tinham, no entanto em mãos o mesmo livro, os mesmos mapas que serviam de guia ao comandante e a seus auxiliares e tinham chegado à mesma conclusão de que estes estavam redondamente enganados. E diante da recusa do comandante a modificar sua rota, resolveram em nome da LIBERDADE, abandonar o navio, construir, eles próprios, suas embarcações e seguir o caminho que lhes parecia mais acertado. Boa sorte! – respondeu-lhes o comandante. Mas os passageiros que ficaram a bordo, que tinham confiança na velha empresa, no navio, naqueles que o dirigiam, nem tiveram tempo para ver surgir no seu espírito qualquer sombra de dúvida, porque logo observaram que aqueles que PROTESTARAM coalhavam o mar de barcos e barquinhos e barcaças de toda qualidade, mas cada um seguia um rumo diferente…

    Esta é precisamente a história do choque entre o Protestantismo e a Igreja Católica. Alguém que esteja de parte observando a luta doutrinária, sem ser nem de um lado nem de outro, ao ver a grita dos protestantes e o entusiasmo com que vivem a citar a Bíblia, pode ainda ficar com uma certa nuvem de dúvida no seu espírito sobre se a Igreja está mesmo em perfeito acordo com as Escrituras. Mas, se tiver o cuidado de ver os protestantes, como são, como divergem, como discutem, como titubeiam e se contradizem, verá aumentar aos seus olhos o prestígio da Igreja. Ela é o antigo mestre a rir-se dos ardores do jovem revolucionário ou como o velho comandante a achar graça na cegueira dos barqueiros improvisados. Sim, porque uma coisa está clara à vista de todos: dizer que alguém está errado é muito fácil, porque falar é fôlego e cada um tem o seu modo de pensar. Mas há também o reverso da medalha:QUEM ACUSA A OUTRO DE ESTAR EM ERRO, TEM A OBRIGAÇÃO DE MOSTRAR COMO É O CERTO. E é aí que se mostra com evidência todo o fracasso do Protestantismo.

    continua ... PARTE 2

    ResponderExcluir
  15. PARTE 2

    "Você, caro leitor protestante, está metido nesta balbúrdia de mais de trezentas seitas que ensinam as doutrinas mais diversas. Se, por acaso, os seus correligionários o tem enganado, afirmando que são divergências de muito pouca monta, fá-lo-emos conhecer melhor o que é o Protestantismo e você verá como estas divergências são profundas, escandalosas e sobre pontos importantíssimos. Gritar que só a sua seita está com a verdade e que todas as outras estão erradas, não adianta nem resolve a questão; os elementos de que você dispõe para conhecer a verdade, são os mesmos de que os milhões de adeptos de outras seitas dispõem também; e como você pode garantir que raciocina melhor do que os outros?

    Não será o caso de REEXAMINAR agora e confrontar calmamente como a Bíblia esta doutrina católica, que vocês, protestantes, rejeitaram no século XVI e que vem sendo a interpretação do Livro Sagrado, sempre antiga e sempre nova, tradicionalmente seguida, durante 20 séculos, pelos Santos Padres e Doutores e teólogos da Igreja?

    Pouco importa, no caso, que o seu espírito esteja cheio de preconceitos, que o seu coração esteja abrasado de ódio contra a Igreja Católica. Se assim é, o seu maior desejo é combatê-la, não é verdade? Mas útil para quem vai entrar em luta, do que conhecer bem a fundo o adversário. E no nosso caso, atribuir à Igreja doutrinas que ela nunca ensinou (como, por exemplo, a doutrina de que o homem se salva EXCLUSIVAMENTE pelas suas obras, pelo seu esforço pessoal), querer atacar a Igreja, atribuindo-lhe teorias por ela mesma condenadas, seria ridículo e seria falta de consciência e você é uma pessoa de consciência, pelo menos assim supomos; pois do contrário pode fechar o livro e já temos conversado.

    Sendo você uma pessoa de consciência, é claro que não virá armado de truques, nem de SOFISMAS, nem de CAVILAÇÕES. Nem adianta recorrer a estas armas; o livro mesmo se encarregará de inutilizá-las.

    Separar a frase bíblica do seu verdadeiro contexto, para dar a ela o sentido que você quer, não conseguirá fazê-lo; veremos, nas passagens bíblicas susceptíveis de ser exploradas em sentido errôneo, não só o que disseram Jesus e os apóstolos, mas também em que ocasião, com que fim, em que sentido o disseram.

    continua... PARTE 3

    ResponderExcluir
  16. PARTE 3

    "Como também não virá com a idéia de apegar-se de unhas e dentes a uns textos, DESPREZANDO E ENTERRANDO OUTROS. A mesma Bíblia que nos ensina que o homem se salva CRENDO EM JESUS (Atos XVI-31), nos ensina que o homem se salvaOBSERVANDO OS MANDAMENTOS (Mateus XIX-17). A mesma Bíblia que nos diz que o homem é justificado pela FÉ SEM AS OBRAS DA LEI (Romanos III-28), nos diz igualmente que o homem é justificado pelas OBRAS E NÃO PELA FÉ SOMENTE(Tiago II-24). Ora nos diz que a pedra angular da Igreja é Jesus Cristo (1ª Pedro II-4 a 6), ora nos diz que Pedro é a pedra sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja (Mateus XVI-18). Ora nos diz que o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado (1ª João 1-7), ora nos mostra a remissão dos pecados realizada pelo batismo (Atos II-38) ou pelo poder das chaves conferido aos apóstolos (João XX-23) ou, até mesmo, pela extrema-Unção (Tiago V-15). Ora nos apresenta a vida eterna como uma dádiva (Romanos VI-23), ora como um prêmio (1ª Coríntios IX-24 e 25). Tanto nos fala de Cristo como único salvador de todos (1ª Timóteo II-5 e 6), como fala do homem salvando a si mesmo e salvando os outros (1ª Timóteo IV-16). Se o ensinaram a interpretar a Bíblia aceitando, nestes contrastes, a primeira parte e desprezando, não tomando em nenhuma consideração a segunda, então lhe ensinaram uma interpretação muito errada, porque, se a Bíblia é TODA ela inspirada por Deus, havemos de aceitar toda a Bíblia, e não anda a fazer escolhas entre textos, para ver somente os que nos agradam, porque é daí que nascem as seitas, as divergências, as heresias. A própria palavraHERESIA etimologicamente quer dizer ESCOLHA. E não há homem algum que fique satisfeito, quando dizem que ele não liga duas, não é verdade? Para que não desmoralizem assim a nossa interpretação, ela tem que conciliar todos estes pontos e mais outros que à primeira vista parecem inconciliáveis e com a graça de Deus havemos de fazê-lo.

    - É, dirá você, estou de pleno acordo. TODA A BÍBLIA E SÓ A BÍBLIA.

    - Calma, caro amigo, isto já está assentando de pedra e cal, porque toda a Bíblia é Palavra de Deus, e a Palavra de Deus não pode ser rejeitada. Quando a dizer SÓ A BÍBLIA, isto não poderemos dizer agora: vamos consultá-la primeiro, estudá-la carinhosamente. Se ela nos disser que só ela é que deve ser ouvida, então aceitaremos o princípio: SÓ A BÍBLIA. Se ela, porém, nos apontar outra fonte de ensino da verdade, teremos que aceitar a esta igualmente, porque não podemos ir de encontro à Bíblia, não acha?

    Quanto à tradução portuguesa que usaremos no nosso estudo, não há perigo de você nos acusar de nos termos baseado num texto novo, para arranjar as coisas a nosso favor. Usaremos uma tradução muito antiga da Bíblia e muito utilizada pelos católicos como pelos protestantes: a do Pe. Antônio Pereira de Figueiredo. Servimo-nos, para maior comodidade, do ano de 1881. Mas a 1ª edição saiu e Portugal no século XVIII, portanto numa época em que o protestantismo não havia ainda penetrado no Brasil. Citaremos sempre à risca o Pe. Pereira, comparando, quando for necessário, com o texto original e com outros textos de língua portuguesa tanto católicos como protestantes. A única alteração que faremos é substituir pelo verbo DAR À LUZ o verbo PARIR que, principalmente quando aplicado ao nascimento de Cristo, pode parecer estranho, indecoroso ou pouco educado aos ouvidos de hoje, embora não o fosse absolutamente no tempo em que Pe. Pereira fez a sua tradução."

    continua ... PARTE 4

    ResponderExcluir
  17. PARTE 4

    "Finalmente uma última palavra. Vamos estudar a Bíblia com toda sinceridade, não é assim? Pois bem, SINCERIDADE quer dizer o seguinte: se por acaso, pelo nosso estudo, você depreender QUE ESTÁ EM ERRO (e é coisa do outro mundo um protestante reconhecer que está em erro? Há no protestantismo doutrinas inteiramente contrárias umas às outras e onde há contradição há erro, todos sabem disso, porque o mais universal de todos os princípios é de que UMA COISA NÃO PODE SER E DEIXAR DE SER AO MESMO TEMPO) se você depreender que está em erro, como íamos dizendo, não se ponha obstinadamente a querer agarrar-se a argumentos ridículos, nem se limite a dizer displicentemente: “Veremos isto depois”, e dando como sujeito a discussão aquilo que já está por demais examinada e esclarecido, porque, caro amigo, nada podemos contra a verdade, senão pela verdade (2ª Coríntios XIII-8). E se, por acaso, é pastor, é líder, tem admiradores simples e rudes que confiam na sua doutrinação e você reconhece agora que lhes ensinou doutrinas errôneas (máxime se foi por escrito) a sua obrigação é retratar-se ensinando a verdade, porque só assim é que pode seguir a Jesus Cristo, que é a própria Verdade. Assim faz todo homem de bem, e com maioria de razão todo seguidor do Divino Mestre.

    E sem esta sinceridade ninguém pode ir ao céu, porque, como diz S. Paulo, Deus retribui com ira e indignação aos que são de contenda e que NÃO SE RENDEM À VERDADE (Romanos II-8).

    Não há nada mais belo do que o homem curvar-se perante a verdade. Nisto não há desdouro, nem motivos para constrangimentos, mas sim uma verdadeira libertação. Quanto a você, estimado leitor católico, que vai tranqüilo e sossegado no seu navio, enquanto lá fora as barcaças revoltosas se desencontram, pouca coisa temos para lhe dizer. Que este livro lhe sirva para enriquecer o conhecimento de Cristo e de sua Religião, e o ajude a rebater ainda melhor os ataques e as objeções dos hereges protestantes, são estes os nossos sinceros votos."

    NAVARRO, Lúcio. Legítima Interpretação da Bíblia: Campanha de Instrusão Religiosa. Recife: 1958. p. 7-10.

    Espero que você tenha percebido a importância da leitura deste livro para sua conversão, como também de muitos outros protestantes.

    E veja lá, não fale mal daquilo que você não tem conhecimento. Estude mais. Depois quem sabe podemos debater.

    Atenciosamente.
    Rodrigo Silveira

    ResponderExcluir
  18. "Não tenho nenhum interesse em debater com você.
    Não por medo, nem por não estar apto ao debate, mas porque julgo incoveniente".

    Se você não tivesse interesse, não teria sequer comentado aqui.

    As mentiras de sua igreja romana prostituta já foi refutada no meu estudo. Se não concorda, mas não quer debater, que não tivesse postado. Se postou que tenha coragem de levar o assunto até o final. Se começou o assunto, que tenha a coragem de levar até o final publicamente. Se não tem coragem, que não começasse a falar pra depois vir com essa conversa fiada.

    ResponderExcluir
  19. Eu desafio qualquer católico romano que venha postar que eu estou errado a um debate organizado onde trataremos de cada ponto no qual vocês acreditam que eu estou errado. Se não querem debater, não comecem a postar o que vocês não tem coragem de levar até o final.

    ResponderExcluir
  20. Frank,

    Tudo bem, coloque seu email no post.
    Manderei-lhe uma proposta com as regras do debate. Caso você aceite podemos debater.

    att.
    Rodrigo Silveira.

    ResponderExcluir
  21. fbritorj@ostras.net

    Estou aguardando.

    Valeu.

    ResponderExcluir

Concordam? Comentem...